O templo Shoshazan Engyō-ji, localizado em Himeji, no Japão, foi um dos locais utilizados para a realização do seppuku na cinematografia ocidental.

A prática do seppuku tem sido bastante referenciada na literatura e cinema japonês, como no livro Taiko (1992), de Eiji Yoshikawa; os filmes Humanidade e Balões de Papel (1937) e Rashomon (1950).[1][2] O diretor japonês, Masaki Kobayashi, produziu o filme Harakiri (1962), sendo uma adaptação da história de Ibunronin ki e publicada em Sandi mainichi (1958), por Yasuhiko Takiguchi.[3] Visando fazer uma crítica ao Japão feudal no século XVII, o filme centraliza o tema a consumação do suicídio de um samurai, rendendo-lhes o Prêmio do Júri do Festival de Cannes, em 1963.[4] No romance Xogun – A Gloriosa Saga do Japão (1975), escrito por James Clavell, o ritual é descrito de forma detalhada;[5] com base nele foi criada a minissérie Xogun (1980), com a narrativa através da perspectiva ocidental.[6] No século XXI, o ritual na cinematografia ocidental é mais retratada, como na série animada, Samurai Jack (2001–04);[7] nos filmes O Último Samurai (2003) e 47 Ronin (2013), estrelados por Tom Cruise e Keanu Reeves, respectivamente.[8][9]

No teatro, o seppuku é um tema recorrente, tanto no Bunraku — caindo no gosto popular —, quanto no Kabuki e Noh, sendo apreciados pela classe intelectual.[10][11][12] Um exemplo é a peça Chūshingura, de Kanadehon Chūshingura, uma obra literária dramática clássica do teatro kabuki japonês, sendo adaptado no filme Os Vingadores (1962).[13] Este drama foi adaptado de um original escrito em meados do século XVIII com marionetas, por Takeda Izumo, Namiki Sōsuke (Senryū) e Miyoshi Shōraku; sendo apresentado em público pela primeira vez em 1748, no teatro Takemoto-za, em Osaka, narrando em 11 atos os incidentes que ocorreram entre 1701 e 1703, dos 47 rōnins.[14] Devido a grande extensão do drama, foram produzidas várias versões mais curtas. Também foi a base para várias adaptações, chegando a ser publicada uma tradução de Donald Keene, Chūshingura: The Treasury of Loyal Retainers (1971).[15]

  • A opera Madame Butterfly de Puccini
  • Le jardin de Kanashima (1964) de Pierre Boulle, romance de ficção científica sobre a corrida para a lua. Os cosmonautas japoneses vão à lua, mas sabendo que não podem regressar, cometem haraquiri.
  • No filme O último samurai (um filme realizado por Edward Zwick em 2003), o general Hasegawa e o samurai Katsumoto (que serviu como kaishakunin para o general) comentem seppuku depois de perderem uma batalha. Algren, o protagonista da história torna-se amigo e irmão de arma do general, servindo-o simbolicamente (mas não no sentido estrito) enquanto kaishakunin.
  • No filme Feliz Natal, Mr. Lawrence (1983) de Nagisa Oshima.

Referências

  1. Alastair Phillips; Julian Stringer (2007). Japanese Cinema: Texts And Contexts. [S.l.: s.n.] p. 57 
  2. Kamir (2005). Framed: Women in Law and Film. [S.l.: s.n.] p. 64 
  3. «Harakiri (1963)». tcm.com. Consultado em 16 de abril de 2019 
  4. «Cannes Film Festival». IMDb. Consultado em 16 de abril de 2019 
  5. William Beamon (15 de setembro de 1980). «Shogun: $20-Million Samurai Saga Sprang from a Single Textbook Line». Evening Independent. Consultado em 16 de abril de 2019 
  6. Paul Mavis (14 de março de 2011). «Shogun - 30th Anniversary Edition». DVDTalk. Consultado em 16 de abril de 2019 
  7. Eric Thurm (23 de abril de 2017). «Samurai Jack takes a backseat to Ashi in a contemplative, thrilling episode». The A.V. Club. Consultado em 16 de abril de 2019 
  8. John Patterson (8 de dezembro de 2003). «Tom Cruise cuts a dash in The Last Samurai». The Guardian. Consultado em 16 de abril de 2019 
  9. The Editors of Encyclopædia Britannica (14 de abril de 2019). «47 rōnin». Encyclopædia Britannica. Consultado em 16 de abril de 2019 
  10. The Editors of Encyclopædia Britannica. «Bunraku». Encyclopædia Britannica. Consultado em 17 de abril de 2019 
  11. The Editors of Encyclopædia Britannica. «Kabuki». Encyclopædia Britannica. Consultado em 17 de abril de 2019 
  12. The Editors of Encyclopædia Britannica. «Noh». Encyclopædia Britannica. Consultado em 17 de abril de 2019 
  13. «Chûshingura (1962)». IMDb. Consultado em 17 de abril de 2019 
  14. The Editors of Encyclopædia Britannica. «Chushingura». Encyclopædia Britannica. Consultado em 17 de abril de 2019 
  15. Ph.D., Constantine Nomikos Vaporis (2019). Samurai: An Encyclopedia of Japan's Cultured Warriors. [S.l.]: ABC-CLIO. p. 59-60. 511 páginas. ISBN 9781440842719