United 93

filme de 2006 dirigido por Paul Greengrass
 Nota: Não confundir com Flight 93.

United 93 (Voo United 93 no Brasil e Voo 93 em Portugal) é um filme norte-americano do gênero drama baseado nos atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos no dia 11 de setembro de 2001. Foi dirigido por Paul Greengrass.

United 93
United 93
Cartaz do filme.
No Brasil Voo United 93
Em Portugal Voo 93
 Estados Unidos
2006 •  cor •  110 min 
Género drama
Direção Paul Greengrass
Produção Paul Greengrass
Tim Bevan
Eric Fellner
Lloyd Levin
Roteiro Paul Greengrass
Elenco Christian Clemenson
Cheyenne Jackson
David Alan Basche
Peter Hermann
Khalid Abdalla
Música John Powell
Cinematografia Barry Ackroyd
Edição Clare Douglas
Rick Pearson
Christopher Rouse
Companhia(s) produtora(s) StudioCanal
Working Title
SKE Entertainment
Distribuição Universal Pictures
Lançamento Estados Unidos 28 de Abril de 2006
Portugal 26 de Agosto de 2006
Brasil 1 de Setembro de 2006[1]
Idioma inglês
árabe
Orçamento US$ 15 milhões
Receita US$ 76.286.096

O filme mostra o drama vivido pelos passageiros do voo 93 da companhia aérea United Airlines no dia 11 de setembro de 2001, que teriam tentado tomar o controle da aeronave durante o voo e que acabou caindo antes de atingir seu alvo, possivelmente em Washington, DC.

O filme teve sua estreia na América do Norte em 28 de Abril de 2006. Dez por cento de sua receita nos três primeiros dias de exibição foram doados para a criação de um memorial as vítimas do voo United 93.[2] United 93 arrecadou um total de US$ 31,483,450 nos Estados Unidos, e US$ 76,286,096 mundialmente.[3][4]

Enredo editar

O filme começa na madrugada de 11 de Setembro de 2001, com os sequestradores Ahmed al-Nami e Ahmed al-Haznawi rezando em seus quartos de hotel, o líder do grupo Ziad Samir Jarrah lendo o Corão e Saeed al-Ghamdi raspando seus pelos, e então partindo para o Aeroporto Internacional de Newark. No aeroporto, os passageiros e tripulação do Voo 93 da United Airlines embarcam no avião. O avião entra em uma longa fila de espera para decolagem e a saída do voo atrasa 30 minutos. Os outros três aviões decolam.

Controladores de tráfego aéreo monitorando todos os voos em andamento notam que o Voo 11 da American Airlines, um Boeing 767, fez uma curva para o sul em direção à Cidade de Nova Iorque. Logo depois, ele desce na direção de Lower Mahattan e colide com Torre Norte do World Trade Center, embora os controladores ainda não saibam disso. Vinte minutos depois, é ouvida uma gravação contendo a frase de Mohamed Atta: "We have some planes, just stay quiet and you'll be okay. We are going back to the airport." (Nós temos uns aviões, fiquem quietos e vocês ficarão bem. Nós estamos voltando para o aeroporto). Os controladores não sabem ao certo a qual aeroporto o sequestrador se refere. O conteúdo da gravação é enviado ao Gerente de Operações Nacionais da Federal Aviation Administration, Ben Sliney (interpretado por ele mesmo). A CNN então transmite as primeiras imagens da Torre Norte em chamas, e enquanto os controladores de voo tentam saber o quê aconteceu com o Voo 11, o Voo 175 da United Airlines começa a descer na direção de Nova Iorque, o que os leva a crer que se trata de um sequestro. O Voo 77 da American Airlines também é sequestrado. Os controladores alertam a Força Aérea Americana, que discute sobre derrubar ou não os aviões sequestrados. Então, os controladores e a Força Aérea assistem ao Voo 175 colidindo na Torre Sul ao vivo pela CNN.

Enquanto isso, no Voo 93, uma mensagem de advertência é enviada ao cockpit avisando aos pilotos sobre o incidente no World Trade Center e sobre a possibilidade de haver uma invasão no cockpit. Na área dos passageiros, Ahmed al-Nami insistentemente conversa com Ziad, dizendo que a hora chegou e não há mais tempo a perder, e Ahmed al-Haznawi arma uma bomba dentro do banheiro do avião. O sequestro então começa, e enquanto Saeed rende uma aeromoça, Ahmed al-Haznawi esfaqueia um passageiro e deixa sua bomba à mostra. Ziad ordena que a aeromoça os leve para dentro do cockpit, e uma vez lá dentro, Saeed mata os dois pilotos e a aeromoça e assumem controle da aeronave. Ziad cola no manche uma foto do Capitólio, o provável alvo deles. Enquanto isso, seus dois colegas controlam os passageiros. À essa altura, o Voo 77 colide com o O Pentágono.

