Vazios urbanos constituem-se normalmente de espaços não construídos e não qualificados como áreas livres no interior do perímetro urbano de uma cidade.[carece de fontes?]

Conceito editar

A definição, no entanto, varia entre diferentes autores: espaços como parques podem eventualmente ser considerados "vazios urbanos" em algumas definições e noutras não, visto que constituem-se de espaços urbanos com função social. Da mesma forma, também podem ser considerados "vazios urbanos" grandes vazios demográficos em áreas urbanas densamente construídas - o que rompe que a idéia de que "vazio urbano" seja um espaço sem construção alguma.[carece de fontes?]

Processos como os de gentrificação, degradação e abandono do Estado de algumas regiões urbanas levam à sua desocupação parcial ou total, ou à substituição do perfil populacional, reduzindo as densidades locais. Desta forma, áreas que antes eram densamente ocupadas podem vir a se transformar em vazios populacionais no interior das cidades.[carece de fontes?]

Grandes espaços efetivamente vazios também podem ser resultado da transformação de usos urbanos, como os de antigas áreas ferroviárias, portuárias e fabris. Em cidades que passaram por alteração do perfil econômico nas últimas décadas do século XX (especialmente naquelas de perfil industrial que passaram a apresentar caráter predominantemente terciário), notam-se normalmente grandes espaços abandonados e estruturas construídas vazias, como galpões, páteos de manobra e logística, docas, entre outros, que agora não mais possuem função e encontram-se ociosos. Na bibliografia anglófona, tais regiões costumam ser chamadas brownfields.[carece de fontes?]

O conceito de vazio urbano pode ser aplicado aos terrenos ociosos que surgem devido a loteamentos criados em áreas distantes, em descontinuidade com o núcleo urbano. Tal forma de loteamento propicia uma espécie de especulação fundiária para os donos dos vazios criados – às vezes, os mesmos donos dos loteamentos distantes – uma vez que há ganho sem investimento.[1][2]

Vazios urbanos demográficos editar

Países periféricos editar

Metrópoles brasileiras editar

 
Vandalismo em um edifício do Centro de São Paulo, a região menos populosa da cidade e aquela com maior índice de vacância imobiliária.

O centro de São Paulo, por exemplo, pode ser tomado como um caso paradigmático de "vazio demográfico", quando comparado a alguns bairros periféricos. A população de baixa renda tem sofrido pressão econômica, dado o aumento do preço da terra nas áreas centrais e pericentrais, para que passasse a ocupar áreas cada vez mais periféricas, como aquelas dos extremos Leste e Sul. Enquanto a região central possui 374.002 habitantes, a Zona Leste(englobando as três divisões que a mesma possui) conta com 4.244.882 habitantes (ou seja, se fosse uma cidade, seria a 3ª mais populosa do Brasil), a zona sul (englobando sua divisões em sul e centro-sul) possui 2.770.396 habitantes, a zona norte (englobando sua subdivisões) conta com 2.404.604 habitantes e a zona oeste com 888.623 habitantes. Os dados demográficos do IBGE e de instituições como SEADE e Emplasa indicam a origem da situação: nos últimos anos o decréscimo populacional na zona central chegou a 20% e, ao mesmo tempo, um aumento de 25% na população da zona sul,[3] que adensa-se ainda mais. Este fenômeno está associado ao aumento do número de favelas e de ocupação irregular de mananciais, visto que tais populações não têm acesso às terras urbanizadas formais. Algumas das áreas centrais, no entanto, passam a apresentar baixos índices de densidade e ocupação imobiliária, podendo vir a ser configuradas como "vazios".[carece de fontes?]

Outras metrópoles que sofreram com o esvaziamento populacional das áreas centrais foram Rio de Janeiro e Salvador. No caso da capital fluminense, a população mais carente migrou para outras áreas da cidade, aumentando muito o número de favelas, apesar de se manterem próximos ao centro alguns bolsões de pobreza.[carece de fontes?]

Países centrais editar

Metrópoles estadunidenses editar

Em Nova Iorque, a população mais carente vive em conjuntos habitacionais, edifícios mais simples ou guetos na ilha de Manhattan, no centro da cidade, e no distrito de Bronx, o mais pobre e violento da cidade. Enquanto os habitantes de maior renda vivem em subúrbios, muitas vezes em cidades vizinhas, além daqueles que habitam os grandes edifícios de luxo da região central.[carece de fontes?]

Referências

  1. DOZENA, A. São Carlos e seu 'desenvolvimento': contradições urbanas de um pólo tecnológico. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo, 2001. [1].
  2. SINGER, P. Uso do solo urbano na economia capitalista. In: MARICATO, E. (Org.). A produção capitalista da casa (e da cidade) no Brasil industrial. 2a ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1982. [1a ed., 1979, link.]
  3. Dados baseados na comparação entre os Censos do IBGE de 1991 e de 2000.

Bibliográficas editar

  • VILLAÇA, Flávio; Espaço intra-urbano no Brasil; São Paulo: Nobel, 1998
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