Zeferino José Pinto

escultor português

Zeferino José Pinto (Porto, São Nicolau, c. 1836 - Porto, São Nicolau, 13 de agosto de 1904[1]) foi um artista e entalhador português. A sua obra mais conhecida e célebre é uma mesa que está presente no Palácio da Bolsa no Porto.

Zeferino José Pinto
Zeferino José Pinto
Zeferino em foto da revista Branco e Negro (1897)
Nascimento c. 1836
Porto
Portugal Portugal
Morte 13 de agosto de 1904
Porto
Portugal Portugal
Nacionalidade português
Principais trabalhos A mesa na Sala dos Retratos no Palácio da Bolsa no Porto
Prémios Menção honrosa na Exposição Universal de Paris (1867)
Área Entalhe, Escultura

Biografia editar

Há pequenos traços de Pinto em várias revistas do século XIX. Alguns vestígios descobertos até ao momento:

Em 1842 um Zeferino José Pinto ganhou um prémio universitário.[2] (Todavia não é certo tratar-se do mesmo Pinto.)

Em 1865 ele apresentou "um florão de gesso para o teto de uma sala" na Exposição Internacional do Porto.[3]

Em 1867 na Exposição Universal de Paris foi-lhe atribuído uma menção honrosa divido a uma "obra de entalhador".[4]

Em 1884 foi eleito membro da comissão executiva da exposição de marcenaria e artes correlativas.[5]

No sexto volume do dicionário "Portugal Antigo e Moderno" (1875) de Pinho Leal, encontra-se abaixo da entrada "NICOLAU (São) freguezia" uma breve passagem sobre Zeferino:

"Ha tambem n'esta mesma rua [i. e., na Rua da Ferraria de Baixo, hoje Rua do Comércio do Porto], outro artista distincto, mas em outro genero – obras de talha em madeira.
Habita a casa n.° 131 a 133 e chama-se Zeferino José Pinto, entalhador da casa real e director da obra de talha, no palacio da Bolsa commercial d'esta cidade do Porto, que tem sido e continua a ser, verdadeira e magnifica eschola de entalhadores, estucadores, carpinteiros e pedreiros. É admirado por nacionaes e estrangeiros o extremo apuro das referidas quatro artes nas decorações d'aquelle palacio, e tanto que o grande jury da ultima exposição internacional de Vienna d'Austria, não hesitou em conferir o diploma de merito aos variados especimens da talha que a associação commercial alli expoz.
Fallaremos em capitulo a parte, da casa da Bolsa, que bem o merece, accrescentando aqui apenas que o distinctissimo entalhador Zeferino, em todas as exposições do Porto e Braga, tem sido premiado; que na de Paris, em 1867, lhe foi conferida uma menção honrosa, com uma medalha de prata, e na de Vienna d'Austria, em 1873, foi-lhe dado o diploma de merito."[6]

A mesa no Palácio da Bolsa editar

 
Mesa no Palácio da Bolsa

A sua obra mais conhecida encontra-se na Sala dos Retratos no Palácio da Bolsa no Porto. Esta mesa levou três anos a ser construída, revelando-se um "exemplar altamente qualificado em todas as exposições internacionais a que concorreu".[7]

Outras obras editar

Bibliografia editar

  • Um esculptor em madeira. Publicado originalmente em Branco e Negro. Semanário Illustrado. Lisboa, A. M. Pereira, editor. N.º 84, 7 de novembro de 1897, pp. 81–84.
  • Carlos de Passos: O Porto na arte nacional. In: Nova Monografia do Porto. Com direcção de Carlos Ramos. Porto, 1938.
  • Fernando de Pamplona: Dicionário de pintores e escultores portugueses ou que trabalharam em Portugal. Edição dirigida e prefaciada por Ricardo do Espírito Santo Silva. Lisboa, Vol. 1–4, 1954–1958.

Referências

  1. «Imagem n.º 95, Registo n.º 360». Registos de óbito de 1904 da Paróquia de São Martinho de Cedofeita. Consultado em 7 de setembro de 2022 
  2. Revista Universal Lisbonense. Tomo II, Anno de 1842–1843. p. 366.
  3. Catalogo official da Exposição Internacional do Porto em 1865. p. 98.
  4. O Archivo Rural. Volume X. Lisboa, 1867. p. 47.
  5. Revista da Sociedade de Instrucção do Porto. Tomo III. Porto, 1884. p. 535.
  6. Pinho Leal: Portugal Antigo e Moderno: Diccionário Geográphico, Estatístico, Chorográphico, Heráldico, Archeológico, Histórico, Biográphico e Etymológico de Todas as Cidades, Villas e Freguezias de Portugal de Grande Número de Aldeias. 12 volumes. Lisboa: Mattos Moreira & Companhia 1873–1890. Volume Sexto (N–Pêzo), 1875, p. 63. (archive.org)
  7. «Cópia arquivada». Consultado em 31 de julho de 2010. Arquivado do original em 28 de junho de 2009