Diogo de Vasconcelos

historiador, político, jornalista e advogado brasileiro
 Nota: Este artigo é sobre o político e jornalista. Para o município, veja Diogo de Vasconcelos (Minas Gerais).

Diogo de Vasconcelos (Mariana, 8 de maio de 1843 - Belo Horizonte, 18 de junho de 1927) foi um importante historiador, político, jornalista e advogado brasileiro. É conhecido por suas obras sobre a História de Minas Gerais.

Diogo de Vasconcelos
Diogo de Vasconcelos
Nascimento 8 de maio de 1843
Mariana
Morte 18 de junho de 1927
Cemitério do Bonfim
Cidadania Brasil
Ocupação advogado, político, jornalista, historiador

Biografia editar

Diogo Luís de Almeida Pereira de Vasconcelos nasceu em 8 de maio de 1843, na cidade de Mariana. Era membro da tradicional e importante família Vasconcelos. Era filho do Major Diogo Antônio de Vasconcelos e D. Luísa de Almeida. Do lado materno era neto do conselheiro Joaquim José da Rocha, advogado, diplomata e conselheiro de D. Pedro I.

Por parte de pai, Diogo de Vasconcelos era neto do coronel Francisco Joaquim da Cunha e Castro e D. Ana Rosa Pereira de Vasconcelos. Ana Rosa era irmã de Bernardo Pereira de Vasconcelos, ilustre senador e primeiro-ministro do Império. Também era sobrinho-neto do 1º Visconde de Ponte da Barca, Jerónimo Pereira de Vasconcelos.

Diogo realizou a sua formação no Seminário de Mariana, no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro e na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na cidade de São Paulo, onde se graduou em 1867. Na faculdade começou a se envolver com a política. Porteriormente foi, por várias vezes eleito deputado-geral durante o Segundo Reinado. Era monarquista convicto, e, mesmo no periodo da República, fazia parte do Partico Conservador Mineiro. Pelo partido exerceu por diversas ocasiões o cargo de agente executivo, semelhante hoje ao cargo de presidente da Câmara, na cidade de Ouro Preto. Também foi deputado e senador. Sua trajetória política foi bem definida: político, membro de uma tradicional família mineira formadora de ministros e presidentes da província, possuiu formação marcada por religiosidade católica fervorosa, e um conservadorismo político sólido.

É considerado um dos precursores na construção da memória histórica mineira, por sua atuação na criação de instituições significativas como o Arquivo Público Mineiro (APM) e o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais[1] (IHGMG), e a Academia Mineira de Letras (AML). Acreditava que o passado colonial e imperial, de herança ibérica e católica, tinha definido traços da regionalidade mineiro e do nacionalismo brasileiro. Destacou-se também como pioneiro na defesa do patrimônio histórico e artístico mineiro. Por suas pesquisas sobre o barroco e o rococó mineiro, é considerado o primeiro historiador da arte no Brasil. Entre as suas obras podemos destacar a História Antiga de Minas Gerais, de 1904, e História Média de Minas Gerais, de 1918. Por seu ofício recebeu a alcunha de "Heródoto mineiro"[2].

Homenagens editar

Em 1893, por vários serviços prestados à Igreja Católica, foi distinguido pelo Papa Leão XIII com a comenda da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém.[3]

Em 1938, foi dado o seu nome ao antigo distrito de São Domingos, da cidade de Mariana, em Minas Gerais. Em 7 de dezembro de 1962, pela lei nº 2.764, foi elevado ao município de Diogo de Vasconcelos[4].

Postura historiográfica editar

A partir do discurso proferido pelo historiador na inauguração do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, em 1907, nota-se que sua postura historiográfica era carregada de certo objetivismo histórico. Acreditava, nesse sentido, em verdades históricas. Afirmava que o historiador deve se prender apenas à verdade, de forma objetiva e imparcial.

Era um típico historiador de arquivo, utilizando quase que unicamente documentos oficiais como fonte historiográfica. Uma vez que se propunha que a História fosse uma ciência objetiva, seria necessário a criação de um método: a crítica documental. Movimento típico do positivismo na História. Afirmava que a História não é apenas uma ciência das humanidades, mas sim “a mais humana dentre elas”.

Bibliografia editar

Notas e referências

  1. VASCONCELLOS, Diogo de. Discurso de inauguração do IHGMG. Revista do Archivo Publico Mineiro. Ano XIV. Bello Horizonte: Imprensa Official de Minas Geraes, p. 211-220, 1909.
  2. INSTITUTO Historico e Geographico de Minas Geraes: Ata da sessão realizada a 27 de novembro de 1927”. In: RAPM, ano XXII, Belo Horizonte, 1928.
  3. «Academia Mineira de Letras - A sessão solemne de instalação - notas diversas». Hemeroteca Digital Brasileira. O Pharol. 18 de maio de 1910. p. 1. Consultado em 5 de março de 2018 
  4. cidades.ibge.gov.br https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/diogo-de-vasconcelos/historico#:~:text=Recebeu%20em%201923%20a%20denomina%C3%A7%C3%A3o,emancipado%20e%20elevado%20%C3%A0%20munic%C3%ADpio. Consultado em 9 de julho de 2023  Em falta ou vazio |título= (ajuda)

Precedido por
Francisco de Paula Cândido
(patrono)
Academia Mineira de Letras - Cadeira n.º 16
1843 - 1927
Sucedido por
Mário Gonçalves de Matos
  Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.