Palmeira-indaiá

na Bahia se chama licuri

O termo indaiá designa palmeiras do gênero Attalea[1] ou da espécie Pindorea concinna (nesta segunda acepção, também é conhecido como anajá, anaiá, coco-de-indaiá, coco-indaiá, inaiá, inajá, najá e perinã[2]). A palmeira-indaiá, camarinha, coqueiro-indaiá, indaiá-guaçu, naiá ou palmito-de-chão é uma palmeira solitária de porte baixo (cinco a vinte metros de altura, tronco de vinte a trinta centímetros de diâmetro) e ciclo de crescimento lento.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPalmeira-indaiá
Attalea brasiliensis em Edilândia, em Goiás, no Brasil
Attalea brasiliensis em Edilândia, em Goiás, no Brasil
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Género: Attalea
Espécie: A. dubia
Nome binomial
Attalea dubia
(Mart.) Burret
Cacho de coquinho de indaiá. Embaixo, isqueiro como escala.
Ara macao se alimentando de frutos de Attalea na Costa Rica

Seu nome científico é Attalea dubia (Arecaceae) e habita originalmente as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil, sendo endêmica da Mata Atlântica brasileira.[3] Também é encontrada no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. Embora a Attalea dubia seja a palmeira-indaiá mais conhecida, existem diversas outras palmeiras também conhecidas como indaiá mas de espécies diferentes, como a Attalea compta, Attalea exigua, Attalea gearensis, dentre outras.

Etimologia

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"Indaiá" procede do tupi ini'yá, "fruto de fios",[1] através da junção dos termos inim (rede de dormir) e ybá (fruta),[4] numa referência à utilização de suas fibras para se produzir redes de dormir. "Anajá" procede do tupi ana'yá.[2]

Morfologia vegetativa e reprodutiva

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Folhas distribuídas em número de vinte-trinta por coroa, com dois a três metros de comprimento, emergindo em ângulos de 45 graus e com média de 114 pares de folíolos irregularmente dispostos ao longo de toda sua haste central. Flores masculinas e femininas em um mesmo cacho, de 1–1,5 m de comprimento. As flores masculinas distribuem-se em duas fileiras por cacho, e apresentam sépalas de 1–2 mm de comprimento e pétalas achatadas e pontiagudas, com 8–20 mm de comprimento por 1,5–2,5 mm de largura, e 6–10 estames. As flores femininas são maiores, medem 25–40 mm de comprimento por 15–17 mm de diâmetro. Fruto com 6–8,5 cm de comprimento por 3–4 cm de diâmetro, tem casca amarelada e um "bico" em uma das extremidades, de 2–3 cm de comprimento, dotado de polpa adocicada, suculenta e fibrosa, com 1-2 sementes. Sementes de 2,5 cm de comprimento.[5][6]

Sua folhagem já foi utilizada para se cobrir telhados. Os índios guaranis utilizam suas fibras como cordas para seus violinos e rabecas, tocados em suas músicas tradicionais. Ainda usam como alimento não só o grande palmito (aproximadamente 1,5 metro de comprimento) que ela fornece, geralmente consumido com mel, como também uma região fibrosa do seu caule que, ao ser mastigada como a cana-de-açúcar, verte um caldo aquoso abundante com sabor muito parecido ao da água de coco.[7][8] Árvore bastante ornamental, pode ser empregada com sucesso na arborização de praças e parques. Trata-se de uma espécie importante para a composição de plantios heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. Madeira moderadamente pesada, mole e de pouca resistência ao apodrecimento. É utilizada localmente nas construções rústicas. As folhas são empregadas para cobertura de pequenas construções rurais. Os frutos são comestíveis, e eram vendidos no passado nos mercados do Rio de Janeiro. As amêndoas são também comestíveis: delas, é feita a "farofa de indaiá", prato típico de comunidades quilombolas, como, por exemplo, as dos arredores de Parati.[9]

Influência na toponímia

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Foi a fonte dos nomes dos municípios brasileiros de Indaiabira, Indaiatuba, Indaial, Anajás, Estrela do Indaiá, Dores do Indaiá, Pedra do Indaiá e Anajatuba.[10][11]

O bairro São Sebastião, em Petrópolis, já foi chamado de "Indaiá".


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Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 935.
  2. a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 112.
  3. Leitman, P., Henderson, A., Noblick, L. 2010. Arecaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB033989[ligação inativa]
  4. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. 3ª edição. São Paulo. Global. 2005. 463 p.
  5. LORENZI, Harri. 1992. Árvores Brasileiras, Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Vol. I. Editora Plantarum, Nova Odessa, São Paulo, p. 27
  6. Palmeiras no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa (SP): Plantarum, 1996, 62 pp.
  7. http://www.arvores.brasil.nom.br/new/palmeiraindaia/index.htm
  8. «Cópia arquivada». Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original em 5 de julho de 2010 
  9. Um Pé de Quê? c/ Regina Casé, 2010 © Pindorama Filmes & Vento Estudio em http://www.umpedeque.com.br/arvore.php?id=679
  10. http://www.indaiatuba.sp.gov.br/cidade/historia/
  11. «Cópia arquivada». Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original em 3 de maio de 2010