Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida

filme de 2004 dirigido por Moacyr Góes

Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida é um filme de fantasia e aventura brasileiro de 2004, dirigido por Moacyr Góes, escrito por Flávio de Souza, produzido por Diler Trindade e distribuído pela Warner Bros. Pictures e pela Globo Filmes. O elenco é estrelado por Xuxa Meneghel, Marcos Pasquim, Bruna Marquezine e Peter Brandão. No filme, Xuxa vive uma bióloga em uma cidade próxima da Floresta Amazônica. Ao lado dos irmãos Riacho e Manhã, ela busca a cidade perdida de Igdrasil, que segundo a lenda, teria sido fundada por descendentes de vikings que atravessaram o Oceano Atlântico e se aventuraram ao longo do Rio Amazonas.

Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida
Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida
 Brasil
2004 •  cor •  84 min 
Género aventura
fantasia
Direção Moacyr Góes
Roteiro Flávio de Souza
Elenco Xuxa
Marcos Pasquim
Bruna Marquezine
Peter Brandão
Companhia(s) produtora(s) Xuxa Produções
Diler & Associados
Warner Bros. Pictures
Globo Filmes
Lançamento 17 de dezembro de 2004 (2004-12-17)[1]
Idioma português
Cronologia
Xuxa Abracadabra
Xuxa Gêmeas

O diretor do filme, Moacyr Góes desenvolveu o roteiro baseado em influências de filmes como Os Caçadores da Arca Perdida, outras influências incluem Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido, e a peça de Shakespeare Sonho de uma Noite de Verão,[2] além de conter referências da mitologia inca e escandinava, do folclore brasileiro (na figura do Curupira) e da pedagogia patriótico-ambiental, utilizada na defesa territorial da Amazônia.[3]

O filme estreou em 17 de dezembro de 2004, em 320 salas no Brasil. Apresentou bom desempenho nas bilheterias, arrecadando R$ 7 milhões de reais com mais de 1.331.652 milhões de bilheterias e teve uma recepção generalizada da crítica e do público.

Sinopse editar

Bárbara, uma bióloga tímida e monossilábica, mora em Beirada D'Oeste, fictícia cidade que beira a floresta Amazônica. Ela lidera uma turma de heróis que vai parar em Igdrasil, uma cidade subterrânea lendária, povoada por descendentes de viquingues que atravessaram o Atlântico e se embrenharam rio Amazonas adentro. Seguindo as ordens do Curupira, Bárbara enfrenta, com Riacho e Manhã, dois irmãos de 8 e 9 anos, provas arriscadas, perigosas e nojentas para chegar a Igdrasil. Lá ela encontra reencontra Igor, seu ex-marido, com quem reata a paixão e o romance interrompido, e lidera os heróis contra Dr. Egeu, o tirano prefeito da cidade deles que os seguiu até Igdrasil e roubou o tesouro sagrado.

