Wikipédia:Artigos destacados/arquivo/Metamorfoses

Num dos contos do livro, Dafne se metamorfoseia em árvore para escapar do deus Apolo.
Num dos contos do livro, Dafne se metamorfoseia em árvore para escapar do deus Apolo.

Metamorfoses é uma das obras mais famosas e considerada como a magnum opus do poeta latino Ovídio. O poema narrativo foi tornado público por volta do ano 8. Sua estrutura constitui-se de 15 livros escritos em hexâmetro dactílico com cerca de 250 narrativas em doze mil versos compostos em latim, e que transcorrem poeticamente sobre a cosmologia e a história do mundo, confundido deliberadamente ficção e realidade, narrando a transfiguração dos homens e dos deuses mitológicos em animais, árvores, rios, pedras, representando o príncipio dos tempos, chegando à apoteose de Júlio César e ao próprio tempo do poeta, ou seja, o Século de Augusto (43 a.C. - 14 d.C.).

Aproveitando a abordagem de Eras do Homem legado por Hesíodo, Ovídio uniu livremente os deuses aos mortais em histórias de amor, incesto, ciúme, crime. Em Metamorfoses, desenvolveu e até popularizou os mitos mais famosos e mais lembrados da mitologia grega, tais como o de Midas, Orfeu, Eros, Psiquê, Zeus, Afrodite, Baco, Narciso, entre outros. O poema tornou-se muito imitado durante a Idade Média e inspirou grandes artistas da Renascença. Preservado pelo gosto da cultura ocidental através dos séculos, inspirou, entre outros autores, Dante, Shakespeare, Cruz e Sousa, Kafka, Manoel de Barros, e pintores ou escultores tão diversos como Michelangelo, Rafael, Tiziano, Correggio, Veronese, Caravaggio, Rubens, Bernini, Velásquez, Rembrant, Delacroix, entre tantos outros. (leia mais...)