Vinhoto, vinhaça, tiborna ou restilo é o resíduo malcheiroso que resta após a destilação fracionada do caldo de cana-de-açúcar (garapa) fermentado, para a obtenção do etanol (álcool etílico). [1]Para cada litro de álcool produzido, 13 litros de vinhoto são deixados como resíduo, que pode se apresentar na forma liquida ou pastosa.[2]

Cana-de-açucar onde é aproveitado o vinhoto para fertilização

Quando jogado nos rios constitui uma séria fonte de poluição. Pode, no entanto, ser aproveitado como fertilizante ou na produção de biogás.

Empregado na lavoura como substituto de fertilizantes, ou na pecuária como complemento de alto teor proteico da ração animal. Algumas usinas de açúcar e álcool aplicam vinhaça em mais de 70% da sua área de cultivo de cana de açúcar[3].

Além disso, a vinhaça tem sido aproveitada para a formulação de soluções nutritivas usadas na hidroponia[1] e na formulação de meios de cultura usados para a propagação de plantas in vitro (Cultura de tecidos vegetais) [4].

(KCV1 e KCV5) Vinhaça usada na formulação de um meio de cultura para alongamento e enraizamento in vitro de Oncidium leucochilum (orquídea), (KC) Meio Knudson C usado como controle. Para a formulação dos meios de vinhaça foi usada uma diluição de 2,5% de vinhaça. Esses meios de cultura não continham reguladores de crescimento vegetal. (SILVA et al., 2014).

Outro uso da vinhaça é a sua utilização como meio de cultura para algas[5]. Além disso, após o cultivo da alga, a vinhaça têm sua toxicidade fortemente reduzida, devido a diminuição de compostos fenólicos consumidos pela alga[5].

Impactos ambientais editar

O poder poluente do vinhoto em lagos e cursos d'água, corresponde a cerca de cem vezes o potencial de poluição apresentado pelo esgoto doméstico lançado nesses mesmos ambientes. Isto ocorre em função da sua ampla disponibilidade de matéria orgânica, pH ácido, elevada corrosividade e altos índices de demanda bioquímica de oxigênio, a qual varia entre 20.000 a 35.000 mg/l. Além disso, a elevada temperatura na saída dos destiladores intensifica os danos caso lançado sem resfriamento[3].

Deste modo, sem o tratamento adequado, esse subproduto da produção sucro-alcooleira pode ser considerado altamente nocivo à fauna, flora, microfauna e microflora das águas doces[3].

Referências

  1. a b Santos, JD, Lopes da Silva AL, da Luz-Costa J, Scheidt GN, Novak AC, Sydney EB,, Soccol, CR. «Development of a vinasse nutritive solution for hydroponics». Journal of Environmental Management. doi:doi:10.1016/j.jenvman.2012.10.045 Verifique |doi= (ajuda). Consultado em 25 de novembro de 2014 
  2. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - "Adubação: resíduos alternativos"
  3. a b c «Uso da vinhaça na cultura da cana-de-açúcar | novaCana.com». www.novacana.com. Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  4. Silva ALL,; Costa JL, Gollo AL, Santos JD, Forneck HR, Biasi LA, Soccol VT, Carvalho JC, Soccol CR (2014). «Development of a vinasse culture medium for plant tissue culture» (PDF). Pakistan Journal of Botany. 46 (6): 2195-2202. Consultado em 15 de dezembro de 2014 
  5. a b Gollo AL,; SILVA ALL, LIMA KKD, COSTA JL, CAMARA MC, BIASI LA, RODRIGUES C, VANDENBERGHE LPS, SOCCOL VT, SOCCOL CR (2016). «Developing a plant culture medium composed of vinasse originating from Haematococcus pluvialis culture» (PDF). Pakistan Journal of Botany. 48 (1): 295-303. Consultado em 27 de fevereiro de 2015 
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