Logo, controladores numa torre de controle em Cleveland acham que o Voo 1989 da Delta Air Lines também foi sequestrado, mas foi logo riscado da lista, enquanto o Voo 93 altera sua rota para ir em direção à Washington D.C. Enquanto isso, a Força Aérea tem dificuldades em arranjar aviões para uma manobra militar, pois não há aeronaves preparadas e armadas disponíveis. Ben Sliney então decide fechar todo o espaço aéreo em território americano, ordenando que todos os aviões em espaço aéreo americano aterrissem, e que os voos internacionais com destino em solo americano voltem para o lugar de onde vieram.

No avião, os sequestradores não impedem as pessoas de fazerem ligações em telefones. Após descobrirem sobre os aviões que bateram no WTC e no Pentágono, os passageiros e a tripulação acreditam que se não fizerem nada, também morrerão. Decidem então reagir, desarmar os terroristas e assumir controle da aeronave. Uma última série de ligações é feita para familiares com o objetivo de relatar as intenções e as últimas despedidas. As aeromoças reúnem tudo o quê podem usar como armas: facas, copos, garrafas, extintores, etc. Sabendo que um dos passageiros pode pilotar aviões de pequeno porte, o grupo decide tentar colocá-lo no lugar dos terroristas, com a ajuda de um outro passageiro que já foi controlador. Eles também debatem se a bomba é real ou falsa. A movimentação é observada por Ahmed al-Nami, que avisa os comparsas sobre um possível motim e tenta repreender seus reféns pelas conversas, sem muito efeito.

O motim então começa, e os passageiros matam Ahmed al-Haznawi, enquanto Todd Beamer destrói a bomba, dizendo que é falsa. Ahmed al-Nami corre para avisar seus comparsas sobre o motim e tenta barrar os passageiros com um carrinho de comida. Enquanto isso, Ziad manobra o avião de maneira a sacudi-lo violentamente e derrubar os passageiros. Contudo, eles ainda conseguem imobilizar e matar Ahmed Al-Nami e arrombam a porta do cockpit com o carrinho de comida. Quando a porta é destruída, Ziad compreende que não há mais meio de prosseguir com seus planos e joga o nariz do avião em direção ao chão, iniciando uma descida em parafuso. O filme termina com uma imagem através do vidro do cockpit de um campo que se aproxima girando, e a tela escurece a centímetros do solo, deixando claro o fim que a aeronave levou.

Elenco editar

  • Christian Clemenson ... Tom Burnett
  • Trish Gates ... Sandra Bradshaw
  • David Alan Basche ... Todd Beamer
  • Cheyenne Jackson ... Mark Bingham
  • Opal Alladin ... CeeCee Lyles
  • Starla Benford ... Wanda Anita Green
  • J.J. Johnson ... Capitão Jason Dahl
  • Nancy McDoniel ... Lorraine G. Bay
  • Polly Adams ... Deborah Welsh
  • Richard Bekins ... William Joseph Cashman
  • Susan Blommaert ... Jane Folger
  • Ray Charleson ... Joseph DeLuca
  • Gary Commock ... Oficial LeRoy Homer
  • Liza Colón-Zayas ... Waleska Martinez
  • Lorna Dallas ... Linda Gronlund
  • Denny Dillon ... Colleen Fraser
  • Trieste Kelly Dunn ... Deora Frances Bodley (como Trieste Dunn)
  • Kate Jennings Grant ... Lauren Catuzzi Grandcolas
  • Peter Hermann ... Jeremy Glick
  • Tara Hugo ... Kristin White Gould
  • Marceline Hugot ... Georgine Rose Corrigan
  • Joe Jamrog ... John Talignani
  • Corey Johnson ... Louis J. Nacke II
  • Masato Kamo ... Toshiya Kuge
  • Becky London ... Jean Headley Peterson
  • Peter Marinker ... Andrew Garcia
  • Jodie Lynne McClintock ... Marion R. Britton
  • Libby Morris ... Hilda Marcin
  • Tom O'Rourke ... Donald Peterson
  • Simon Poland ... Alan Anthony Beaven
  • David Rasche ... Donald Freeman Greene
  • Erich Redman ... Christian Adams
  • Michael J. Reynolds ... Patrick Joseph Driscoll
  • John Rothman ... Edward P. Felt
  • Daniel Sauli ... Richard Guadagno
  • Rebecca Schull ... Patricia Cushing
  • Chloe Sirene ... Honor Elizabeth Wainio
  • Olivia Thirlby ... Nicole Carol Miller
  • Chip Zien ... Mark Rothenberg
  • Leigh Zimmerman ... Christine Snyder
  • Khalid Abdalla ... Ziad Jarrah
  • Lewis Alsamari ... Saeed Al Ghamdi
  • Omar Berdouni ... Ahmed Al Haznawi
  • Jamie Harding ... Ahmed Al Nami

