Poções

município do Estado da Bahia, Brasil

Poções é um município brasileiro no Sudoeste do estado da Bahia, região Nordeste do país. Localiza-se na mesorregião do Centro Sul Baiano. Em 2022, sua população era de 48 293 habitantes.[2]

Poções
  Município do Brasil  
Centro de Poções
Centro de Poções
Centro de Poções
Símbolos
Brasão de armas de Poções
Brasão de armas
Hino
Lema Fides et labor
"Fé e Trabalho"
Gentílico poçoense
Localização
Localização de Poções na Bahia
Localização de Poções na Bahia
Localização de Poções na Bahia
Poções está localizado em: Brasil
Poções
Localização de Poções no Brasil
Mapa
Mapa de Poções
Coordenadas 14° 31' 48" S 40° 21' 54" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Planalto, Nova Canaã, Iguaí, Manoel Vitorino, Bom Jesus da Serra, Boa Nova, Ibicuí
Distância até a capital 444 km
História
Fundação 26 de junho de 1880 (143 anos)
Administração
Prefeito(a) Irenilda "Dona Nilda" Cunha de Magalhães [1] (PC do B, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 937,855 km²
População total ([2]/2022) [3] 48 293 hab.
Densidade 51,5 hab./km²
Clima tropical de altitude (Cwa)
Altitude 760 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010) [4] 0,604 médio
PIB (IBGE/2015) [5] R$ 443 358,91 (x1000)
PIB per capita (IBGE/2015[6][6]) R$ 9 098,46
Sítio pocoes.ba.gov.br (Prefeitura)
www.camarapocoes.ba.gov.br (Câmara)

História editar

De acordo com os registros históricos, as explorações no território iniciaram-se por bandeirantes em busca de metais preciosos por volta 1732. Um dos principais nomes dessa missão foi o coronel André da Rocha Pinto, considerado o pioneiro na exploração da região. A instalação das fazendas propiciou o surgimento de outras atividades como a pecuária, principalmente a bovina, a agricultura de subsistência e a cultura do algodão. Essas atividades de exploração se estenderam por cerca de cem anos.[7]

A gradual concentração de pessoas em volta das fazendas e nos pontos de desembarque ao longo das estradas formaram diversos centros urbanos na colônia portuguesa no século XVIII devido à descoberta do ouro e à difusão da criação extensiva do gado. Entre os anos 1830 e 1842 foi construída  a capela do Divino Espírito Santo e entorno do templo, aos poucos, desenvolveu-se o arraial de Poções. Em 1878, tornou-se distrito do município de Vitória, atual Vitória da Conquista, e foi emancipado pela Lei provincial nº 1.986 de 26 de junho de 1880, tornando-se oficialmente um município.[8]

Teve sua sede transferida duas vezes para a povoação de Boa Nova e sete mudanças na nomenclatura entre 1903 e 1947, chegando a se chamar de Divino Espírito Santo, Boa Nova e Djalma Dutra anteriormente. A cidade teve a sua área dividida entre mais seis municípios: Ibicuí (1952), Iguaí (1952), Nova Canaã (1961), Planalto (1962), Caetanos (1989) e Bom Jesus da Serra (1989).[8]


Infraestrutura editar

Educação editar

Ao todo, o município tem 346 estabelecimentos de ensino fundamental e 53 escolas de nível médio.[9]

Economia editar

As principais atividades econômicas são a agricultura de hortifrutigranjeiros e a geração de empregos diretos e indiretos no comércio, segundo o SEI[9].

Transportes editar

 
Terminal rodoviário de Poções
 
Avenida Cônego Pithon, centro da cidade

A sede municipal é cortada pela BR-116. Comumente referida como "Rio-Bahia", a rodovia federal é o principal eixo rodoviário. Também é cortada pela rodovia estadual BA-262. Esta liga a sede do município a Itabuna, passando por Nova Canaã, Iguaí, Ibicuí, Ponto de Astério, acesso à BA-263 (rodovia Vitória da Conquista-Itabuna), até a BR-101. O município, desde a sede, é ainda servido por rodovia asfaltada (atualmente cheia de buracos) até a sede do município de Bom Jesus da Serra.

