Arapuca

artefato sul-americano
Arapuca
Tipo
armadilha (d)

Arapuca (também arataca ou urupuca)[1] é um artefato sul-americano de origem indígena[2], o qual consiste numa armadilha com formato piramidal destinada a pegar aves vivas, pequenos mamíferos ou outros animais de caça[1]. Tal estrutura é feita como uma gaiola de gravetos cada vez menores na parte superior, em geral amarrados tradicionalmente com lianas ou fibras vegetais e que o homem do campo em contato com a cultura indígena adaptou ao usar barbante ou arame, na amarração da superposição de camadas. Para a estrutura, geralmente são usadas fibras de cipó ou de árvores como a embaúba devido a sua resistência e leveza.

Por seu caráter arredio, o tapiti sempre foi uma tradicional presa caçada com arapuca pelos índios.

Nos anais do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, volume 18, de 1916, há a seguinte citação:

«Pequena armadilha de varinhas para pegar pássaros. Vocábulo de origem tupi, uma vez que para a caça de aves tinham os índios (...) armadilha a que davam o nome de arapuca, ou que assim ficou chamada, uma vez que é uma corruptela de arapug, ‘prender batendo’, segundo [o historiador] Macedo Soares.»[3][nota 1]

A técnica consiste em colocar a armadilha num local apropriado, onde o caçador sabe ser a passagem da presa ou seu habitat preferencial, inserir embaixo da estrutura pequenas iscas (como sementes, pedaços de pão, sobras de alimentos crus etc.)[1] para quando o animal se encontrar em posição de captura o disparador ser acionado por seu peso, fazendo cair sobre si tal estrutura de gravetos, impedindo-lhe a fuga — em geral o disparador fica oculto por uma camada de folhas secas e terra, do próprio local onde está sendo armada, para não gerar desconfiança da presa.

A palavra original ara'puka é de origem tupi.[4] Tornou-se expressão de largo uso no Brasil (inclusive tema de músicas) para referir-se a armadilha (amorosa ou de trapaça).[1]

Notas

  1. O historiador Theodoro Sampaio discordantemente escreve que antigamente se dizia guirapuca, corruptela de guirá («passaro»), e puc («bater»).[3]

Referências

  1. a b c d Editores do Aulete (2007). «Verbete: arapuca». Dic. Caldas Aulete. Consultado em 26 de janeiro de 2015 
  2. ALMEIDA, Luiz Sávio de. Índios do Nordeste: Resistência, memória, etnografia. [S.l.]: UFAL. 230 páginas. ISBN 9788571773165 
  3. a b Confraria do AHGP (1916). Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, volume 18, edições 91-94. [S.l.]: Tipografia AHGP 
  4. DONATO, Hernâni (2005). História de usos e costumes do Brasil. [S.l.]: Editora Melhoramentos. 384 páginas. ISBN 9788506045770 
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