Campanha Emergencial Guarani Kaiowá

A Campanha Emergencial Guarani Kaiowá é uma organização on-line dedicada à divulgação de informações e à conscientização sobre o etnocídio da tribo Guarani-Kaiowá no sul do Brasil.

Campanha Emergencial Guarani Kaiowá
Logótipo
Campanha Emergencial Guarani Kaiowá
Tipo Movimento social
Fundação 01 de março de 2017 (7 anos)
Sede  Brasil

Luta pela demarcação de terras Guaranis editar

O grupo Campanha Emergencial Guarani Kaiowá foi fundado em março de 2017 em resposta à luta história dos Guaranis-Kaiowas pelo direito de ficar nas suas terras ancestrais. O conflito principal desta luta é a demarcação territorial. Embora a Constituição de 1988 tenha estabelecido que os grupos indígenas têm o direito as terras, isso não depende de reconhecimento formal e foi contestado pelas PEC 215 e PEC 237. Estas emendas constitucionais tentaram alterar o regulamento da demarcação territorial em favor dos interesses "público da União"[1] especialmente a indústria agrícola. Hoje, os Índios Guarani denunciam o “permanente estado de violação de seus direitos humanos” alegadamente perpetuada pelos fazendeiros que ocupam parte da sua terra ancestral.[2] Os atores principais dos ataques contra o povo Guarani Kaiowá são os fazendeiros e há muita tensão entre eles e os grupos indígenas por causa de terem tomado as terras para fazendas e plantações de cana de açúcar. Os problemas são especialmente sérios no Mato Grosso do Sul, uma das áreas onde a etnia já ocupou cerca de 350.000 quilômetros quadrados. No entanto, muitos Guaranis foram forçados a viver em reservas superpovoadas ou em acampamentos nas bermas das estradas.[3]

Os indigenas dizem que o governo não ajuda o suficiente e está sendo omisso na sua obrigação de garantir a segurança dos índios, por isso, organizações como Campanha Emergencial precisa de ajudar para remediar a situação. Há dezenas de famílias, com crianças e idosos vulneráveis vítimas dos ataques (antes das PEC 215 e 237) e muitas pessoas querem ver a violência de fato acabar. Os ataques vão de queimar a barraca, junto com roupas, panelas, alimentos, etc. até ataques mais violentos com tiros que às vezes acabam em mortes.[2]

Formação e inspiração: Martírio editar

A campanha confrontou a realidade do etnocídio destas comunidades indígenas no filme Martírio, um documentário sobre a perseguição e assassinato do povo Guarani Kaiowá no Brasil. O documentário, produzido por Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tatiana Soares de Almeida, usa imagens da realidade Guarani Kaiowá e sua luta pelo direitos humanos contra o governo. Carelli mostra que o genocídio desses grupos é resultado e fortalecido pelo ecocídio das suas terras ancestrais a favor do agronegócio e a devastação ambiental.

Programas de divulgação editar

A campanha utiliza as mídias sociais exclusivamente para divulgar informações sobre problemas atuais enfrentados pelos Guaranis. As primeiras reuniões de campanha consistiram só de exibições públicas do documentário Martírio para educar a comunidade local sobre os problemas e a missão da campanha. O grupo pediu doações de itens alimentares não perecíveis de no mínimo um quilo por inscrição.[4] O grupo conduziu coletas de alimentos e roupa para atender às necessidades básicas dos mais afetados.[5] Para coletar fundos para seus projetos de serviço social, a campanha conta com doações feitas por meio de serviços online.[6] A campanha mantém uma presença ativa no Facebook e no Instagram.

Controvérsia editar

A controvérsia em torno da campanha chegou ao Facebook quando o site impediu que os usuários adicionassem aos seus nomes "Guarani-Kaiowá". Esta forma de mostrar solidariedade tinha sido uma tendência muito popular na rede social, e muitas pessoas questionaram os motivos do Facebook para retirar esta forma de mostrar apoio às populações indígenas no Brasil.[7]

Referências

  1. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Brasília, 5 de outubro de 1988.
  2. a b Morte de adolescente gera ira de Guarani. [1]. Survival Brasil. 20 março, 2013.
  3. Os Guarani. [2]. Survival International. outubro de 2018.
  4. Campanha Emergencial Guarani Kaiowá. [3]. Facebook. 23 de setembro, 2017
  5. Campanha Emergencial Guarani Kaiowá. [4]. Facebook. 30 de setembro, 2018
  6. Campanha Emergencial Guarani Kaiowá. [5]. Kickante.
  7. Facebook impede que usuários mudem nome para ‘Guarani-Kaiowá'. [6]. Globo Comunicação e Participações. 1 de novembro, 2013