Academia Mineira de Letras

academia de letras do estado brasileiro de Minas Gerais

A Academia Mineira de Letras MHM é a entidade literária máxima do estado de Minas Gerais, fundada em Juiz de Fora, em 1909.

Palacete histórico da sede da instituição.
Registro da posse de D. Vasconcelos Motta na AML, cumprimentado pela escritora Cida Chaves, 1971.

Histórico editar

Sua fundação foi feita por 12 intelectuais capitaneados por Machado Sobrinho. Foram então eleitos outros 18 intelectuais de todo o estado para integrar a academia. Em 1915, a Academia Mineira de Letras mudou-se para a nova capital de Minas Gerais: Belo Horizonte, onde permanece até hoje. Em 1987, mudou-se definitivamente para o Palacete Borges da Costa.[1] Em 1994 foi construído o auditório Vivaldi Moreira, projetado pelo arquiteto Gustavo Penna.[2]

Em 10 de junho de 1992 foi feita Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal.[3]

Atualmente é presidida pelo acadêmico Rogério Faria Tavares.

Lista das cadeiras com patronos, fundadores e acadêmicos atuais editar

Cadeira Patrono Fundador Acadêmico atual
1 Visconde de Araxá (1812-1881) Albino Esteves (1884-1943) Danilo Gomes (1932)
2 Arthur França (1881-1902) Aldo Delphino (1872-1945) Benito Barreto (1929)
3 Aureliano Lessa (1828-1861) Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) Angelo Oswaldo de Araújo Santos (1947)
4 Frei José Marianno da Conceição Velloso (1742-1811) Alvaro da Silveira (1867-1945) Amilcar Vianna Martins Filho (1949)
5 Azevedo Junior (1865-1909) Amanajós de Araujo (1880-1938) Humberto Werneck (1945)
6 Bernardo Pereira de Vasconcelos (1795-1850) Arduíno Bolívar (1873-1952) Yeda Prates Bernis (1926)
7 Luiz Cassiano (1868-1903) Avelino Fóscolo (1864-1944) Wander Melo Miranda (1952)
8 Baptista Martins (1868-1906) Belmiro Braga (1872-1937) Rogério Faria Tavares (1971)
9 Josaphat Bello (1870-1907) Bento Ernesto (1866-1943) Antonieta Cunha (1939)
10 Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) Brant Horta (1876-1959) J.D. Vital (1947)
11 Frei de Santa Rita Durão (1722-1784) Carlos Góes (1881-1934) Dom Walmor Oliveira de Azevedo (1954)
12 Alvarenga Peixoto (1744-1793) Carlindo Lellis (1879-1945) Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho (1933)
13 Xavier da Veiga (1846-1900) Carmo Gama (1860-1937) Silviano Santiago (1936)
14 José Senna (1847-1901) Costa Senna (1852-1919) Antenor Pimenta Madeira (1960)
15 Bernardo Guimarães (1827-1884) Dilermando Cruz (1879-1935) Maria Esther Maciel (1963)
16 Francisco de Paula Cândido (1805-1864) Diogo de Vasconcelos (1843-1927) Ronaldo Costa Couto (1942)
17 Conde de Prados (Dr. Camilo Armond) (1815-1882) Eduardo de Menezes (1857-1923) Ibrahim Abi-Ackel (1927)
18 Silva Alvarenga (1749-1814) Estevam de Oliveira (1853-1926) José Henrique Santos (1934)
19 Corrêa de Almeida (1820-1905) Francisco Lins (1866-1933) Padre José Carlos Brandi Aleixo (1932)
20 Arthur Lobo (1879-1901) Franklin de Almeida Magalhães (1902-1971) Hindemburgo Chateaubriand Pereira Diniz (1932)
21 Fernando de Alencar (1857-1910) Gilberto de Alencar (1887-1961) Elizabeth Fernandes Rennó de Castro (1930)
22 Júlio Ribeiro (1845-1890) Heitor Guimarães (1868-1937) Fábio Lucas (1931)
23 Joaquim Felício (1828-1895) Joaquim Silvério (1859-1933) Manoel Hygino dos Santos (1930)
24 Bárbara Eliodora (1758-1819) João Lúcio Brandão (1875-1948) Ailton Krenak (1953)
25 Augusto Franco (1877-1909) João Massena (1865-1957) Jacyntho Lins Brandão (1952)
26 Evaristo da Veiga (1799-1837) José Eduardo da Fonseca (1883-1934) Jota Dangelo (1932)
27 Corrêa de Azevedo (1856-1904) José Paixão (1868-1949) Afonso Henriques de Guimaraens Neto (1944)
28 Américo Lobo (1893-1903) José Rangel (1868-1940) Márcio Sampaio (1941)
29 Aureliano Pimentel (1830-1908) Lindolpho Gomes (1875-1953) José Fernandes Filho (1929)
30 Oscar da Gama (1870-1900) Luiz de Oliveira (1874-1960) Caio César Boschi (1947)
31 Lucindo Filho (1847-1896) Antônio Vieira de Araújo Machado Sobrinho (1872-1938) Rui Mourão (1929)
32 Marquês de Sapucaí (1793-1875) Mário Lima (1886-1936) Carlos Bracher (1932)
33 Edgar Matta (1878-1907) Mário Magalhães (1885-1937) Luís Ângelo da Silva Giffoni (1949)
34 Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) Joaquim Mendes de Oliveira (1879-1918) Orlando Vaz Filho (1935)
35 João Pinheiro (1860-1908) Navantino Santos (1885-1946) Carlos Mário da Silva Velloso (1936)
36 Eloy Ottoni (1764-1851) Nelson Senna (1876-1952) Aloísio Teixeira Garcia (1944)
37 Manoel Basílio Furtado (1826-1903) Olympio Rodrigues de Araújo (1860-1923) Olavo Celso Romano (1938)
38 Beatriz Brandão (1779-1868) Paulo Brandão (1883-1928) Pedro Rogério Couto Moreira (1946)
39 Basílio da Gama (1740-1795) Plínio Motta (1876-1953) Patrus Ananias de Souza (1952)
40 Visconde de Caeté (1766-1838) Pinto de Moura (1865-1924) Conceição Evaristo (1946)

Membros passados editar

Registros editar

Na sua crônica "Minas Enigma", o escritor mineiro Fernando Sabino conta um interessante episódio da AML:

Mais vale um pássaro na mão. A Academia Mineira, há tempos, pagava um jeton ridículo: duzentos cruzeiros — antigos, é lógico. Um dos imortais, indignado, discursava o seu protesto:
— Precisamos dar um jeito nisso! Duzentos cruzeiros é uma vergonha! Ou quinhentos cruzeiros, ou nada!
Ao que um colega prudentemente aparteou:
— Pera lá: ou quinhentos cruzeiros, ou duzentos mesmo.

Referências

  1. «Revista Eletrônica da Academia Mineira de Letras: Dossiê Academia Mineira de Letras 110 anos 2019» (PDF). Academia Mineira de Letras. Revista Eletrônica da Academia Mineira de Letras. LXXIX (Especial). Dezembro de 2019. ISSN 1982-6680. Consultado em 18 de maio de 2022 
  2. Campos, Rafael (5 de abril de 2022). «Academia Mineira de Letras se reinventa para renovar seu público». Revista Encontro. Consultado em 16 de junho de 2022 
  3. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Academia Mineira de Letras". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 2 de abril de 2016 

Ligações externas editar