Produção editar

United 93 foi o primeiro filme de Hollywood a extrair sua narrativa diretamente dos ataques de 11 de setembro de 2001. Os passageiros foram retratados no filme principalmente por atores profissionais, mas relativamente desconhecidos (o passageiro Tom Burnett, por exemplo, é interpretado por Christian Clemenson, que desde então apareceu em Boston Legal e CSI: Miami). Além disso, vários participantes dos eventos da vida real se retratam no filme, incluindo Thomas Roberts, Tobin Miller, Rich Sullivan, Tony Smith, James Fox, Shawna Fox, Jeremy Powell, Curt Applegate, Greg Callahan, Rick Tepper e notavelmente o gerente de operações da Administração Federal de Aviação Ben Sliney. Sliney esteve inicialmente envolvido no filme como consultor. Ele então foi escalado para um pequeno papel como controlador de tráfego aéreo. Mais tarde, o diretor Greengrass ofereceu a ele a oportunidade de interpretar a si mesmo, o que ele aceitou.[5] Os papéis de um dos comissários de bordo, dos dois pilotos e de muitos outros funcionários da United Airlines foram preenchidos por funcionários reais da companhia aérea.[6]

Durante a produção, os atores que representavam a tripulação e os passageiros do voo foram colocados em hotéis separados dos atores que representavam os sequestradores e faziam suas refeições separadamente, aparentemente para criar um ar de antagonismo no filme entre os dois grupos. As tomadas foram planejadas para darem um tom mais real às cenas. Durante as filmagens, muitos dos atores realmente se machucaram e o sangue visível em seus rostos durante as cenas da revolta dos passageiros é autêntico.[7] Terminando a primeira tomada, Jamie Harding, que interpreta o terrorista Ahmad al-Na'mi, ficou impressionado com o fato de vários atores estarem chorando.[8]

As filmagens ocorreram de outubro a dezembro de 2005, em um Boeing 757 recuperado de vinte anos, anteriormente operado pela MyTravel Airways, no Pinewood Studios perto de Londres. O cockpit foi construído pela Flightdeck Solutions.[9] O local foi escolhido tanto por seus incentivos financeiros quanto para proteger os atores do escrutínio público indesejado que poderiam ter recebido nos Estados Unidos.[10] A ação foi filmada com câmeras portáteis, escolhidas por sua versatilidade em cenários próximos e para criar uma sensação de imediatismo. As sequências externas do aeroporto foram filmadas no Aeroporto Internacional de Newark, enquanto as internas foram filmadas na Inglaterra, no Aeroporto de Londres Stansted. Algumas cenas também foram filmadas em Washington, DC e Boston. Além disso, uma sequência de abertura ambientada no Afeganistão foi filmada no Marrocos, mas foi cortada do filme antes do lançamento.[11]

Lançamento e recepção editar

Antes do lançamento de United 93 houve pedidos para que a Universal Pictures retirasse os trailers do filme de circulação nos cinemas, devido a possibilidade de alguns espectadores se sentirem assustados, chateados ou constrangidos com o assunto do filme.[12] O estúdio não atendeu a esse pedido, embora um cinema em Manhattan tenha retirado voluntariamente o trailer do filme após reclamações do público.[13]

O ator Lewis Alsamari, nascido no Iraque e radicado em Londres, que interpreta o terrorista Saeed al-Ghamdi no filme, teve o visto negado pelas autoridades de imigração dos Estados Unidos quando se inscreveu para visitar a cidade de Nova York para assistir à estreia de United 93, apesar de já ter recebido asilo no Reino Unido desde década de 1990. O motivo relatado foi que ele já havia sido um membro recrutado do Exército iraquiano, embora esse também tenha sido o motivo de seu status de refugiado após sua deserção em 1993.[14] Outras fontes dizem que ele solicitou seu visto com atraso e que não foi negado.[15]

