A máquina de fazer espanhóis

A máquina de fazer espanhóis é um romance de Valter Hugo Mãe, nome artístico de Valter Hugo Lemos.[1]

A máquina de fazer espanhóis
Autor(es) Valter Hugo Mãe
Idioma Português
Género Romance
Editora Alfaguara
Lançamento 2010
Páginas 312
ISBN 9789896720162

Considerado “Um dos melhores romances publicados em Portugal nos últimos anos"[2] A máquina de fazer espanhóis retrata, principalmente, a história de António Silva, um idoso, que, após a morte da sua mulher, vai para um asilo.

Esta obra foi primeiramente publicada em Portugal em 2010 pela editora Alfaguara e posteriormente publicada em 2016 pela Porto Editora[3], com prefácio de Caetano Veloso, acabando por se expandir internacionalmente e foi publicado, em 2011, no Brasil pela editora Cosac Naify.

Sinopse editar

Acompanhamos a história, na primeira pessoa, do narrador e personagem principal, António Jorge da Silva, um barbeiro reformado de 84 anos e que, logo no primeiro capítulo, perde a sua companheira e esposa Laura que vivera consigo durante quase 50 anos, sendo que após a morte da sua esposa a sua filha coloca-o, contra a sua vontade, em um asilo apelidado “Feliz Idade”, descrito como opressor e rodeado por um cemitério.[4]

Apesar de ter como tema principal a velhice, acompanhado da solidão, da morte e do sentimento de abandono de António Silva, através de várias conversas e do resgate de memórias entre os seus colegas no asilo, este livro aborda também temas como o salazarismo e essa época que os idosos do Feliz Idade passaram, sendo que, primeiramente, o livro iria ter como título “o fascismo dos bons homens”.[5]

A Tetralogia das minúsculas editar

Este livro pertence à, denominada por Valter Hugo Mãe, “tetralogia das minúsculas” (o nosso reino, o remorso de baltazar serapião, o apocalipse dos trabalhadores e a máquina de fazer espanhóis) o conjunto dos seus quatro primeiros romances escritos exclusivamente em minúsculas.[6]

Ao longo dos 18 capítulos da obra este padrão é seguido, no entanto, o quinto e o décimo capítulos são escritos de forma normal, com as respetivas maiúsculas e parágrafos. A razão pela qual as maiúsculas são utilizadas está relacionada com a presença de figuras de autoridade nos respetivos capítulos, nomeadamente agentes da polícia.

O Esteves sem metafísica editar

Para além da presença de um excerto inicial do poema Tabacaria de Álvaro de Campos, ainda antes do começo da obra, Valter Hugo Mãe reencarna a personagem do mesmo poema, o Esteves sem metafísica, e insere-o no lar, tornando-o num homem de 100 anos, a pessoa mais velha do asilo.[7]

Esteves dizia ser a pessoa que tinha inspirado Fernando Pessoa a escrever. Silva, desacreditado, acaba posteriormente por ser convencido e Esteves causa impacto na vida de António Silva. Anteriormente, com a ideia de que já nada o podia deslumbrar, a existência de Esteves provou o contrário: “com oitenta e quatro anos um homem ainda pode ficar deslumbrado e todo incrédulo, como se viesse para criança pasmar diante de um gelado”.[8]

Prémios editar

Graças a esta obra, Valter Hugo Mãe, em 2012, foi premiado com o 10.º Grande Prémio Portugal Telecom Melhor Livro do Ano, atualmente conhecido como Grande Prémio Oceanos de Literatura, bem como o Prémio Portugal Telecom Melhor Romance do Ano.[9]

Ver também editar

Referências

  1. [1]
  2. [2]
  3. [3]
  4. [4]
  5. «Visão | valter hugo mãe: "o amor é para os heróis"». Visão. 22 de janeiro de 2010. Consultado em 2 de janeiro de 2024 
  6. [5]
  7. «"A máquina de fazer espanhóis" de Valter Hugo Mãe – Centro Nacional de Cultura». Consultado em 2 de janeiro de 2024 
  8. [6]
  9. «A máquina de fazer espanhóis». www.bing.com. Consultado em 2 de janeiro de 2024