Waldeck Carneiro

político brasileiro
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Waldeck Carneiro da Silva, (Rio de Janeiro, 15 de maio de 1965), é um bibliotecário, professor e político brasileiro, filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).[1]

Waldeck Carneiro da Silva
Dados pessoais
Nascimento 15 de maio de 1965 (58 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Irene Carneiro da Silva
Pai: Waldemar Luiz da Silva
Partido PT (2003-2022)
PSB (2022-presente)
Profissão Professor

Biografia editar

É Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), da qual foi Diretor eleito e reeleito no período de 1999-2004, e do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Educação da mesma universidade, desde 1998. Coordena o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Educação (GRUPPE/UFF/CNPq). Doutor em Ciências da Educação (área de Sociologia da Educação) pela Universidade Paris V (Sorbonne) e autor de várias publicações, principalmente na área de política educacional. Foi vereador por três vezes em Niterói pelo Partido dos Trabalhadores. Foi Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Formação Profissional e Vice-Presidente da Comissão de Educação e Cultura na Câmara Municipal da cidade.[2]. Também em Niterói, foi Secretário de Educação (2005-2008), na gestão do Prefeito Godofredo Pinto,[3] e Secretário de Educação Ciência e Tecnologia (2013-2014), na gestão do Prefeito Rodrigo Neves.[4]

Em seu primeiro mandato como deputado estadual,[5] atuou como Presidente da Comissão de Economia, Indústria e Comércio[6] e foi membro das Comissões de Tributação, Controle da Arrecadação Estadual e Fiscalização dos Tributos Estaduais e da Comissão de Educação.[7] Também presidiu a Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular e Solidária[8] e foi membro do Conselho Estadual de Economia Solidária, tendo participado na elaboração e publicação, entre 2016 e 2017, do Plano Estadual de Economia Solidária.[9] Por sua iniciativa, em 03 de agosto de 2017, foi criado o Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro, na ALERJ.[10] Em 24 de maio de 2018, aprovou projeto que alterou o nome do Fórum em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco.[11]

Foi eleito deputado estadual no Rio de Janeiro em 2014 para o mandato 2015–2019. Na polêmica votação que elegeu Domingos Brazão para o Tribunal de Contas do Estado, esteve ausente.[12]

Nas eleições de 2018, Waldeck Carneiro foi reeleito deputado estadual para a 12ª legislatura (2019–2023) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). No pleito, como candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Waldeck obteve 31.358 votos.[13][14]

Em 2022, Waldeck deixou o PT e se filiou ao Partido Socialista Brasileiro,[15] pelo qual concorreu a deputado federal nas eleições. Teve sua candidatura inicialmente indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), devido à reprovação das contas de sua gestão na secretaria de educação de Niterói em 2013,[16] mas o tribunal reverteu a decisão e deferiu seu registro.[17] Recebeu 27.879 votos, não sendo eleito e se tornando o segundo suplente de Eduardo Bandeira de Mello.[18]

Controvérsias editar

Relatório sobre transações bancárias suspeitas editar

Em dezembro de 2018, veio à tona um relatório de 422 páginas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que havia sido anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que origem à Operação Furna da Onça e que ganhou grande repercussão nacional por envolver um ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.[19] O documento reúne informações a respeito de operações bancárias de 75 funcionários e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) citadas em comunicados sobre transações financeiras suspeitas. As operações suspeitas, que envolvem pessoas que trabalham ou trabalharam em 20 gabinetes de deputados estaduais do Rio de Janeiro de diferentes matizes ideológicas, totalizam mais de R$ 207 milhões.[20][21][a]

O relatório do Coaf apontou que funcionários do gabinete de Waldeck Carneiro na Alerj movimentaram um total de R$ 0,7 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Em discurso no plenário da Alerj, Waldeck declarou que todos que trabalham com ele não têm problemas em prestar esclarecimentos sobre qualquer assunto e que ele e seus assessores se colocam à disposição do Coaf.[22][21] Já o Ministério Público Federal, em nota, esclareceu que nem todas as movimentações atípicas citadas no documento seriam, necessariamente, ilícitas.[23]

Notas e referências

Notas

  1. Para mais informações acerca das movimentações atípicas apontadas pelo relatório do Coaf, veja a subseção Operação Furna da Onça#Relatório sobre transações bancárias suspeitas.

