Usuário(a):Mauro do Carmo/Concílio Vaticano II

O Concílio Ecumênico Vaticano II quis ser um momento de reflexão global da Igreja
sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo.
— JOÃO PAULO II, 1995[1] [2]
II Concílio do Vaticano
Data 11 de Outubro de 19628 de Dezembro de 1965
Aceite por Católicos
Concílio anterior Vaticano I
Concílio seguinte nenhum
Convocado por Papa João XXIII
Presidido por Papa João XXIII, Papa Paulo VI
Afluência 2.540
Tópicos de discussão A missão da Igreja
Documentos
Constituições:
Dei Verbum, Lumen Gentium, Sacrosanctum Concilium, Gaudium et Spes.

Declarações:
Gravissimum Educationis, Nostra Aetate, Dignitatis Humanae.

Decretos:

Ad Gentes, Presbyterorum Ordinis, Apostolicam Actuositatem, Optatam Totius, Perfectae Caritatis, Christus Dominus, Unitatis Redintegratio, Orientalium Ecclesiarum, Inter Mirifica.

Todos os Concílios Ecuménicos Católicos
Portal do Cristianismo

O XXI Concílio Ecumênico Vaticano Segundo (CVII) foi aberto sob o papado de João XXIII no dia 11 de outubro de 1962 e terminado sob o papado de Paulo VI em 8 de dezembro de 1965. Nestes três anos, com grande abertura intelectual se discutiu e regulamentou temas pertinentes à Igreja sempre visando um melhor entendimento de Cristo junto à realidade vigente do homem moderno. Este melhor entendimento de Cristo, foi e é a verdadeira hermenêutica do CVII, hermenêutica que nos dá o verdadeiro espírito de todos os Concílios ecumênicos da Igreja católica. Na homilia de abertura do CVII aos padres conciliares, o Papa da época expõe sua intenção:

Procuremos apresentar aos homens de nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a possam compreender e a ela espontaneamente assentir. Pois somos Pastores..."
(João XXIII, 1962)[3]

O resultado desta procura pela verdade de Deus é sempre um melhor entendimento não só de Deus, mas também de todas as coisas do mundo. Um melhor entendimento, porem, não necessariamente implica em uma negação do que já se sabia. Assim, o CVII com seus resultados não marcou uma ruptura com o passado negando o que já se sabia, muito menos um afastamento das coisas presentes. Mas antes, João Paulo II, o grande, claramente ensina que “... graças ao sopro do Espírito Santo, o Concílio lançou as bases de uma nova primavera da Igreja. Ele não marcou a ruptura com o passado, mas soube valorizar o patrimônio da inteira tradição eclesial, para orientar os fiéis na resposta aos desafios da nossa época. (JOÃO PAULO II, 1995) [1] [2]

Sobre o amor que o católico deve ter para com o CVII editar

Amar a Igreja significa amar a Jesus Cristo, uma vez que
a Igreja é Seu próprio Corpo místico
(cf. PAULO VI, 196? apud FELIPE AQUINO)[4]

Considerando agora que um melhor conhecimento de alguma coisa, sempre possibilita um amor mais perfeito desta tal coisa, se entende também que um melhor conhecimento da Igreja, conduzirá a um amor mais perfeito para com a Igreja.

Ora, os concílios ecumênicos[5] são a forma mais clara de se conhecer a Igreja católica uma vez que eles são a proclamação, disciplinar e dogmática, infalível da Igreja católica para determinada época da história. Assim, amando os concílios ecumênicos e seus ensinamentos, ama-se de modo mais perfeito Aquela que os proclamou, a saber, a Igreja católica.

Agora, entre todos os concílios ecumênicos, o CVII foi o único que refletiu globalmente sobre a própria Igreja, possibilitando ao católico conhecer melhor aquilo o que Ela mesmo é. Neste contexto, o CVII é realmente um super concílio. Assim, quando o católico ama o CVII e seus ensinamentos, ele expressa melhor seu amor para com Cristo em Seu Corpo místico, de maneira mais perfeita, uma vez que este concílio é a proclamação infalível dAquilo que a própria Igreja é. Assim, para o nosso tempo e de forma superabundante, conhecer o CVII é conhecer a Igreja católica, e ama-lo é ama-lA.

