Ato Institucional n.º 10

10º decreto da ditadura militar brasileira emitido em 1969 para restringir direitos e manter o regime

O Ato Institucional Número Dez (AI-10) foi editado em 16 de maio de 1969 por Costa e Silva,[1][2][3] apenas 20 dias após o AI-9, que dá uma ideia da desordem legal experimentada pela ditadura militar brasileira surgida em 1964. O ato anterior, de 25 de abril de 1969, estabeleceu regras rígidas para a aplicação da reforma agrária, um conceito revolucionário, mas com um tom profundamente conservador.

Ato Institucional n.º 10
Data 16 de maio de 1969
Local de assinatura Brasília
País Brasil
Tipo de documento Atos Institucionais
Número de páginas 4
anterior
Ato Institucional n.º 9
posterior
Ato Institucional n.º 11

Disposições legais editar

Nesse novo ato institucional, determinou-se que as cassações, suspensões de direitos políticos e demissões de funcionários públicos em decorrência de atos institucionais anteriores levariam à perda de todos os direitos ou funções na administração pública, direta ou indiretamente, bem como nas instituições. de ensino e pesquisa ou em organizações consideradas de interesse nacional.

Na prática, isso significava que os funcionários públicos e os funcionários da administração pública, qualquer que fosse sua posição, não poderiam manifestar ou fazer declarações públicas contra a ditadura militar sob pena de demissão, além de perder seus direitos civis e políticos.

Em julho de 1969, mais de 500 pessoas foram demitidas de seus cargos, com penas que variam desde a demissão até a invasão de suas casas a qualquer hora do dia ou da noite. Funcionários do Congresso Nacional e assembleias estaduais e municipais foram sumariamente demitidos. Jornalistas, soldados, diplomatas, médicos, advogados e professores foram detidos sem motivos claros. Alguns sofreram prisão.

Referências

  1. «ATO INSTITUCIONAL Nº 10, DE 16 DE MAIO DE 1969.». www.planalto.gov.br. Consultado em 7 de abril de 2018 
  2. Jacques, Paulino (1983). A Constituição explicada (em inglês). [S.l.]: Forense. p. 231, 529. 665 páginas 
  3. Filho, Oswaldo Munteal; Adriano de Freixo, Jacqueline Ventapane (2008). "Tempo negro, temperatura sufocante": estado e sociedade no Brasil do AI-5. [S.l.]: ED. PUC-Rio. 394 páginas. ISBN 9788578660024