Victor Nussenzweig

parasitólogo, pesquisador e professor universitário

Victor Nussenzweig (São Paulo, 11 de fevereiro de 1928) é um parasitologista brasileiro. Fez contribuições importantes para a pesquisa da malária e leciona na Universidade de Nova Iorque.

Victor Nussenzweig
Nascimento 11 de fevereiro de 1928
São Paulo
Cidadania Brasil
Cônjuge Ruth Sonntag Nussenzweig
Filho(a)(s) Michel Claudio Nussenzweig
Alma mater
Ocupação parasitologista, professor universitário
Prêmios
Empregador(a) Universidade de Nova Iorque

Formação e carreira editar

Victor Nussenzweig nasceu em São Paulo em 1928 e começou a estudar medicina na Universidade de São Paulo no final da década de 1940. Lá conheceu sua futura mulher e parceira de pesquisa Ruth Sonntag Nussenzweig, que havia fugido da Áustria nazista com seus pais em 1939. Juntos, sob a direção do professor Samuel Pessoa, voltaram-se para a parasitologia, inicialmente pesquisando a doença de Chagas, descobrindo que a violeta de genciana mata o patógeno Trypanosoma cruzi. Victor Nussenzweig terminou seus estudos médicos em 1953, cinco anos depois doutorou-se e depois trabalhou como professor assistente na Universidade de São Paulo. Seu trabalho em São Paulo só foi interrompido por uma estadia de pesquisa em Paris de 1958 a 1960.

Em 1963 Nussenzweig e sua mulher iniciaram outro período de pesquisa na Universidade de Nova Iorque (NYU), nos Estados Unidos. No entanto, devido ao Golpe de Estado no Brasil em 1964, o casal não retornou ao Brasil permanentemente, passando a pesquisar e ensinar em Nova York. Em 1965 ambos foram nomeados professores assistentes na NYU, e posteriormente pesquisaram tópicos diferentes pela primeira vez. Victor Nussenzweig pesquisou o sistema do complemento, mas logo se juntou às pesquisas de sua mulher sobre malária. Em 1971 tornou-se professor titular antes de se tornar Hermann M. Biggs Professor of Preventive Medicine em 1987. Ele ainda mantém essa posição na Universidade de Nova Iorque, mesmo após sua aposentadoria.

Trabalho científico editar

Victor Nussenzweig passou a maior parte de sua carreira científica pesquisando a malária, em particular desenvolvendo uma potencial vacina contra a malária. Para isso, ele e sua mulher estudaram a biologia do plasmódio, o agente causador da malária. Em 1980 a dupla descobriu uma proteína nos esporozoítos de plasmódio, a que deram o nome de Circumsporozoite Protein (CSP). Após a clonagem molecular e sequenciamento de DNA da proteína, levou a uma série de avanços na pesquisa da malária e abriu o caminho para a RTS,S, uma das primeiras vacinas. A RTS,S usa a proteína descoberta pelos Nussenzweigs como antígeno na vacinação. Além disso, Nussenzweig lida com a resposta imune humana ao plasmódio, por exemplo, o efeito de linfócitos T secretores de interferon-γ no fígado.[1]

Honrarias editar

Em 1985 Nussenzweig dividiu com sua mulher o Prêmio Carlos J. Finlay. Além disso, recebeu um doutorado honorário da Universidade do Chile em 1993. Em 1998 foi eleito para a Academia Brasileira de Ciências,[2] bem como para a Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos em 2002. Em 2015 recebeu o Warren Alpert Foundation Prize junto com sua mulher.

Família editar

Com sua mulher Ruth Sonntag Nussenzweig, Victor Nussenzweig tem três filhos, todos seguindo o exemplo científico de seus pais: os médicos Michel Claudio Nussenzweig e André Nussenzweig, e a antropóloga Sonia Nussenzweig.

Referências

Ligações externas editar