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João Pedro de Andrade

João Pedro de Andrade (Ponte de Sor, 13 de Março de 1902Lisboa, 13 de Fevereiro de 1974) foi dramaturgo, novelista, crítico literário e teatral, ensaísta e tradutor. Ao longo da sua vida de dramaturgo, escreveu 20 peças, algumas ainda inéditas[1][1]. Foi ainda autor de uma novela, de contos, mas a sua actividade literária incidiu principalmente na ensaística sobre poesia, literatura e teatro e na crítica literária e teatral. A objectividade e independência dos seus juízos, a seriedade dos seus propósitos, garantiram-lhe um lugar de relevo no actual panorama das nossas letras[2][2].

Biografia editar

Nasceu em Ponte de Sor a 13 de Março de 1902, filho de José Pedro da Conceição, oficial de diligências, natural de Silves, Algarve, e de Rufina Freire de Andrade, natural de Ponte de Sor. Recebeu o nome de João Pedro da Conceição, tendo mais tarde requerido a alteração para João Pedro Freire de Andrade. Adoptou o nome literário de João Pedro de Andrade. O pai, escrivão da Câmara, morreu cedo e João Pedro de Andrade veio para Lisboa aos 12[3][3] anos de idade com a mãe e cinco das irmãs[4][4]. Sem nunca ter cortado a ligação à sua terra, onde de resto ficara o irmão mais velho, Primo Pedro da Conceição, editor e pai do escritor Garibaldino de Andrade, que em Angola fundou com Leonel Cosme a Imbondeiro, o primeiro grande projecto editorial angolano, foi ali que iniciou as suas lides literárias, colaborando no jornal da família A Mocidade, de 1926 a 1940, data em que a Censura o encerraria. Para além do seu primeiro poema, Beatrice, publicado na Trova Popular, em 1921, é aí que surgem as suas raras experiências poéticas, como O Fogo e a Água. Mais tarde, depois de extinto aquele jornal, colabora fugazmente no Ecos do Sor[2]. Em 1923, com 20 anos, edita o seu primeiro livro de poesia, Castelos, com prefácio de Manuel Ribeiro[5][5]. Até 1937 a sua poesia aparece regularmente em jornais tais como Diário de Lisboa, Seara Nova, Sol Nascente, Ecos do Sul, Mundo Teatral, A Hora, etc.[5] A sua actividade de contista estende-se mais no tempo: inicia-se em 1926, no Domingo Ilustrado, com Torturados e cessa em 1964 com A Vida e a Morte de Anastácio Godinho, editado no Ecos da Forja. Pelo meio ficaram mais de duas dezenas de contos espalhados pelas revistas e jornais Civilização, Trabalho e União, Renovação, O Diabo, A Batalha, etc.[1]

Obras editar

Teatro editar

  • A Ave Branca (4 actos – 1926/27) inédita;
  • Cegos (1 acto – 1928), representada no Conservatório por alunos do professor Araújo Pereira em Julho de 1937, publicada na Colecção Imbondeiro em 1963 e, em tradução para o castelhano, no Suplemento Literário do jornal mexicano El Universal em 1964. Adaptação radiofónica difundida pela Emissora Nacional em 1935;
  • A Outra Face da Vida (1 acto – 1929), representada por amadores na Sociedade Harmonia de Santiago de Cacém em 1934. Inédita como peça teatral, mas publicada na sua versão inicial de conto no jornal Renovação de 1-10-1931;
  • Continuação da Comédia (1 acto – 1931) publicada na revista presença, ano XII, série II, n.º 1, Novembro de 1939, p. 10, no volume Teatro – II, Obras Completas, ed. Acontecimento, Lisboa, 1999, e na antologia Teatro Português de Luiz Francisco Rebello em 1961, excerto publicado em O Teatro Simbolista e Modernista (1890 – 1939), também de Luiz Francisco Rebello, Biblioteca Breve, vol. 40, Instituto de Cultura Portuguesa, Lisboa, 1979. Representada no Pátio das Comédias em 1948 e, numa versão radiofónica de Eduardo Jacques, na Emissora Nacional em 1973;
  • Eva e sua Filha (3 actos – 1930/33), publicada no volume Teatro – III, Obras Completas, ed. Acontecimento, Lisboa, 2000;
  • A Glória dos Césares (3 actos – 1926/33), publicada no volume

Referências editar

  1. JPA Centenário do Nascimento 1902 – 2002, coordenação de João Marques de Almeida, Câmara Municipal de Lisboa, Hemeroteca Nacional, Lisboa, 2004
  2. VAZ, Rodrigues, A Vida e Obra de João Pedro de Andrade, Letras do Alentejo, Revista Alentejana, Ano IV, 2.ª Série, n.º 16, Jul/Ago/Set 2000, pp. 40-41.
  3. O Grande Livro dos Portugueses, Círculo de Leitores, Lisboa, 1990
  4. DIAS, Raul, João Pedro de Andrade, Câmara Municipal de Ponte de Sor, Ponte de Sor, 1993
  5. ALMEIDA, João Marques de, João Pedro de Andrade, Letra Viva, n.º 14, Divisão de Bibliotecas e Documentação, Câmara Municipal de Lisboa.