O filme recebeu "classificação R" da Motion Picture Association of America por conter "linguagem depreciativa e algumas sequências intensas de terror e violência".[16]

O filme teve suas primeiras exibições nos cinemas encerradas com a frase "A Guerra ao Terror na América começou", o que depois foi alterado para "Dedicado à memória de todos aqueles que perderam suas vidas em 11 de setembro de 2001".[17]

Desempenho comercial editar

O filme foi lançado nos cinemas dos Estados Unidos em 28 de abril de 2006 e estreou em segundo lugar nas bilheterias do fim de semana, atrás de RV, embora obteve uma média ligeiramente maior por tela.[18] O filme encerrou seu circuito nos cinemas arrecadando US$ 31,483,450 nas bilheterias estadunidenses e US$ 45,217,209 em outros países, perfazendo um total mundial de US$ 76,700,659, se tornando um sucesso comercial (comparado com seu orçamento estimado em US$ 15 milhões).[18] Dez por cento de sua receita bruta em seus três primeiros dias em cartaz foram doados pela Universal para um fundo de criação de um memorial às vítimas do Voo 93.

Recepção da crítica editar

United 93 foi um dos filmes mais aclamados pela crítica de 2006. Diversos críticos de cinema como James Berardinelli, Roger Ebert, Michael Medved e Peter Travers rasgaram elogios à produção, com Ebert chamando o filme de "magistral e comovente" e dizendo que "honra a memória das vítimas".[19] Travers o chamou de "um dos filmes mais comoventes do ano", em sua crítica na revista Rolling Stone. Chamando o filme de "doloroso e surpreendentemente probatório", o The A.V. Club incluiu United 93 em uma lista de "Grandes filmes dolorosos demais para assistir duas vezes".[20] Uma das poucas críticas negativas veio de Alex von Tunzelmann, do jornal britânico The Guardian, que deu ao filme uma nota C, argumentando: "United 93 é soberbamente bem feito e autêntico, mas as escolhas que ele faz sobre o que aconteceu no avião, e quem serão os heróis, estão abertas para discussão".[21]

Com uma taxa de aprovação de 90%, o filme possui o "certificado fresco" no site agregador de resenhas online Rotten Tomatoes, obtendo uma nota 8,2 de 10, com base em 212 comentários; seu consenso crítico diz: "Potente e sóbrio, United 93 trata o assunto com respeito, nunca recorrendo ao engrandecimento de Hollywood".[22] No Metacritic, United 93 possui a pontuação 90/100 com base em quarenta comentários, indicando "aclamação universal"[23] O público dos cinemas consultado pelo CinemaScore deu ao filme uma nota média "A-", numa escala de "A+" a "F".[carece de fontes?]

Prêmios e indicações editar

O filme foi indicado aos prêmios Oscar de melhor direção e edição. No entanto, perdeu ambos os prêmios para The Departed. Venceu os BAFTA Film Awards de melhor direção e edição.

Precisão histórica editar

 Ver artigo principal: Voo United Airlines 93
 
Das quatro aeronaves sequestradas em 11 de setembro, o voo 93 da United Airlines foi a única aeronave que não atingiu o alvo pretendido pelos sequestradores

Em United 93, vários eventos tiveram sua ordem cronológica alterada para dar um efeito mais dramático. No filme o líder dos terroristas Ziad Samir Jarrah faz uma ligação telefônica para sua namorada do saguão do aeroporto, quando na realidade ele fez isso ainda em seu quarto de hotel. Também é mostrado que a transmissão de Mohamed Atta dizendo "temos alguns aviões" é ouvida antes do choque do Voo 11 com o WTC, quando na verdade isso ocorreu depois.[26] Em uma entrevista, Ben Sliney disse que Greengrass exagerou outros detalhes para efeito dramático, como ele e vários controladores xingando e gritando quando, em sua memória, a maioria das pessoas falava baixinho na torre de controle de tráfego aéreo.[27]

O filme sugere explicações de por que os sequestradores esperaram 46 minutos após a decolagem para iniciar o sequestro, retratando Jarrah como hesitante e duvidoso, para consternação de seus companheiros sequestradores. O alvo pretendido pelos terroristas do Voo 93 jamais foi confirmado, mas o filme segue uma suposição comum de que seria o Capitólio dos Estados Unidos em Washington, D. C.[28]

