Freguesia do Ó

distrito da cidade de São Paulo
 Nota: Este artigo é sobre o distrito. Para o bairro, veja Freguesia do Ó (bairro).

Freguesia do Ó é um distrito localizado na zona noroeste do município de São Paulo, que servia de caminho entre a cidade e a região de Campinas e Jundiaí, no interior do estado brasileiro de São Paulo. É conhecido pela igreja matriz, que foi a primeira igreja a ser construída, por ser distrito (freguesia) mais antigo da capital paulistana e por abrigar a escola de samba Sociedade Rosas de Ouro, heptacampeã do carnaval paulistano.[1]

Freguesia do Ó
Freguesia do Ó
Área 10,50 km²
População (28°) 264.000 hab. (2019)
Densidade 89,5 hab/ha
IDH 0,850 - elevado (50°)
Subprefeitura Freguesia do Ó/Brasilândia
Região Administrativa Norte
Área Geográfica 1 (Noroeste)
Distritos de São Paulo

Etimologia editar

 
Igreja de Nossa Senhora do Ó.

A denominação de "freguesia" foi dada ao distrito a partir de um decreto da rainha de Portugal, Dona Maria I, em 15 de setembro de 1796, quando a Vila de São Paulo contava com apenas uma freguesia - a da Sé. No regime do "Padroado", ao dividir a Freguesia da Sé em três partes, ficou assim constituída a Vila do São Paulo: Freguesia da Sé, Freguesia da Penha e Freguesia de Nossa Senhora do Ó. O termo "Freguesia" vem da mudança aportuguesada do latim; "Filii Eclaesia" - Filhos da Igreja - que é a forma de "pertença", hoje denominada "Paróquia"[2].

A honraria foi a única que se manteve no nome oficial dentre os distritos paulistanos, e que foi concedida como uma forma de divisão do Episcopado, facilitando assim a vida dos fiéis moradores de regiões longínquas, que não mais precisariam se deslocar por horas para receberem amparo religioso. Os demais distritos, como o Brás, Penha e Santo Amaro, aos poucos deixaram de usá-lo nos nomes, e a Freguesia de Nossa Senhora do Ó passou a ser chamada simplesmente de "Freguesia do Ó".

História editar

A região da Freguesia do Ó foi povoada em 1580, quando o bandeirante Manuel Preto tomou posse do lugar com sua família e índios escravos. Seu primeiro nome Citeo do Jaragoá e suas terras incluíam o Pico do Jaraguá (onde se acreditava haver ouro), além das terras correspondentes aos atuais bairros de Pirituba e Limão.

Em 1610, Manuel Preto solicitou à sede da paróquia autorização para erguer uma capela em honra de Nossa Senhora do Ó, que deu nome ao lugar. Manuel e sua esposa, Águeda Rodrigues, após obterem despacho favorável em 29 de Setembro de 1615, ao requerimento de provisão que fizeram, pelo motivo de não poderem cumprir suas obrigações religiosas na Vila de São Paulo, juntamente com sua gente, iniciaram a construção da capela dedicada à virgem sob a denominação de Nossa Senhora da Esperança ou da Expectação[3].

Um século e meio depois, em 1796, foi inaugurada a nova igreja dedicada à Virgem do Ó, construída onde hoje se situa o "Largo da Matriz Velha", e se tornou Paróquia pelo alvará de constituição de 15 de Setembro de 1796, concedido pela Rainha de Portugal[4].

A cultura da cana-de-açúcar foi muito praticada na região, principalmente para a produção de aguardente. Inúmeros alambiques asseguravam a produção de fina cachaça, conhecida como caninha do Ó. Outras culturas de subsistência foram também praticadas, como café, mandioca, algodão, milho e legumes. Durante muitos anos, o distrito foi considerado como pertencente ao chamado "Cinturão Verde" da Capital Paulista. O plantio de cana-de-açúcar foi a principal atividade rural da região até a metade do século XX, antes da expansão da urbanização da cidade.

Na década de 50, o distrito foi conectado à cidade, com a construção da Ponte da Freguesia do Ó. Na década de 1970, a administração do prefeito Olavo Setúbal abriu as avenidas Inajar de Sousa e General Edgard Facó, e nelas, realizou a canalização dos rios Cabuçu e Verde (respectivamente).

No ano de 1996, criou-se a Associação Amigos do Ó, cujas conquistas incluem ter transformado um terreno abandonado em uma praça que leva o nome dessa associação. Em 2015, iniciou-se a construção da Estação Freguesia do Ó, parte da futura Linha 6 do metrô, na Vila Arcádia.

Demografia editar

Atualmente, o distrito sofre um aumento do ataque especulativo de empresas construtoras. Um dos motivos se deve justamente à presença de terrenos descampados e casas velhas simples, de baixo valor comercial, em comparação a outros locais da cidade. Isto se deve em grande parte a retificação pela qual o Rio Tietê passou, durante a administração do prefeito Prestes Maia, com as obras que abriram as avenidas Inajar de Sousa e General Edgard Facó nos anos 80, e posteriormente.

Evolução demográfica do distrito da Freguesia do Ó [5]

Bairros editar

Além do bairro da Freguesia do Ó, o distrito é formado por pelo menos 64 outros bairros, possuindo uma população de classe média e média-alta, além de alguns bolsões de pobreza. Em 2008, cerca de 4,5% dos domicílios encontravam-se em regiões de favelas.

Abaixo, segue a relação de bairros do distrito da Freguesia do Ó[6]:

Bairros que terão estações da futura Linha 6 do Metrô de São Paulo:

Distritos limítrofes editar

Ver também editar

Referências

  1. Freguesia do Ó completa 438 anos Agência Mural. Pesquisa em 20/11/19
  2. Camargo, Benedito (28 de agosto de 2013). «Os grandes Personagens de nossa História». "Portal do Ó". Consultado em 17 de fevereiro de 2021 
  3. Paróquia de Nossa Senhora do Ó Pesquisa em 03/01/16
  4. Marcildo, Maria Luiza (1973). A Cidade de São Paulo: povoamento e população, 1750-1850. São Paulo: Pioneira 
  5. «Tabelas» 
  6. «Histórico | Subprefeitura Freguesia Brasilândia | Prefeitura da Cidade de São Paulo». www.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 9 de outubro de 2020 

Ligações externas editar