Vítor Bonaparte
Vítor Napoleão, 4.º príncipe titular de Montfort (Napoleão Víctor Jerónimo Frederico), (18 de julho de 1862 - 3 de maio de 1926) foi o pretendente Bonaparte ao trono francês entre 1879 e a sua morte em 1926. Era conhecido por Napoleão V entre os seus apoiantes.
Víctor Bonaparte | |
---|---|
Príncipe Napoleão | |
Chefe da Casa Bonaparte | |
Reinado | 1 de junho de 1879 a 3 de maio de 1926 |
Antecessor(a) | Napoleão Eugénio, Príncipe Imperial |
Sucessor(a) | Luís Bonaparte, Príncipe Napoleão |
Nascimento | 18 de julho de 1862 |
Palais Royal, Paris, França | |
Morte | 3 de maio de 1926 (63 anos) |
Bruxelas, Bélgica | |
Sepultado em | Capela Imperial de Ajaccio, Ajaccio, França |
Nome completo | |
Napoleão Víctor Jerónimo Frederico | |
Cônjuge | Clementina da Bélgica |
Descendência | Maria Clotilde Bonaparte Luís Bonaparte |
Casa | Bonaparte |
Pai | Napoleão José Carlos Paulo Bonaparte |
Mãe | Maria Clotilde de Saboia |
Religião | Católica |
Brasão |
Primeiros anos editar
Vítor nasceu no Palais Royal de Paris durante o Segundo Império Francês, filho do príncipe Napoleão José Carlos Paulo Bonaparte e da sua esposa, a princesa Maria Clotilde de Saboia, filha do rei Vítor Emanuel II da Itália. Tinha um irmão e uma irmã mais novos, o príncipe Luís Bonaparte e a princesa Maria Letícia Bonaparte, depois duquesa de Aosta. Quando nasceu estava no terceiro lugar de sucessão ao trono, atrás do príncipe imperial e do seu pai. O império terminou no final de 1870 com a abdicação do imperador Napoleão III.
Herdeiro Bonaparte editar
Foi nomeado chefe da Casa de Bonaparte aos dezoito anos de idade no testamento de Napoleão Eugénio, príncipe imperial, que morreu em 1879, e então tornou-se Napoleão V para os seus apoiantes, embora muitos defensores dos Bonaparte preferissem o seu irmão mais novo, Luís, um coronel na Guarda Imperial Russa.[1] A decisão do príncipe imperial de ignorar o pai de Vítor fez com que pai e filho virassem as costas durante o resto da vida. Em Maio de 1886, a República Francesa expulsou os príncipes das antigas dinastias reinantes e, por isso, Vítor partiu para o exílio na Bélgica.[2]
Caso Dreyfus editar
Quando o presidente Félix Faure morreu durante o Caso Dreyfus, várias facções políticas tentaram tirar proveito da desordem que se instalou e o príncipe Vítor anunciou a uma delegação do comité imperialista que iria pôr em marcha uma tentativa de restaurar o Império Francês quando achasse a altura era favorável. Para conseguir este feito, Vítor anunciou que se iria colocar à frente do movimento com o seu irmão, o príncipe Luís. Sobre o irmão disse que este traria "às forças Bonapartistas o seu prestigio e o seu talento militar, bem como a sua posição no exército da Rússia". O duque de Orleães, o pretendente rival ao trono, também tinha forças disponíveis e estas estavam prontas para atravessar a fronteira francesa ao mesmo tempo que as forças Bonapartistas. No final, nunca chegou a haver uma revolução e a Terceira República Francesa sobreviveu a uma das suas crises mais graves.[1]
Morte editar
O príncipe Vítor morreu a 3 de Maio de 1926 em Bruxelas. O escritor francês Charles Maurras comentou que, durante o seu período como pretendente ao trono francês, Vítor não propôs qualquer ideia nova a partir de 1884 nem apresentava uma alternativa radical ao governo republicano.[3] Foi sucedido na sua pretensão ao Bonapartista pelo seu único filho varão, o príncipe Luís.
Casamento e Descendência editar
Vítor casou-se a 10 de Novembro de 1910 em Moncalieri com a princesa Clementina da Bélgica, filha do rei Leopoldo II da Bélgica e da arquiduquesa Maria Henriqueta da Áustria. Tiveram dois filhos:
- Maria Clotilde Bonaparte (20 de Março de 1912 - 14 de Abril de 1996), casada com o conde Serge de Witt; com descendência.
- Luís Bonaparte, Príncipe Napoleão (23 de Janeiro de 1914 - 3 de Maio de 1997), casado com Alix de Foresta; com descendência.
Genealogia editar
Vítor Bonaparte | Pai: Napoleão José Carlos Paulo Bonaparte |
Avô paterno: Jerónimo Bonaparte |
Bisavô paterno: Carlo Maria Bonaparte |
Bisavó paterna: Maria Letícia Ramolino | |||
Avó paterna: Catarina de Württemberg |
Bisavô paterno: Frederico I de Württemberg | ||
Bisavó paterna: Augusta de Brunswick-Wolfenbüttel | |||
Mãe: Maria Clotilde de Saboia |
Avô materno: Vítor Emanuel II da Itália |
Bisavô materno: Carlos Alberto da Sardenha | |
Bisavó materna: Maria Teresa da Áustria | |||
Avó materna: Adelaide da Áustria |
Bisavô materno: Ricardo José da Áustria | ||
Bisavó materna: Isabel de Saboia |