Lanny Gordin

instrumentista e compositor brasileiro

Alexander Gordin (Xangai, China, 28 de novembro de 1951São Paulo, Brasil, 28 de novembro de 2023),[1] mais conhecido como Lanny Gordin, foi um instrumentista e compositor brasileiro, sendo um dos mais importantes e influentes guitarristas da história da MPB.

Lanny Gordin
Informação geral
Nome completo Alexander Gordin
Nascimento 28 de novembro de 1951
Origem Xangai, China
País Brasil
Morte 28 de novembro de 2023 (72 anos)[1]
Local de morte São Paulo, Brasil
Gênero(s) Rock, rock progressivo, rock psicodélico, folk, MPB
Instrumento(s) guitarra elétrica, violão, baixo
Período em atividade 1968 - 2023
Afiliação(ões) Gilberto Gil, Jards Macalé, Caetano Veloso, Gal Costa, Hermeto Pascoal

Biografia editar

Nascido em Xangai, de pai russo[2] e mãe polonesa, viveu em Israel até os seis anos, quando mudou-se com a família para o Brasil.[2] Seu pai era coproprietário (com Hugo Landwehr) da casa noturna paulistana Stardust, onde Lanny se apresentou pela primeira vez ao lado de músicos como Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte[2]. Com este, Gordin participou do Brazilian Octopus, grupo que também contava com o guitarrista alemão Olmir Stocker.[3]

Em 1969, Pepeu Gomes veio morar com ele por seis meses. Neste período, revezaram-se na guitarra e no baixo num grupo que incluía ainda Hermeto nos teclados e Paulinho da Costa na percussão; por serem menores de idade, ambos tinham de se esconder na cozinha quando o Juizado de Menores vinha fiscalizar a Stardust.[4]

Os primeiros trabalhos de maior projeção de Lanny Gordin se deram com artistas da Jovem Guarda. Uma de suas gravações deste período é a canção "Nem Sim, Nem Não", de Eduardo Araújo, registrada em 1968. Gordin passou então a tocar com artistas da Tropicália, gravando os discos Gal Costa (1969), Gal (1969), LeGal (1970) e Fatal - A Todo Vapor (1971), com Gal Costa; Caetano Veloso (também conhecido como Álbum Branco), de Caetano Veloso (1969); Gilberto Gil (1969) e Expresso 2222 (1972), de Gilberto Gil.[2]

É Lanny Gordin quem toca também no primeiro disco de Jards Macalé[2] (1972); no Carlos, Erasmo (1971) de Erasmo Carlos (considerado um marco da guitarra no Brasil[2]); na música "Chocolate", de Tim Maia e na "Kabaluêre" de Antonio Carlos & Jocáfi. Também acompanhou artistas do calibre de Elis Regina, Tom Zé e Jair Rodrigues.

Do fim da década de 1970 até os anos 1990, Gordin viveu praticamente no ostracismo, sobretudo em decorrência de sua saúde mental (Lanny desenvolvera, ainda jovem, esquizofrenia) e do uso de drogas.[4] Ainda assim, é possível ouvir sua guitarra em trabalhos com o Aguilar e a Banda Performática, Catatau (vocalista do Golpe de Estado), Itamar Assumpção, Chico César e Vange Milliet.

Pouco antes de completar 50 anos, Gordin passou a frequentar o CRUSP (Conjunto Residencial da USP) e a tocar com artistas iniciantes do local. Aos poucos, foi se apresentado novamente no circuito artístico de São Paulo e reavivando na memória do público sua guitarra. Mesmo durante seu período de ostracismo, Lanny não parou de estudar e nem de tocar, chegando a uma média de estudo de seis a oito horas por dia com seu instrumento.

Sua volta definitiva aconteceu com a ajuda de Luis Calanca, dono da loja/selo Baratos Afins. Luis estava produzindo um disco solo de Catalau e chamou Gordin para tocar na obra. Ele chegou a gravar algumas músicas, mas saiu do estúdio para fumar e não foi mais visto pela equipe.[5]

Luis também gravou e lançou um disco solo de Lanny em 2001. O trabalho desencadeou no Projeto Alfa. Em 2007, é lançado o disco Duos, que conta com a participação de nomes da Tropicália (Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé) e ainda artistas da nova geração, como Zeca Baleiro, Fernanda Takai, Wanessa da Mata, Adriana Calcanhoto, Max de Castro e Rodrigo Amarante. Gordin permanece musicalmente ativo, tendo gravado os discos Auto-Hipnose (2010, em parceria com Kaoll) e Lanny's Quartet & All Stars (2014), onde participam Luiz Carlini, Frejat, Pepeu Gomes, Sergio Dias e Edgard Scandurra.

Projeto Alfa editar

No ano de 2002 Lanny Gordin, junto aos músicos Fábio Sá (contrabaixo acústico), Guilherme Held (guitarra) e Zé Aurélio ("timbatera" - uma adaptação da timba com a bateria), forma o Projeto Alfa. O Projeto Alfa já gravou dois CDs, pelo selo Baratos Afins. Os discos foram produzidos por Luiz Calanca, gravados e mixados por Edmilson Aureliano ("Edmix"), nos Estúdios Guidon em São Paulo.

Prêmios e Honrarias editar

  • Em 2012, foi incluído na lista "30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão" da revista Rolling Stone Brasil.[6]

Discografia editar

Com Rita Lee editar

Com Gal Costa editar

Com Caetano Veloso editar

Com Gilberto Gil editar

Com Chico César editar

Solo editar

  • Lanny Gordin (2001)
  • Projeto Alfa, volume I e II (2004)
  • Duos (2006)
  • Lanny duos (2007)

Com Jards Macalé editar

Com Hermeto Pascoal, Olmir Stocker e outros editar

  • Brazilian Octopus (álbum de 1970)

Com Alarde editar

  • Amém (música de 2009)

Referências

  1. a b «Lanny Gordin (1951 - 2023) - Morre Lanny Gordin, mítico guitarrista que tocou com Gil e Gal Costa, aos 72 anos». Folha de São Paulo. 28 de novembro de 2023. Consultado em 28 de novembro de 2023 
  2. a b c d e f Barcinski 2014, p. 176.
  3. Um dos principais e mais criativos guitarristas da MPB, flertando com o Rock e o Jazz, Lanny Gordin nunca foi à escola de música
  4. a b Barcinski 2014, p. 177.
  5. Barcinski 2014, p. 178.
  6. «rollingstone.com.br». Consultado em 22 de setembro de 2012. Arquivado do original em 4 de outubro de 2012 

Fontes editar

Ligações externas editar

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