A fita do gravador de voz da cabine do voo 93 da United nunca foi tornada pública; no entanto, uma transcrição foi tornada pública após a conclusão do filme, lançando mais luz sobre o que realmente aconteceu nos trinta minutos finais antes da queda do avião. Algumas partes contradizem as escolhas dos cineastas em relação a alguns diálogos e aspectos específicos do evento. Por exemplo, os pilotos, Jason Dahl e LeRoy Homer Jr., são mostrados no filme sendo mortos imediatamente durante o sequestro. Isso foi baseado em evidências documentais do Relatório da Comissão do 11 de setembro, que indica que pelo menos um passageiro relatou em uma ligação de celular ter visto duas pessoas, possivelmente os pilotos, mortos ou feridos no chão fora da cabine após o sequestro.[29] Embora Dahl seja mostrado emitindo um sinal de socorro, Melody Homer afirmou reconhecer a voz de seu marido LeRoy no S.O.S., dando a entender que foi ele quem emitiu o aviso em vez de Dahl.[30][31][32] Devido ao julgamento próximo de Zacarias Moussaoui, a esposa de Jason Dahl, Sandy Dahl, foi incapaz de dizer ao diretor do filme, Paul Greengrass, o que ela acreditava que realmente aconteceu em relação a seu marido.[33][34] Algumas declarações feitas pelos terroristas na transcrição do gravador de voz da cabine,[35] bem como gemidos ouvidos ao fundo no cockpit,[36] levantaram dúvidas de que ambos os pilotos estivessem realmente mortos antes da queda do avião.[37]

Há alguma controvérsia também entre alguns dos familiares dos passageiros e os oficiais de investigação sobre se os passageiros conseguiram arrombar a porta da cabine dos pilotos antes da queda do avião. O Relatório da Comissão do 11 de setembro concluiu que "os sequestradores permaneceram nos controles, mas devem ter julgado que os passageiros estavam a apenas alguns segundos de alcança-los", forçando-os a jogar a aeronave contra o solo. No entanto, muitos familiares dos passageiros, após ouvirem as gravações de áudio, acreditam que os passageiros conseguiram entrar na cabine[38] e lutaram contra os sequestradores pelo controle do manche até os últimos minutos.[39][40]

Retrato de Christian Adams editar

O filme foi criticado por retratar o passageiro alemão Christian Adams como um conselheiro de apaziguamento, a ponto de os passageiros o conterem quando ele tenta alertar os sequestradores, apesar da ausência de qualquer evidência de que o tenha feito. Também foi relatado que a viúva de Adams não cooperou com os cineastas devido à dor emocional.[41] O crítico do jornal britânico The Sunday Times, Cosmo Landesman, refletiu: "Certamente um dos passageiros não ligou para casa para apontar que havia um alemão covarde a bordo que queria ceder?"[42] Erich Redman, que interpretou Adams no filme, afirmou que não pretendia retratar Adams como covarde, mas como um homem que "nunca tomou decisões precipitadas e tudo o que ele fez foi sempre bem pensado".[43]