Elenco editar

Produção editar

Após o lançamento de Xuxa Abracadabra, Xuxa começou a trabalhar no conceito de seu novo filme já em fevereiro de 2004. A produção do novo longa-metragem, teria que passar pela escolha da Xuxa, iniciada na primeira semana do mês com o elenco, embora o novo filme não tivesse o título definido ainda naquela época.[4] Assim como no filme anterior, a direção é de Moacyr Góes. O roteiro é do dramaturgo, escritor e diretor Flávio de Souza. Ele e o diretor buscaram referências em obras como Os Caçadores da Arca Perdida, da franquia Indiana Jones, para criar o conceito do filme, outras influências incluem Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido, e a peça de Shakespeare Sonho de uma Noite de Verão.[2][5][6][7][8] Além de conter referências da mitologia inca e escandinava, do folclore brasileiro (na figura do Curupira) e da pedagogia patriótico-ambiental, utilizada na defesa territorial da Amazônia, Xuxa luta contra a exploração clandestina da biodiversidade no papel de uma cientista com poderes divinos. A principal mensagem do filme é a defesa da biodiversidade, com ataques à cobiça dos estadunidenses em relação à Amazônia brasileira. "O tema ecológico é fundamental e interessa à Xuxa. Hoje, nada é tão importante quanto a valorização do ecossistema", reflete Góes. O nome da lendária cidade fictícia perdida e lendária de Igdrasil, povoada por descendentes de vikings foi criado com base em uma mitologia nórdica, que significa "Árvore da Vida". Sobre as críticas negativas de seus filmes, Xuxa respondeu. "Se meus filmes são blockbusters porque eles são vistos por muitas pessoas, então eu quero continuar fazendo isso. Eu não quero fazer um filme que seja elogiado (por críticas), mas ninguém quer revisá-lo", diz a apresentadora. De acordo com o produtor, Xuxa está em silêncio sobre o seu novo filme para uma opção de roteiro". De acordo com o produtor, Xuxa está em silêncio sobre o novo filme para uma opção de roteiro. Xuxa questionou isso: "Eu, que falo muito, serei monossilábica...", disse ela, e ficou até um pouco preocupada.[6] Em um livreto de apresentação do filme, a apresentadora filosofa sobre a questão: "A mensagem que quero passar nesse filme não está tão na cara, já que ter um respeito pela natureza é uma das falas que não tive em nenhum diálogo, por meu personagem falar pouco, de propósito. Quero deixar claro que, quando a gente respeita cada ser vivo, cada bichinho, cada planta, tudo em geral, a gente está respeitando tudo o que Deus fez e nos deu de melhor". O roteirista tem sua versão: "Em "Abracadabra", Xuxa interpretou um personagem que falava muito. Desta vez, a Bárbara é bem tímida e monossilábica. A Xuxa curtiu essa história de ser uma mulher introvertida e que, de repente, descobre que é deusa".[9] O orçamento total do filme foi de R$ 6 milhões de reais e estreou em 320 salas no país.[9] O diretor Góes diz que apesar de não se considerar uma atriz, Xuxa gosta de sua interpretação: "Xuxa tem uma grande presença na tela, emprestando muita autoridade a seus personagens. Já que ela não finge ser atriz, ela coloca muito de sua personalidade em seus personagens ". A atriz Natália Lage, que vive Helena no filme, ressaltou que o público infantil raramente é alvo de produções cinematográficas nacionais: "A responsabilidade de fazer filmes dessa categoria é muito maior porque é uma formação pública", observa.[10]

Para interpretar Igor, o interesse amoroso do Tesouro da Cidade Perdida, foi escolhido o ator Marcos Pasquim.[11] Antes de filmar a cena do beijo, diz Xuxa, ela perguntou a Pasquim como ele gostaria que ela fizesse, como poderia ser o beijo. O ator decidiu sobre o famoso beijo técnico e quando ele se aproximou de Xuxa ela disse: "Você fuma?". Desagradado, Pasquim saiu de cena e voltou com um punhado de balas na boca. "A primeira vez foi como beijar um cinzeiro, mas depois eu beijei o ator", disse Xuxa.[12] Outros atores que participam do elenco são Juliana Knust (Jéssica), Paulo Vilhena (Lisandro), Natália Lage (Helena), Sérgio Hondjakoff (Demétrio), Zezé Motta (Aurora Hipólito), Milton Gonçalves (Hélio Hipólito) e Sérgio Malheiros (Thor).[13]

Lançamento editar

O filme teve sua pré-estreia em 11 de dezembro de 2004, no Shopping SP Market, em São Paulo.[14] Já a estreia oficial aconteceu em 17 de dezembro de 2004.[15] O filme foi lançado em DVD e VHS em 2005.[16]

Recepção editar

Críticas editar

Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida teve baixa aprovação da crítica. Mario Abadde, do Omelete, deu nota ruim ao filme, justificando que o roteiro do filme é "fraco e insípido", porque segundo ele "tenta reunir um punhado de imagens tocadas com performances superficiais. Talvez o roteirista Flávio de Souza, sabendo que com esse argumento não conseguiria fazer um longa, adaptou o personagem Puck, da peça Sonho de uma Noite de Verão, na forma do brasileiríssimo Curupira apenas para criar os desencontros amorosos dos personagens Jéssica (Juliana Knust), Lisandro (Paulo Vilhena), Helena (Natália Lage) e Demétrio (Sergio Hondjakof). Chega a ser uma aula de como assassinar um clássico de William Shakespeare."[17] Um crítico do Cineclick deu apenas uma estrela de cinco, e também criticou negativamente o roteiro do filme, escrevendo que "ele mostra uma série de histórias paralelas mal explicadas e personagens mal construídos". louvando apenas a participação do personagem Curupira, no qual ele definiu como "um Gollum (de Senhor dos Anéis) tupiniquim".[18] Jurandir Filho, do Cinema com Rapadura, deu nota 1 para o filme e também criticou negativamente o roteiro, lamentando o enredo fraco e comentando: "No papel parece bonitinho, mas na telona é horrível. É uma mistureba de histórias paralelas sem noção e no final das contas você não entende nada". O crítico ainda afirma que enredo do filme é "extremamente infantil, não consegue ser carismático para os adultos (não dá nem para engolir) e no final das contas, os mais velhos (é, de 13 anos pra cima), irão perceber que não passa de mais um caça níquel, assim como os filmes do ex-trapalhão Didi". Sobre as atuações do elenco, ele define a de Xuxa como "péssima" e a de Bruna Marquezine como "lastimável", comentando ainda que Bruna foi "mal-aproveitada" no filme. Ele ainda diz que Milton Gonçalves e Zezé Motta estão no elenco apenas para passar alguma credibilidade à produção.[19] Cléber Eduardo, do Contra Campo, escreve que o filme "reafirma e acentua a condição de heroína da apresentadora-atriz. Se em dois filmes anteriores ela via duendes, já esboçando um traço místico da bondade de sua persona, agora o misticismo é promovido a divindade, mas sem a ruptura alguma com a razão."[20]