O Concílio Ecumênico Vaticano II constitui uma verdadeira profecia para a vida da Igreja; e continuará a sê-lo por muitos anos do terceiro milénio há pouco iniciado. A Igreja, enriquecida com as verdades eternas que lhe foram confiadas, ainda falará ao mundo, anunciando que Jesus Cristo é o único verdadeiro Salvador do mundo: ontem, hoje e sempre!
(o itálico é meu, JOÃO PAULO II, 2000) [6]

Sobre o entendimento que o católico deve ter para com o CVII editar

“ ...podemos hoje, com gratidão, dirigir o nosso olhar
ao Concílio Vaticano II...”
(BENTO XVI, 2005) [7]

Depois de 40 anos do encerramento do CVII, a expressão do Papa Bento XVI, é de gratidão: “Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce todavia, e cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio.

E toda essa gratidão e reconhecimento dos frutos do CVII, se dá no bom católico que quando dócil à Fé que Cristo nos concedeu, se subjuga à Tradição-Católica se subjugando à “Inteligência” da Igreja (conf. Msgr. GEORGE AGIUS, 1928)[8]. Esta Inteligência de Cristo-Igreja é a Tradição-Católica que se expressa verbalmente em Seus ensinamentos, através do vigário de Cristo cá na terra, o Papa. Assim, é a Igreja, através do Papa, que quando se expressando, nos dá a “justa chave de leitura e de aplicação” de todos os documentos passados da Igreja, inclusive dos documentos do CVII. Bento XVI prossegue:

“ ...se [...] lemos e recebemos [o CVII] guiados por uma justa hermenêutica[9], ele pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a sempre necessária renovação da Igreja. (BENTO XVI, 2005)[7]

Esta justa hermenêutica é a Tradição-Católica, ou melhor, a Inteligência de Cristo-Igreja que desde quando criada corre pela história do gênero humano como um rio de graças e dons, nos dando a entender aquilo que se deve entender a respeito de um Deus feito homem. Este Deus é Cristo que como um rio, desde o princípio do advento salvífico, juntamente e igualmente com a Igreja jorra fonte de vida e luz na pessoa humana do católico (conf. BENTO XVI, 2006)[10].

E como que no meio de tanta luz, e tanta graça, o Papa Bento XVI se indaga:

“Surge a pergunta: por que a recepção do Concílio, em grandes partes da Igreja, até agora teve lugar de modo tão difícil? Pois bem, tudo depende da justa interpretação do Concílio ou como diríamos hoje da sua correcta hermenêutica, da justa chave de leitura e de aplicação.” (BENTO XVI, 2005)[11]

E como que limitado à resposta do Papa reinante, Bento XVI, e iluminado pela correta hermenêutica, este texto sobre o CVII prossegue usando da “justa chave de leitura e de aplicação”, abrindo portas para um futuro prometedor.

O 21º. Concílio Ecumênico Vaticano Segundo editar

 
Basílica de São Pedro, Vaticano

Sobre a designação editar

Todos os concílios católicos são nomeados segundo o local onde se deu o concílio episcopal. A numeração indica a quantidade de concílios que se deram em tal localidade. Vaticano II portanto, indica que o concílio ocorreu na cidade-Estado do Vaticano, e o número dois indica que foi o segundo concílio realizado nesta localidade.

Sobre o Concílio editar

Concílio é a reunião das dignidades eclesiásticas e dos teólogos peritos
com o propósito de discutir e regulamentar assuntos da igreja
referente à doutrina e à disciplina.
(trad. minha, Catholic Encyclopedia) [12]

Concílios são, naturalmente, um esforço comum da Igreja, ou parte da Igreja, para a sua própria preservação e defesa.(conf. Catholic Encyclopedia) [13] Assim, quando parte da Igreja se encontra em necessidade, as autoridades eclesiásticas local talvez entendam como sendo prudente a convocação de um concílio. Neste caso, se convoca os Bispos pertinentes ao território que tal concílio pretende abranger. Este concílio, então, obriga a todos os católicos vinculados a este território.

