Agaocephala margaridae

espécie de inseto
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Agaocephala margaridae é uma espécie de coleóptero da família dos escarabeídeos (Scarabaeidae) e subfamília dos dinastíneos (Dynastinae). É endêmico dos estados do Pará e Mato Grosso, no Brasil.[1][2][3] Foi descrito em 1958 por Moacir Alvarenga[4] e o holótipo era mantido na coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro, mas se perdeu durante o incêndio de 2018.[5]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAgaocephala margaridae
Taxocaixa sem imagem
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Scarabaeidae
Subfamília: Dynastinae
Género: Agaocephala
Espécie: A. margaridae
Nome binomial
Agaocephala margaridae
Alvarenga, 1958

Descrição editar

De acordo com a descrição original de Alvarenga, os machos de Agaocephala margaridae apresentam cornos cefálicos alongados e fortemente curvados no ápice, com protuberância dorsolateral forte e pontiaguda O canto ocular longitudinal com porção posterior fina e projetada lateralmente. A protíbia tem quatro dentes externos e mesotíbias distintamente curvadas e enrugadas. O corno torácico é pontiagudo, alongado e direcionado para frente. Na vista dorsal, os parâmeros têm porção mesoapical em forma de clava com dente lateral oblíquo para trás em ambos os lados.[5]

As fêmeas, por sua vez, têm fronte fortemente protuberante com tubérculos indistintos. A escultura da cabeça tem rugas distribuídas transversalmente na base do clípeo, pontos coalescentes próximos ao vértice. Clípeo redondo e largo, ápice ligeiramente emarginado. Canto ocular com margem anterior ligeiramente protuberante basalmente, convergindo obliquamente à ponta, e ponta angulada. A protíbia tem quatro dentes externos. O labro é delgado, e sete vezes mais largo que longo, com a margem anterior medialmente emarginada. As mandíbulas em vista ventral com carina interna nitidamente angulada perto do dente apical. A maxila tem com gálea falciforme. O mento tem base larga e ápice discretamente estreito e superfície ventral com grandes pontuações densas. A mesotíbia tem dente medial emparelhado com outro dente interno. O ápice metatibial é projetado medialmente e pontiagudo.[5]

Os machos têm comprimento do corpo de 30,6-42,1 milímetros, comprimento elitral de 20,5–26,2 milímetros, comprimento da cabeça de 3,1–6,2 milímetros, comprimento pronotal de 8,2–12,8 milímetros e comprimento protibial de 7,10-8 milímetros. A largura elitral é de 9,8–14,1 milímetros. Já as fêmeas têm comprimento do corpo de 26,3–37 milímetros, comprimento elitral de 23,1–24,6 milímetros, comprimento da cabeça de 3,3–3,9 milímetros, comprimento pronotal de 9,9–12,4 milímetros e comprimento protibial de 7,3–8 milímetros. A largura elitral é de 9,9–18,6 milímetros e a largura pronotal é de 14,2–18,4 milímetros.[5]

Distribuição e habitat editar

Agaocephala margaridae foi descrito com base em espécimes coletados na Serra do Cachimbo, no Pará, uma região orográfica com altitude de 743 metros. É a única espécie brasileira que ocorre no bioma Amazônia, abrangendo as ecorregiões de florestas úmidas do Madeira-Tapajós e florestas tropicais secas de Mato Grosso. A Serra do Cachimbo, em particular, mescla vegetação lenhosa de quatro a seis metros de altura e arbustos como Pagamea guianensis e Palicourea nitidella e fitofisionomia de Cerrado.[5]

Estado de conservação editar

Em 2007, foi classificada como vulnerável na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará;[6] e em 2018, como pouco vulnerável na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[7][8]

Referências

  1. «Agaocephala margaridae Alvarenga, 1958». Catalogue of Life. Consultado em 19 de abril de 2023. Cópia arquivada em 28 de abril de 2023 
  2. «Agaocephala margaridae Alvarenga, 1958» (em inglês). Global Biodiversity Information Facility (GBIF). Consultado em 19 de abril de 2023. Cópia arquivada em 28 de abril de 2023 
  3. «Specimen - paratype(s) Agaocephala margaridae Alvarenga, 1958». Museu Nacional de História Natural. Consultado em 19 de abril de 2023. Cópia arquivada em 28 de abril de 2023 
  4. Alvarenga, M. (1958). «Descriçaode una nova espèce brasilera de genero Agacephala Serville, 1825». Revista Brasileira de Biologica. 18: 47-58 
  5. a b c d e Alves, Rafael Sobral (janeiro de 2023). Taxonomia de Agaocephalini Burmeister, 1847 (Coleoptera, Melolonthidae, Dynastinae) (PDF). Manaus, Amazonas: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). p. 60-65. Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 28 de abril de 2023 
  6. Extinção Zero. Está é a nossa meta (PDF). Belém: Conservação Internacional - Brasil; Museu Paraense Emílio Goeldi; Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Governo do Estado do Pará. 2007. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  7. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  8. «Agacephala (Agacephala) margaridae Alvarenga, 1958». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada em 28 de abril de 2023