Referências

  1. ALERJ. «Waldeck Carneiro». Consultado em 20 de dezembro de 2016 
  2. Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. «Deputado Waldeck Carneiro». ALERJ. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  3. Uff (14 de novembro de 2006). «Reitor Umberto Salles é empossado em Brasília». Consultado em 4 de agosto de 2018 
  4. Prefeitura de Niteroi (25 de janeiro de 2013). «Durante visita à Secretaria de Educação, prefeito de Niterói anuncia plano de metas para o setor». Prefeitura de Niteroi 
  5. Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. «Deputados Quem são». ALERJ. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  6. CDL Volta Redonda (10 de julho de 2017). «CDL-VR participa de reunião na Alerj para discutir demandas do setor varejista». Consultado em 4 de agosto de 2018 
  7. Berenice Seabra Jornal Extra (6 de fevereiro de 2017). «Jorge Picciani define a composição das 36 comissões permanentes da Alerj». Consultado em 3 de agosto de 2018 
  8. Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (14 de maio de 2018). «Frente Parlamentar recebe reivindicações de Catadores de Materiais Recicláveis». ALERJ. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  9. Plano Estadual de Economia Solidária (2017). «Frente Parlamentar recebe reivindicações de Catadores de Materiais Recicláveis». Secretaria de Estado de Trabalho e Renda. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  10. Agência de Notícias das Favelas (4 de agosto de 2017). «Alerj cria fórum de mulheres negras». Agência de Notícias das Favelas. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  11. Alerj (4 de agosto de 2017). «Fórum de Mulheres Negras da Alerj recebe o nome da Vereadora Marielle Franco». Alerj. Consultado em 4 de agosto de 2018 
  12. Pedro Zuazo (29 de abril de 2015). «Conselheiro vapt-vupt: veja quem votou em Brazão para o TCE». Jornal Extra. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  13. «Deputados estaduais eleitos no RJ; veja lista». G1. 8 de outubro de 2018. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  14. «Deputados estaduais eleitos no Rio de Janeiro». Gazeta do Povo. 7 de outubro de 2018. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  15. «Após quase 20 anos no PT, Waldeck Carneiro migra para o PSB». G1. 17 de março de 2022. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  16. «TRE nega registro à candidatura de Waldeck Carneiro a deputado federal». A Tribuna RJ. 13 de setembro de 2022. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  17. Vidon, Filipe (22 de setembro de 2022). «Após negar registro, TRE defere a candidatura de Waldeck Carneiro por unanimidade». Extra. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  18. «Deputados federais eleitos no Rio de Janeiro: apuração e resultados das Eleições 2022». Folha de S.Paulo. Consultado em 8 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2022 
  19. Serapião, Fábio (6 de dezembro de 2018). «Coaf relata conta de ex-assessor de Flávio Bolsonaro». O Estado de S. Paulo. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  20. «Coaf aponta movimentação suspeita em contas de servidores de 22 deputados da Alerj». G1. 7 de dezembro de 2018. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  21. a b Piva, Juliana; Castro, Juliana; Mello, Igor (12 de dezembro de 2018). «Coaf identificou movimentação suspeita em transferências financeiras de 75 servidores da Alerj». O Globo. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  22. Nogueira, Italo (12 de dezembro de 2018). «PSC, PT e PSOL aparecem em relatório do Coaf». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  23. Gomes, Marcelo; Sarza, Diego (6 de dezembro de 2018). «Coaf aponta que ex-motorista de Flávio Bolsonaro movimentou mais de R$ 1,2 milhão em operações suspeitas». G1. Consultado em 18 de dezembro de 2018