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Como ler uma infocaixa de taxonomiaPato-mergulhão

Estado de conservação
Espécie em perigo crítico
Em perigo crítico
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae
Género: Mergus
Espécie: M. octosetaceus
Nome binomial
Mergus octosetaceus
Vieillot, 1817

O Mergus octosetaceus, popularmente conhecido como pato-mergulhão, é uma ave pertencente à família dos Anatídeos (que inclui marrecas e cisnes), representante da tribo Mergini, e é uma das seis representantes do gênero Mergus octosetaceus.

O pato-mergulhão é uma ave típica de ambiente aquático. Presente na lista entre as 10 aves aquáticas mais ameaçadas do mundo, ele está criteriosamente ameaçada de extinção a níveis nacional e global.[1]

Complementando tais fatos, o pato-mergulhão é considerado uma das raras espécies especializadas em rios de águas rápidas e límpidas, onde permanecem em extensos territórios por todo o ano. É o único dentre as 25 espécies da família que não passa pelo menos uma parte do ano em águas salvadas, fazendo parte do grupo dos patos nadadores.[2]

Características e alimentação editar

O aspecto serrilhado e longo de seu bico ajuda nos mergulhos (de até 30 segundos), onde peixes, como o lambari, são capturados.[3]

É um pato de feições alongadas e possuidor de um longo penacho na cabeça. A cabeça e o pescoço são de cor negra, sendo o resto do corpo mais ou menos acizentados.[3]

É classificado como uma ave ribeirinha, ou seja, ave que anda/vive pelos rios. Os termos equivalentes - ave de área úmida e ave aquática - que distingue grupos de espécies que abarcam no todo, ou em parte, a respeito das aves dependentes de áreas úmidas, também é considerado.[2]

Essa ave acaba se diferenciando dos demais de sua espécie por apresentar inúmeras especializações e adaptações vindos de seus ancestrais marinhos. Apesar de serem pequenos em tamanho, são excelentes nadadores. Apresentam um senso visual apurado, característica essa que possibilita a sua subsistência, através da alimentação por peixes, pequenas enguias (em rios de água cristalina), larvas de insetos e caracóis.

Foi reconhecido como "Simbolo das águas brasileiras" em 26 de março de 2018 foi reconhecido pelo MMA, através da portaria MMA 79, publicado no DOU em: 26/03/2018 | Edição: 60 | Seção: 1.

Habitat editar

Este espécime habita em rios e/ou riachos de águas límpidas, na maioria das vezes compostos por corredeiras e por vegetação nativa em suas margens. Em decorrência dessas características de seu habitat, a ave é reconhecida como espécie "bioindicadora". Ou seja, sua presença anuncia um ótimo estado de preservação dos ambientes. [3]

Os seus locais de reprodução situam-se em rios pouco profundo de corrente rápida, no centro-sul do Brasil. Nidificam em cavidades nas árvores e o mais provável é que seja em cavidades rochosas.

Distribuição geográfica editar

Em sua distribuição original, o pato-mergulhão é encontrado em diversas regiões brasileiras. Além disso, também pode ser encontrado em algumas regiões de países vizinhos, como Paraguai e Argentina. Entretanto, nas últimas décadas, ele tem sido registrado apenas em algumas regiões de Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Uma mínima quantidade da ave foram observadas há mais de dez anos no Paraguai e na Argentina, onde ainda é desconhecido o tamanho das populações.[1]

Esta espécie é totalmente dependente das áreas úmidas do Cerrado brasileiro, especialmente os rios montanhosos e de corredeiras, bem como das florestas ripárias situadas ao longo dos rios.

A região da Serra da Canastra destaca-se como área-chave para a conservação da espécie, uma vez que abriga a sua maior e mais bem conhecida população (dados comprovados através dos intensivos estudos que têm sido realizados a respeito do tema abordado, principalmente, pelo Instituto Terra Brasilis [3]).

É uma das 10 aves aquáticas mais raras e ameaçadas do mundo.[1], e a única com distribuição restrita à América do Sul, não possuindo simpatria com quaisquer parentes próximos.

Localização comprovada editar

O pato-mergulhão possui uma comprovada presença na região da Chapada dos Veadeiros, desde os anos 50. Um das principais fatores de ameaças à sobrevivência desta espécie nesta região, é a alteração de seu habitat.

Apesar dos esforços para a conservação e preservação do pato-mergulhão ter aumentado nos últimos anos, ainda existem muitas questões a serem entendidas, sobretudo no que diz respeito aos fatores que limitam sua distribuição na região da Chapada dos Veadeiros e ao tamanho populacional.[2]

Preservação ambiental e o pato-mergulhão editar

A espécie é excepcionalmente sensível à destruição e perda de ambientes naturais. Por possuir uma necessidade de um habitat extremamente específico, a ave é muito pouco tolerante a impactos no meio-ambiente, sendo a degradação de seu habitat natural caracterizada como a maior ameaça à sua sobrevivência.[4]

Dentre as maiores ameaças a sua sobrevivência, estão a degradação de matas ciliares e a destruição das margens e leitos de cursos d’água, mineração, barragens para geração de energia e outros fins, uso de agrotóxicos em pastagens e lavouras (pois são carregados para os cursos d’água), e atividades turísticas ou esportivas mal planejadas. A retirada da vegetação próxima aos rios e a poluição das águas são os principais problemas ambientais que ameaçam a sobrevivência do pato-mergulhão. Na falta de água limpa e alimento, e sem ações rápidas e efetivas por parte do poder público da sociedade, o pato-mergulhão estará destinado a desaparecer dos rios. Os projetos hidroenergéticos são uma importante ameaça, uma vez que provocam a mudança de rios e córregos dos quais o pato-mergulhão depende, em barragens e lagoas.[4]

As mudanças impostas ao Código Florestal Brasileiro também ameaçam a espécie, uma vez que a lei permite agora menos vegetação nativa nas margens dos rios.

A espécie encontra em perigo crítico de extinção, constando presença na Lista Vermelha da Bahia.[5]

Referências

  1. a b c «Pato-mergulhão pode ser extinto no Tocantins com instalação de usina hidrelétrica». Natureza e Conservação. Consultado em 4 de julho de 2018 
  2. a b c Silveira, Disconzi, Gislaine Maria (6 de março de 2013). «O pato-mergulhão Mergus octosetaceus Vieillot, 1817 e as águas da Chapada dos Veadeiros (GO)» 
  3. a b c d «Pato-mergulhão» 
  4. a b Emanuel, CEMAVE - Antonio. «ICMBio - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres - PATO-MERGULHÃO - EMBAIXADOR DAS ÁGUAS BRASILEIRAS». www.icmbio.gov.br. Consultado em 4 de julho de 2018 
  5. «Lista vermelha da Bahia - Avaliação do Estado de Conservação da Fauna e Flora do Estado da Bahia». www.listavermelhabahia.org.br (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2018 

Ligações externas editar

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