Antônio Borsoi (São Paulo, 25 de julho de 1880Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 1953) foi um designer e mestre-artesão brasileiro.[1][2]

Antônio Borsoi
Nascimento 25 de julho de 1880
São Paulo
Morte 14 de janeiro de 1953
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação designer, artesão

Biografia editar

Nasceu na cidade de São Paulo, onde seus pais — Francisco Borsoi e Bonna Dinardi —, naturais de Veneza, na Itália, acabavam de chegar. Nessa cidade, concluiu os seus estudos no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo e viveu até desposar Inaiá Pinheiro (1905).[1]

 
Interior da Confeitaria Colombo, seu mais famoso trabalho[3]

Casado, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde nasceram os seus filhos: Gérson, Semiramis, Guaraciaba e Acácio. Aqui, trabalhou como arquiteto-desenhista, decorador e desenhista de móveis para várias firmas, entre elas a Companhia Marcenaria Auler (de 1906 a 1918), com os italianos Storino e Polito, e com o português Costa Pereira, no "Le Mobilier" e na "Laubish". Nesse meio-tempo, teve a sua própria fábrica de móveis, por pouco tempo, pois veio a perdê-la, endividado.

A formação de seu estilo foi basicamente em função dos livros e revistas recebidos da Europa, entre os quais se destacaram o "L'Illustration", "L'Artista Moderno", "Modelli di Arte Decorativa", "Les Arts", "Revue Mensuel des Musées", "Moderno Decorado Interior", "L'Art et Décoration", "Per L'Arte" e "L'Architettura Italiana". Apesar dessa formação europeia, pode-se afirmar que Borsoi foi brasileiro e eclético em sua aplicação, utilizando e fundindo elementos dos estilos Art Nouveau, Art Déco, Neogótico, Império, Segundo Império, Luís XIII, Luís XVI, recriados em novas combinações, com harmonia, sem obedecer a uma ordem cronológica ou a uma eventual pureza de estilo.

Assim, desenvolveu e detalhou projetos de decoração e marcenaria para vários importantes estabelecimentos comerciais da época, como confeitarias, sapatarias, farmácias, bares e, principalmente, padarias, já que era famosa a sua habilidade em projetar fornos.

Borsoi trabalhava, em geral, sem horário, fazendo seus desenhos, detalhados, na escala 1:1, como era costume entre os mestres-artesãos da época.

Entre as suas obras mais conhecidas no Rio de Janeiro, restam-nos a Confeitaria Colombo na Rua Gonçalves Dias[3] e o Cinema Íris na Rua da Carioca.

Obras desaparecidas editar

Entre os seus trabalhos já desaparecidos, destacam-se:

  • o Cinema Central, em estilo egípcio, inaugurado em Novembro de 1919 na avenida Rio Branco 168;
  • a Joalheria Bernacci, vizinha à Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias;
  • o Banco Oliveira Roxo, na Rua Miguel Couto;
  • as confeitarias Tijuca, na Praça Sáenz Peña, Primor, próximo ao Largo de São Francisco de Paula, e Renascença, na Rua Gonçalves Dias;
  • os detalhes de escada, balcões e divisórias da antiga sede do Jornal do Brasil, na avenida Rio Branco;
  • a Torre Eiffel, tradicional loja de artigos masculinos;
  • as cadeiras do Teatro Phoenix, na atual avenida Almirante Barroso, no Centro;
  • a antiga sapataria A Insinuante, na Rua da Carioca;
  • os cafés Gruta da Lapa e Ondina.

Referências

  1. a b «PUC-RIO - Campus - Solar Grandjean de Montigny». www.puc-rio.br. Consultado em 20 de março de 2023 
  2. ItaúCultural, Enciclopédia. «Antônio Borsoi». Consultado em 19 de março de 2023 
  3. a b Fotografia, Brasiliana (17 de setembro de 2020). «A Confeitaria Colombo, um elo entre o Rio de Janeiro antigo e o atual». Consultado em 19 de fevereiro de 2023 
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