Augusto Maria da Fonseca Coutinho

advogado e político português (1857-1887)

Augusto Maria da Fonseca Coutinho (São Lourenço (Portalegre), 17 de Novembro de 1857 — Portalegre, 1 de Novembro de 1887) foi um advogado, formado em Direito pela Universidade de Coimbra e político, militante do Partido Regenerador, que, entre outras funções, foi deputado às Cortes pelo círculo eleitoral de Portalegre (1881 a 1884) e governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo (de 10 de Dezembro de 1884 a 28 de Maio de 1885).[1]

Augusto Maria da Fonseca Coutinho
Nascimento 17 de novembro de 1857
Portalegre
Morte 1 de novembro de 1887
Portalegre
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação político, advogado

Biografia editar

Augusto Maria da Fonseca Coutinho nasceu em Portalegre no seio de uma família de linhagem antiga, com importantes bens na região. O seu avô, Luís Freire da Fonseca Coutinho, fora desembargador do Paço, e seu pai, João da Fonseca Coutinho, era uma figura prestigiada e influente, que fora presidente da câmara e deputado pelo círculo de Portalegre.

Destinado a seguir uma carreira na magistratura, Augusto Maria da Fonseca Coutinho, concluiu o curso de Direito na Universidade de Coimbra em 10 de Junho de 1879, com 21 anos de idade. Enquanto estudante, colaborou em diversos periódicos estudantis, entre os quais a Literatura Ocidental e O Mosaico, sendo colega de Sérgio de Castro, Sebastião de Magalhães Lima e Alberto Monsaraz.

Terminado o curso, fixou em Portalegre, com banca de advogado, e filiou-se no Partido Regenerador. Em 1880 concorreu para delegado do Procurador Régio, alcançando elevada classificação.

Em 1881, com apenas 24 anos de idade, foi o candidato do Partido Regenerador às eleições gerais de 21 de Agosto de 1881, defrontando José Frederico Laranjo, o experiente e influente incumbente do Partido Progressista que fora seu antigo professor de Coimbra. Apesar de desigual, a luta foi favorável ao jovem, embora por apenas 27 votos, que assim se viu eleito deputado para a legislatura de 1882-1884.[1]

Augusto da Fonseca Coutinho integrou diversas comissões parlamentares, incluindo as da Reforma Eleitoral e do Centenário do Marquês de Pombal, e revelou-se um parlamentar activo e particularmente influente, se considerarmos a sua idade e falta de experiência política. Dedicou-se a diversos assuntos de interesse para o seu círculo eleitoral, entre os quais a instalação de um hospital em Avis e a criação de uma escola de desenho industrial em Portalegre, a Escola de Desenho Industrial Fradesso da Silveira, embrião da Escola Industrial e Comercial de Portalegre.[2] Conseguiu neste último caso alterar as intenções governamentais, já que o projecto inicialmente apresentado por António Augusto de Aguiar não contemplava aquela cidade.[1]

Também apoiou pretensões municipais, entre as quais a obtenção de autorização governamental para que a Câmara Municipal de Castelo de Vide pudesse vender alguns terrenos e um pedido da Câmara Municipal de Arronches para ser dispensada do pagamento dos vencimentos dos professores da instrução primária.

Terminada a legislatura e não sendo reeleito, em 1884 foi nomeado governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo, desempenhando aquelas funções entre 20 de Novembro de 1884 e 5 de Novembro de 1885, data em que foi exonerado a seu pedido por razões de saúde e transferido para o mesmo cargo no Distrito de Bragança. Tomou posse em Bragança a 5 de Novembro de 1885, permanecendo no cargo até 25 de Fevereiro do ano imediato, data em que foi demitido pelo governo progressista que fora então empossado.

Doente, retirou-se para Portalegre, onde manteve a liderança do Partido Regenerador até falecer a 1 de Novembro de 1887, com apenas 30 anos de idade. É lembrado na toponímia de Portalegre, onde uma rua da cidade ostenta o seu nome.

Notas

  1. a b c António Ventura, José Frederico Laranjo. Colecção de História Regional, Edições Colibri, Lisboa, 1996.
  2. O estabelecimento que deu origem à actual Escola Secundária de São Lourenço.

Referências editar

  • António Ventura, José Frederico Laranjo. Colecção de História Regional, Edições Colibri, Lisboa, 1996 (ISBN 972-8288-48-4).
  • Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Regia à Ilha Terceira. Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.

Ver também editar

Ligações externas editar