Ver também editar

Referências

  1. http://www.imdb.com/title/tt0475276/releaseinfo Datas de lançamento do filme - IMDB
  2. A Dark Day Revisited April 10, Newsweek
  3. msnbc
  4. Box Office mojo - United 93
  5. Germain, David. (2006, April 29). FAA official plays self in ‘United 93’ Retrieved September 1, 2022, from https://www.spokesman.com/stories/2006/apr/29/faa-official-plays-self-in-united-93/?amp-content=amp
  6. «Let's Roll! Inside the Making of United 93». Time. 9 de abril de 2006 
  7. Nancy Grace (28 de abril de 2006). «Families of 9/11 Victims Praise 'United 93'». transcripts.cnn.com. Consultado em 21 de junho de 2021 
  8. «United 93» . The Times. 21 de maio de 2006. Cópia arquivada em 3 de junho de 2021. Its part of the most traumatic series of events in American history. So how do you make a film about 9/11s United 93 and keep it real, asks John-Paul Flintoff 
  9. «Flight Deck Solutions». Consultado em 21 de maio de 2006. Cópia arquivada em 21 de maio de 2006 
  10. Burkeman, Oliver (April 28, 2006). "The Day They Hijacked America". The Guardian.
  11. «Director's commentary». United 93 Blu-ray ed.  
  12. Waxman, Sharon (4 de abril de 2006). «Universal Will Not Pull United 93 Trailer, Despite Criticism». The New York Times. Consultado em 17 de março de 2014 
  13. Smith, Sean (9 de abril de 2006). «A Dark Day Revisited». Newsweek. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  14. (April 21, 2006). "9/11 film actor refused visa for US premiere". The Times.
  15. Judd, Terri (April 22, 2006). "America bars Iraqi immigrant who played hijacker in September 11 film" Arquivado em 2015-09-25 no Wayback Machine. The Independent on Sunday.
  16. «MPAA Film Ratings». MPAA.org. Consultado em 10 de junho de 2013. Arquivado do original em 18 de maio de 2013 
  17. Lim, Dennis (April 18, 2006). "A Flight to Remember" Arquivado em 2006-04-26 no Wayback Machine. The Village Voice.
  18. a b «United 93 (2006)». Box Office Mojo. IMDb. 6 de julho de 2006. Consultado em 10 de junho de 2013 
  19. Ebert, Roger (27 de abril de 2006). «United 93 Review». Chicago Sun-Times. Ebert Digital, LLC. Consultado em 7 de julho de 2013. Arquivado do original em 25 de junho de 2013 
  20. «Not Again: 24 Great Films Too Painful to Watch Twice». The A.V. Club. 28 de setembro de 2007 
  21. «United 93: the truth is out there». The Guardian. 11 de março de 2010. Consultado em 5 de junho de 2012 
  22. «United 93». Rotten Tomatoes. Fandango 
  23. «United 93» (em inglês). Metacritic. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  24. United 93 Awards and Nominations at IMDB
  25. United 93 Awards and Nominations at Movie City News
  26. Prince, Stephen (2009). Firestorm: American Film in the Age of Terrorism. [S.l.]: Columbia University Press. ISBN 978-0-231-52008-9 page 110
  27. King, Susan (24 de abril de 2006). «Tragic day, harrowing job». Los Angeles Times. Consultado em 1 de setembro de 2022  Verifique o valor de |url-access=limited (ajuda)
  28. CNN.com – Flight 93 hijacker: "Shall we finish it off?"
  29. The 9/11 Commission Report Arquivado em 2006-12-06 no Wayback Machine, page 13, paragraph 2. Retrieved December 10, 2006.
  30. «'I'm thinking about it all the time,' says Canadian wife of Flight 93 pilot». The Star (em inglês). 29 de agosto de 2011. Consultado em 7 de setembro de 2019 
  31. «United Flight 93 co-pilot's wife says crew wasn't passive». Skift (em inglês). 24 de fevereiro de 2013. Consultado em 7 de setembro de 2019 
  32. Mitchell, John N. «Wife remembers pilot, who died in Flight 93». The Philadelphia Tribune (em inglês). Consultado em 7 de setembro de 2019 
  33. «United pilot's widow defends crew's role in 9/11 / Former flight attendant has been waiting 4 1/2 years to tell of Flight 93's final minutes». Sfgate.com. 13 de abril de 2006. Consultado em 11 de junho de 2021 
  34. Gonzales, Manny (8 de maio de 2016). «Flight 93 tape: Horror, heroics». The Denver Post 
  35. United Flight 93 Cockpit Voice Recorder Transcript Arquivado em 2008-09-14 no Wayback Machine. "Some point to the comment made at 9:45:25 to indicate doubt that both pilots were dead." Retrieved December 10, 2006.
  36. United Flight 93 Cockpit Voice Recorder Transcript Arquivado em 2008-09-14 no Wayback Machine. "There are several unattributed groans recorded at 9:58, before the passenger assault on the cockpit apparently began." Retrieved December 10, 2006.
  37. Vulliamy, Ed (May 27, 2006). "For ONE moment it was possible to dream that the ending would be different' ...'". The Guardian.
  38. «Families of Passengers Question Theory That Hijackers Crashed Flight 93». Foxnews.com. Associated Press. 8 de agosto de 2003. Consultado em 24 de agosto de 2008. Arquivado do original em 4 de julho de 2013 
  39. Emanuel, Mike; Liza Porteus (13 de abril de 2006). «Flight 93 Hijacker: 'We Have a Bomb on Board'». Fox News. The Associated Press. Consultado em 10 de setembro de 2011. Arquivado do original em 15 de outubro de 2011 
  40. «Wives of Passengers on Flight 93». ABC News. 18 de setembro de 2001. Consultado em 10 de setembro de 2011 
  41. Brooks, Xan (June 7, 2006). "United 93 'surrender monkey' defends role in film". The Guardian.
  42. "A terrifying flight back in time" June 04, 2006 The Times
  43. "United 93 actor defends portrayal". BBC.co.uk.

Ligações externas editar