Em um triângulo isósceles a mediatriz relativa à base, a bissetriz relativa ao ângulo oposto ao da base, a mediana e a altura relativas a base coincidem.
Todo triângulo isósceles é também um triângulo isoângulo, isto é, possui dois ângulos congruentes, que são os dois ângulos opostos aos lados congruentes. Chamamos esses ângulos de ângulos da base.
Porém, essa é uma propriedade que parte da definição de triângulo isósceles, portanto, necessita de demonstração.
Essa propriedade traz uma condição necessária e suficiente para que um triângulo seja isósceles, isso é, ela diz:
Se um triângulo tem dois lados congruentes, então esse triângulo possui os dois ângulos da base congruentes e é um triângulo isósceles.
Se um triângulo tem dois ângulos congruentes, então os dois lados opostos a esses ângulos são congruentes e esse é um triângulo isósceles.
Assim, vamos demonstrar que para um triângulo ser isósceles basta ele possuir dois ângulo congruentes ou dois lados congruentes.
Esse teorema pode ser enunciado de três formas diferentes:
"Se um triângulo tem dois lados congruentes, então os ângulos opostos a esses lados são congruentes."
"Se um triângulo é isósceles, os ângulos da base são congruentes."
"Todo triângulo isósceles é isoângulo."
Com notação matemática, podemos expressá-lo da seguinte forma:
ou
Para fazer essa demonstração precisamos mostrar primeiro que ser isósceles implica ser isoângulo.
Assim, partiremos de um triângulos isósceles qualquer e buscaremos provar que este triângulo é congruente a si mesmo, porém havendo uma correspondência nos vértices.
Para isso tomaremos duas vezes , tendo o cuidado de, em cada vez, alternar a ordem dos vértices da base.
Assim, podemos abstrair e pensar em dois triângulos "distintos": e .
Tendo isso em mente, percebe-se que , pelo caso de congruência :
Visto que temos, a congruência dos dois triângulos, com isso obtemos que todos seus ângulo correspondentes são congruentes.
Logo:
Agora precisamos mostrar que ser isoângulo implica ser isósceles.
Para isso partiremos de um triângulo qualquer que seja isoângulo, isto é, que tenha dois ângulos congruentes.
Para facilitar na demonstração, utilizaremos notação matemática com base em um triângulo .
Então traçaremos no triângulo a sua bissetriz relativa ao vértice . À intersecção da bissetriz com o segmento chamaremos de ponto .
Assim teremos dois triângulos: e , ficando fácil de verificar a congruência entre esses dois triângulos, pelo caso de congruência, lado, ângulo e ângulo oposto ao lado.
.
Com essa congruência, temos a seguinte congruência: .
Assim demonstramos que ser triângulo isósceles implica ser triângulo isoângulo e que ser triângulo isoângulo implica ser triângulo isósceles.
Logo, temos que ser triângulo isósceles é condição necessária e suficiente para ser triângulo isoângulo.
Em um triângulo isósceles a mediatriz relativa à base, a bissetriz relativa ao ângulo oposto ao da base, a mediana e a altura relativas a base coincidem.[3]
Esta propriedade pode ser expressa com notação matemática da seguinte forma:
Como implicação da propriedade anterior, temos que em um triângulo isósceles o baricentro, o incentro, o circuncentro e o ortocentro são colineares. Assim, temos que isso é uma condição necessária e suficiente para que um triângulo seja isósceles.
Primeiramente vamos provar que, se um triângulo é isósceles, então o baricentro, o incentro, o circuncentro e o ortocentro são colineares. Para demonstrar esse teorema partiremos do que foi demonstrado acima.
Assim temos que, se tomarmos a mediana de um triângulo isósceles, temos que essa mediana é também bissetriz, altura relativa e está contida na mediatriz do triângulo.
Isso implica qualquer ponto que pertence à mediana pertence também à bissetriz, à altura relativa e à mediatriz.
Após demonstrar isso precisamos demonstrar a recíproca.
Assim, precisamos demonstrar que:
Como temos que os quatro pontos notáveis são colineares, daremos nomes a esses pontos como forma de simplificar a notação.
Desse modo temos que , , e .
Para fazer essa demonstração tomaremos uma reta que contém todos esses pontos, ou seja:
Com relação a essa reta podemos analisar duas situações em relação ao vértice (sem perda de generalidade):