Waldir Machado[a] (Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1923)[2] é um jornalista, radialista, advogado, cantor e compositor brasileiro.[3]

Waldir Machado
Informação geral
Nascimento 26 de outubro de 1923 (100 anos)
Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Ocupação(ões) Cantor, compositor, radialista, advogado, jornalista
Gravadora(s) Independente

Carreira como cantor editar

Descoberto pelo jornalista Gravêto, Waldir Machado estreou como cantor no programa "O Radical no Ar" da Rádio Sociedade Fluminense, em 1937. Em seguida, trabalhou durante longo tempo no "Ritmos do Brasil", na Rádio Vera Cruz. Em 1944, ingressou na Rádio Transmissora, no "Programa da Saudade". Na sequência, Waldir participou de dois programas da Rádio Tamoio: do "Vesperal das Môças", com Del Nero, Francisco Carlos e Jorge Veiga; e do "Café Chave de Ouro", com Afrânio Rodrigues, Custódio Mesquita e Jorge Goulart.[4]

Carreira como radialista editar

Waldir Machado começou sua carreira como radialista na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa "Feira de Melodias", com José Duba. Ali, trabalhou como locutor, produtor e corretor. Depois, passou para a Rádio Clube, onde apresentou diversos programas, inclusive "Antigamente era assim".[4] Em 1950, passou para a Rádio Mauá. Em 1952, Waldir trabalhava na Rádio Cultura de Campos, escrevendo os scripts do programa "Atrativos da Tarde".[5] Em 1954, Waldir comandava a "Feira de Ritmos", ainda na Rádio Mauá, sendo considerado destaque por sua locução agradável e boa seleção musical.[6]

Em seu trabalho no rádio, foi responsável por "descobrir" e apadrinhar artistas como Dina Montez, Orlando Dias, Anísio Silva e Ronaldo Lopes.[7][8]

Compositor editar

Em 1953, Waldir Machado compôs "Noite de Natal", interpretado por Neusa Maria.[4] Em 1954, Waldir compôs "Saca-rolha" em parceria com os intérpretes Zilda Gonçalves e Zé da Zilda. Essa marchinha apareceu no 5º lugar na parada de sucessos de fevereiro de 1954 da Revista do Rádio, alcançando o 3º lugar no mês seguinte.[1] Em janeiro de 1956, sua música "Cara Linda", composta em homenagem a Marly Sorel, foi destaque de A Noite.[9] No mês seguinte, "Cara Linda" ficou em 2º lugar na categoria Marchas Mais Populares do concurso de Carnaval da Revista do Rádio.[10]

Sua marchinha "Cara Bonita", interpretada por Bill Farr, foi destaque no Carnaval de 1959.[11] Em novembro do mesmo ano, seu bolero "Se eu pudesse", interpretado por Orlando Dias, alcançou o 4º lugar na parada musical da Revista da Rádio.[12] Orlando Dias repetiu em diversas ocasiões que suas gravações preferidas e mais rentáveis eram aquelas compostas por Waldir Machado, que se tornou seu empresário.[13][14][15]

Vida pessoal editar

Nascido em Vila Isabel, Waldir Machado estudou no Colégio Pedro II e no Colégio 28 de Setembro.[4]

Waldir Machado casou-se com Etelvina Reis Machado, com quem teve dois filhos, inclusive Waldir Luiz por volta de 1950.[16][4][7] No período entre 1946 e 1949, ficou afastado dos rádios, abrindo um escritório de administração de imóveis e, mais tarde, uma agência de publicidade junto com José Duba.[4]

Um de seus irmãos, Rubens Machado, era disc-jóquei na Rádio Mundial,[17][18] enquanto outro, Del Nero, era cantor.[4]

Discografia editar

  • Waldir Machado Revive Seus Sucessos Através dos Tempos (2003)
  • Feliz Contigo/Em Teus Braços Minha Cruz (1962)

Notas

  1. Ocasionalmente grafado como Valdir Machado.[1]

Referências

  1. a b Machado, Adelcio C. (2016). O "Lado B" da Linha Evolutiva: Nelson Gonçalves e a "Má" Música Popular Brasileira dos Anos 1940 e 1950 (Tese de Doutorado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas. p. 268. 301 páginas 
  2. «Parabéns para você!». Revista do Rádio (369). 6 de outubro de 1956. p. 10 
  3. «Biografia no Cravo Albin». dicionariompb.com.br. Consultado em 18 de março de 2014 
  4. a b c d e f g Gold, Max (2 de outubro de 1954). «Aconteceu com Waldir Machado: o cantor achou melhor falar...». Revista do Rádio (264). pp. 45–46 
  5. «Rádio nos estados - Campos». Revista do Rádio (144). 10 de junho de 1952. p. 10 
  6. «Cotações da Semana». Revista do Rádio (258). 21 de agosto de 1954. p. 50 
  7. a b «Ex-cantor foi quem revelou Anísio Silva». Revista do Rádio (581). 1960. pp. 64–65 
  8. «Desilusão de amor faz brôto cantar triste». Revista do Rádio (814). 1965. p. 37 
  9. «A Noite no rádio - A letra do dia». A Noite. 18 de janeiro de 1956. Consultado em 16 de junho de 2023 
  10. «Os vencedores do Carnaval». Revista do Rádio (340). 17 de março de 1956. p. 43 
  11. «As músicas que o povo está cantando». Revista do Rádio (492). 21 de fevereiro de 1959. p. 20 
  12. Machado, Adelcio C. (2016). O "Lado B" da Linha Evolutiva: Nelson Gonçalves e a "Má" Música Popular Brasileira dos Anos 1940 e 1950 (Tese de Doutorado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas. p. 300. 301 páginas 
  13. «Orlando Dias, dramático: Minhas fans não querem que eu me case!». Revista do Rádio (569). 1960. p. 4 
  14. «Orlando Dias "abre o coração" e desabafa: Juro por Deus. Sou um homem triste...». Revista do Rádio (607). 1961. pp. 16–17 
  15. «Quanto ganha e quanto tem ($$$) Orlando Dias». Revista do Rádio (639). 1961. p. 12 
  16. «Quase no fim o "Concurso de Robustez Infantil" da Rádio Mauá promovido pela "Banana Flakes"». Revista do Rádio (148). 8 de julho de 1952. p. 46 
  17. «Mexericos da Candinha». Revista do Rádio (681). 1962. p. 24 
  18. «Notícias». Revista do Rádio (644). 1962. p. 43