Da mesma forma, existem momentos na história da Igreja, onde a necessidade de defesa se faz de modo universal. Como que atacada por erros ou situações contemporâneas em proporções globais, a autoridade universal da Igreja, na pessoa do Papa, se encontra persuadida a convocar um concílio universal ou global, isto é, um concílio ecumênico.


Documentos editar

Constituições editar

Declarações editar

Decretos editar

Referências editar

  1. a b JOÃO PAULO II, L’Osservatore Romano, 15/10/95, apud Aquinate, Revista Eletrônica de Estudos Tomistas, online 13 de outubro de 2006.
  2. a b PALAVRAS DE JOÃO PAULO II SOBRE O CONCILIO VATICANO II, do site da Cléofas
  3. JOÃO XXIII, Homilia de abertura do concílio Vaticano II aos padres conciliares.
  4. PAULO VI, apud AQUINO, Prof. Felipe, O amor à Igreja, Editora Cléofas, online //Texto original: “...quem não ama a Igreja, não ama Jesus Cristo.”
  5. Para facilitar a leitura, e tornar mais simples a manutenção deste artigo, nesta página, o termo concílios ecumênicos se referirá aos concílios ecumênicos católicos. Caso se deseje mais informação sobre Concílios ecumênicos em geral, visite este link.
  6. JOÃO PAULO II, DISCURSO de JOÃO PAULO II NO ENCERRAMENTO DO CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE A ACTUAÇÃO DOS ENSINAMENTOS CONCILIARES, 27 de Fevereiro de 2000.
  7. a b BENTO XVI, DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AOS CARDEAIS, ARCEBISPOS E PRELADOS DA CÚRIA ROMANA NA APRESENTAÇÃO DOS VOTOS DE NATAL, Vaticano, 22 de dezembro de 2005. //Texto original: “ ...podemos hoje, com gratidão, dirigir o nosso olhar ao Concílio Vaticano II: se o lemos e recebemos guiados por uma justa hermenêutica, ele pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a sempre necessária renovação da Igreja.” Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "21cvii" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  8. Msgr George, D.D. Agius. Tradition and the Church. TAN Books and Publishers, Inc. isbn:0-89555-821-1. //Texto original: Author's Preface: "The descent of the Holy Ghost gave the Church an "Intelect" which is constantly enlightened, susteained and directed to govern the Faithful in an unmistakable way."
  9. Significado do termo "hermenêutica:" //"interpretação," 1678, do Gk. hermeneutikos "interpretando," de hermeneutes "interpretador," de hermeneuein "interpretar," considerado uma derivação do termo ‘Hermes’, divindade guardiã da palestra, da escrita e por fim da eloqüência.
  10. BENTO XVI, Audiência Geral, A comunhão no tempo: a Tradição, Quarta-feira, 26 de Abril de 2006 //Texto original: Concluindo e resumindo, podemos afirmar portanto que a Tradição não é transmissão de coisas ou palavras, uma colecção de coisas mortas. A Tradição é o rio vivo que nos liga às origens, o rio vivo no qual as origens estão sempre presentes. O grande rio que nos conduz ao porto da eternidade. E sendo assim, neste rio vivo realiza-se sempre de novo a palavra do Senhor, que no início ouvimos dos lábios do leitor: "E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos" (Mt 29, 20).
  11. BENTO XVI, DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AOS CARDEAIS, ARCEBISPOS E PRELADOS DA CÚRIA ROMANA NA APRESENTAÇÃO DOS VOTOS DE NATAL, Vaticano, 22 de dezembro de 2005.
  12. Catholic Encyclopedia, General Councils. //Texto original: Councils are legally convened assemblies of ecclesiastical dignitaries and theological experts for the purpose of discussing and regulating matters of church doctrine and discipline.
  13. Catholic Encyclopedia, General Councils.

Ver também


Ligações externas editar

Em português

O Verdadeiro espírito do Vaticano II:
Ligações contra o Concílio Vaticano II:

Em inglês