Dispõe de linhas regulares de ônibus para Salvador, Vitória da Conquista e para todo o país com acesso às principais rodovias do país. O município dispõe de aeroporto com pista asfaltada para aeronaves de até 50 passageiros. Os aeroportos mais próximos para aviões de médio e grande portes são os de Vitória da Conquista, Ilhéus e Salvador.

Geografia editar

Apresenta clima semiárido e seco a sub-úmido. O município está localizado numa depressão em forma de bacia, a uma altitude média de 760 metros em relação ao nível do mar, em uma zona de transição entre os biomas da Caatinga, ao oeste, e da Mata Atlântica, ao leste. [10] Sua média anual de 20,7 °C.

Todo o água disponível da cidade vem da chamada "Barragem de Morrinhos", que nasce no Rio das Mulheres, e tem por finalidade abastecer a cidade e alguns municípios próximos. A barragem foi construída pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), na década de 1950, e situa-se no distrito de Morrinhos.

Além disso, o município está localizado em uma depressão em forma de bacia. O centro comercial situa-se na parte baixa, enquanto na parte alta concentram-se as residências. Vários bairros compõem a sede municipal, a exemplo dos bairros Alto do Recreio, Indaiá, Alto da Vitória, Santa Rita, Primavera, Tiradentes, Lagoa Grande, Bela Vista, Centro, Urbis, Tigre, Santa Rita, Açude, Lagoa Grande, Poçõenzinho, Joaquim Mascarenhas, Alto Paraíso, Pituba, entre outros.

Política editar

De modo geral, no município de Poções prevalecem as forças conservadoras. Desde as eleições municipais de 1947, alternaram-se no poder, partidos de tendências direitistas.[carece de fontes?]

De modo geral, no período denominado como Quarta República ou República Populista, os partido hegemônicos em Poções eram a UDN, o PR e o PSD. Ressaltando que o PR era um aliado da UDN. O PSD era o partido da oposição. Exceto pelo processo eleitoral municipal de 1958, quando a UDN e o PR, por disputas quanto ao nome único a ser lançado, acabou por se dividir na disputa. Lançando os nomes de Miguel Lopes Ferraz como candidato da UDN e o PR lançou o nome de Bernardo Torres Coelho. Neste processo foi eleito prefeito, Olímpio Lacerda Rolim do PSD.[nota 1]

No período da ditadura militar, a ARENA foi o partido hegemônico no município de Poções, com todos os prefeitos municipais do período sendo filiados à ARENA.[nota 1] Nesse período ocorreram cinco processos eleitorais no município: 1966, 1970, 1972, 1976 e 1982. Todos ganhos pela ARENA/PDS.[nota 1] O último prefeito do período militar no município de Poções, foi Eurípedes Rocha Lima, eleito em 1982, pelo PDS, e a partir de 1985, filiado ao PFL.[nota 1]

Em 1988, o município viu uma nova configuração nas forças políticas locais. A candidatura de Luís Heraldo Duarte Curvelo, pelo PDT se configurava como uma possibilidade de mudança notável. Porém, um acidente fatal com automóvel, na vinda dele de Vitória da Conquista para Poções, após fazer seu registro eleitoral, interrompeu esta possível mudança. Assumiu a candidatura em seu lugar, Antônio Edvaldo Macedo Mascarenhas, até então o candidato a vice-prefeito. Este, por sua vez, seria o líder político mais influente na cidade de 1989, até sua morte em 17 de agosto de 2001,[11] coincidentemente, como seu outrora companheiro de chapa, em um acidente fatal com automóvel, voltando para Poções, vindo de Salvador.[12] Antônio Mascarenhas foi um político que despontou no cenário da política municipal como opositor ao governo do estado.

Sendo filiado ao PDT, seria a possibilidade de mudança, com um partido político que se colocava no espectro da centro-esquerda a nível nacional. Com apoio do PT, então comandado, no município, por Antônio Ferreira dos Santos Neto, para a conjuntura política daquela época, o governo se configurava como um diferencial que jamais se havia visto em Poções.[carece de fontes?]

 
Em 2009, o então governador estadual Jaques Wagner ao lado de guardas municipais de Poções, no dia da inauguração da sede da corporação policial municipal.