Um crítico do Cineweb criticou a influência de William Shakespeare no roteiro escrito que "serve apenas para o pretexto de contar uma história de amor envolvendo os personagens do filme."[21] Paulo Santos Lima, da IstoÉ, criticou a direção de Moacyr Góes, escrevendo que "ousou, mas não acertou. E cuja fragmentação de abordagens cria distanciamento com seu público, que ele nem sabe qual é, pois não é a fábula infantil de Duendes e Abracadabra e tampouco sagaz o bastante para os adolescentes." Cláudio Skynzier, escrevendo para a Folha de S. Paulo criticou o conceito de paternidade mostrado no filme: "[...] o enredo do filme é repleto de pais desaparecidos, rejeitados ou cretinos: uma ideia sombria e estranhamente sintomática de cultura em que há uma autoridade da imagem (no caso, Globo) fazendo papel paterno." Em sua crítica, Cláudio ainda escreve, "E a imagem, é sem pai? Não, é filha de um sistema de plastificação cenográfica, montagem "superprotetora" e ecoturismo fabular caro à emissora. Um sistema que também prevê colagem de fragmentos sintéticos -postiços- de um imaginário de cinema: "Indiana Jones" enxertado aqui, "Os Goonies" ali, tudo como combustível estrutural, de consumo rápido, para o filme andar."[22] O público usuário do Adorocinema deu nota 3.8 e quatro estrelas de cinco.[23]

Ver também editar

Referências

  1. «ESTRÉIA: "Xuxa e o Tesouro" mistura vikings e Shakespeare». UOL Cinema. 16 de dezembro de 2004. Consultado em 28 de abril de 2015 
  2. a b «Novo filme da Xuxa chega aos cinemas de todo o Brasil». Bonde. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  3. «Salada de referências». Revista Época. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  4. «Xuxa já pensa em outro filme | Gazeta Digital». Gazeta Digital. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  5. «Xuxa Jones». Diário do Nordeste. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  6. a b «Xuxa ataca de Indiana Jones em novo filme - Cultura». Estadão. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  7. «Xuxa traz fábula para crianças e jovens». Diário da Região. Consultado em 4 de agosto de 2019. Arquivado do original em 2 de abril de 2019 
  8. «"Xuxa e o Tesouro" mistura vikings e Shakespeare». UOL. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  9. a b «Em crise na TV, Xuxa se cala no cinema». Folha de S. Paulo. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  10. «Xuxa mantém magia junto às crianças em Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida». Cineclick. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  11. «Marcos Pasquim vai formar par romântico com Xuxa». Terra. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  12. «Foi como beijar um cinzeiro , diz Xuxa sobre Marcos Pasquim». Babado - iG. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  13. «Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida». História do Cinema Brasileiro 
  14. «"Desci do pedestal", diz Xuxa Meneghel». Repórter News. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  15. «Xuxa lança seu novo filme em SP». Terra. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  16. «Lançamentos - DVD & VHS». Omelete 
  17. Abbade, Mario "Fanaticc" (16 de dezembro de 2004). «Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida | Crítica». Omelete. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  18. «Crítica: Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida». Cineclick. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  19. «Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida». Cinema com Rapadura. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  20. «Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida». Contra Campo. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  21. «Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida». Cineweb. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  22. «Crítica: Moacyr Goes monta direção paterna e superprotetora». Folha de S. Paulo. Consultado em 4 de agosto de 2019 
  23. AdoroCinema, Críticas: Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida, consultado em 4 de agosto de 2019 

Ligações externas editar