Eleições editar

Eleições municipais em 1992 editar

1988   1996
Eleição municipal de 1992 em Poções
03 de outubro de 1992
(Turno único)
Candidato João Bosco Godeiro de Freitas Eurípedes Rocha Lima
Partido PL PFL
Natural de -, RN Poções, BA
Vice Lindolfo José de Brito Palladino -
Votos 6.228 3.197
Porcentagem 44,27% 22,73%

Titular
Antônio Edvaldo Macedo Mascarenhas
PTB

Eleito
João Bosco Godeiro de Freitas
PL

A eleição municipal da cidade brasileira de Poções ocorreu em 3 de outubro de 1992 para eleger um prefeito, um vice-prefeito e 13 vereadores para a administração da cidade. O prefeito à época era Antônio Edvaldo Macedo Mascarenhas, do PTB, que terminou seu mandato em 1 de janeiro de 1993. O prefeito eleito foi João Bosco Godeiro de Freitas]] do PL, com 44,27% dos votos válidos, enquanto Eurípedes Rocha Lima do PFL foi derrotado com 22,73% dos votos válidos. Nesta eleição apresentaram-se cinco candidatos a prefeito e 160 candidatos a vereador.

Com informações totais do TRE-BA.[nota 2]

Candidatos a prefeito do município Partido Número Coligação Eleitores/Votos Percentual  
19.696 100,00% ELEITORADO
14.486 73,55% COMPARECIMENTO
5.210 26,45% ABSTENÇÃO
João Bosco Godeiro de Freitas PL 22 PL/PTB 6.228 44,27%  
Eurípedes Rocha Lima PFL 25 PFL/PSC 3.197 22,73%  
Antônio Ferreira dos Santos Neto PT 13 PT/PDT 764 5,43%  
Antônio Henrique Celino de Souza PSDB 45 sem coligação 733 5,21%  
Otto Wagner de Magalhães PMDB 15 sem coligação 378 2,68%  
2.768 19,68% VOTOS EM BRANCO[13]
14.068 100,00% VOTOS VÁLIDOS[13]
418 2,89% VOTOS NULOS

Notas e referências

Notas

  1. a b c d As informações foram coletadas junto ao TRE-BA, via e-mail, através de sua Ouvidoria, que solicitou os dados totais relativos aos processos eleitorais deste município de 1947 a 1992, à Seção de Biblioteca e Memória (SEBLIM).
  2. As informações foram coletadas junto ao TRE-BA via e-mail, através de sua Ouvidoria que solicitou os dados totais relativos ao processo eleitoral à Seção de Biblioteca e Memória (SEBLIM).

Referências

  1. «Resultado das Eleições 2020 - Dona Nilda». Tribunal Superior Eleitoral. 2020. Consultado em 7 de novembro de 2022 
  2. a b «IBGE»  Texto "https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/pocoes/panorama " ignorado (ajuda);
  3. «IBGE» 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 14 de agosto de 2013 
  5. «IBGE_ECONOMIA_PIB». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios» 
  7. Meira, Celio Silva (2015). «A Natureza dos Deuses da Natureza: Comunidades Tradicionais Religiosas de Matriz Africana e o Processo de Expansão Urbana na Contemporaneidade da Cidade de Poções – BA». Revista de Humanidades (2): 362–378. ISSN 2318-0714. Consultado em 9 de junho de 2024 
  8. a b RAMOS, Ricardo. «Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças (PDF) (Tese de doutorado)» (PDF). UFBA. Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças (PDF) (Tese de doutorado) 
  9. a b cidades.ibge.gov.br https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/pocoes/panorama. Consultado em 9 de junho de 2024  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  10. Soares, O. «A territorialização da cafeicultura no Planalto da Conquista/Bahia: transformações e contradições no espaço agrário». UFSE. Transformações e contradições no espaço agrário 
  11. Grilo, Edson (18 de agosto de 2011). «FAZ 10 ANOS QUE O SUDOESTE BAIANO PERDEU SUA GRANDE LIDERANÇA – TONHE GORDO». www.conquistanews.com.br. Consultado em 4 de fevereiro de 2017 
  12. «OCTÁVIO JOSÉ CURVELO». Portal Poções por Adelson Meira. 26 de novembro de 2012. Consultado em 4 de fevereiro de 2017 
  13. a b [1],Os votos em branco foram considerados válidos até a vigência da Lei nº 9.504/97.

Ligações externas editar

 
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