Dante Jorge Bianchi[1][14] (algumas vezes referido como Jorge Duarte Dante Bianchi), mais conhecido apenas como Dante Bianchi (Córdoba, 23 de março de 1910 — Natal, Data de falecimento desconhecida), foi um treinador e ex-futebolista argentino, que atuou como meia.

Dante Bianchi
Informações pessoais
Nome completo Dante Jorge Bianchi[1]
Data de nasc. 23 de março de 1910
Local de nasc. Córdoba, Argentina
Nacionalidade Argentino
Morto em [carece de fontes?] (idade desconhecida)
Local da morte Natal (RN), Brasil
Informações profissionais
Posição Treinador
(ex-Meia)
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)

1933–1936
1937–1939
1940
1940–1942
1940
1943–1944
1945–1949
1949
Nacional de Rosario
Newell's Old Boys[2][3][4]
Racing[5]
Atlanta
Bahia
Vitória (emp.)[nota 1]
São Cristóvão
Bahia
Vitória (jogador-treinador)[nota 2]

46 (1)
3 (1)
[nota 3]
1 (0)

100 (3)
1 (0)
Times/clubes que treinou
[nota 4]
1949
1952[nota 5]
1954
1956–1959[nota 6]
1960–1961
1962[nota 7]
1963
1964
1965
1966
1966–1967
1967
1968

1969
1969–1972
1971–1972
1972–1973
1973
1973
1975
1981

Bahia
Vitória (jogador-treinador)
América-PE
América-PE
Sport
Lusitano de Évora[6]
Santa Cruz
Centro Limoeirense
Fortaleza
Sport
Náutico
América-PE
Ceará
América-PE
Ferroviário do Recife
Sport
Beira-Mar[7]
Boavista
Montijo
América-PE
Central
Treze[8]
América-PE[9][10][11]
ABC[12]
América de Natal[13]

Carreira editar

Como jogador editar

Nascido na cidade de Córdoba, Bianchi começou sua trajetória futebolística em Rosário, outra localidade argentina. Despontou no Newell's Old Boys, em 1933.[15] Costuma haver confusão de que ele também teria defendido o rival Rosario Central, que chegou a ser representado por outro jogador chamado Dante Bianchi, ainda na década de 1910, ainda na infância do Dante Bianchi cordobês.[16] O Newell's contratou Bianchi junto ao Argentino de Rosario por uma quantia de 10 mil pesos, então um recorde no futebol da cidade.[17] Na época, este clube chamava-se Nacional (até 1935),[18] gerando-se assim outra confusão, a de que Bianchi teria vindo do Nacional uruguaio, versão que chegou a difundir-se;[19] contudo, o site estatístico Atilio Software, lançado em 2021 para documentar todos os jogadores que defenderam a tradicional equipe de Montevidéu, inclusive em amistosos,[20] não tem registros de partidas de Dante Bianchi pelo clube uruguaio.[21]

Bianchi seguiu no Newell's até 1936, período em que os rojinegros e o rival Central ainda eram restritos ao campeonato rosarino, só vindo ambos a serem admitidos em 1939 no Campeonato Argentino de Futebol - o qual, apesar do nome, era restrito oficialmente a times da Grande Buenos Aires e La Plata.[22] Pela seleção rosarina, chegou a enfrentar ainda em 1936 o Uruguai, em jogo empatado em 1-1 (gols de Vicente de la Mata e Segundo Villadóniga) contra a equipe de José Nasazzi e Álvaro Gestido.[23]

Em 1937, o Racing contratou-o junto ao Newell's.[24] Permanceu até 1939 no clube de Avellaneda, do qual foi transferido em 1940 ao Atlanta. Porém, jogou somente três vezes nessa equipe;[25] ainda em 1940, chegou ao Bahia.[15]

Inicialmente, chegou a ainda em 1940 defender também o Vitória - em tempos prévios à existência do Ba-vi como clássico, rivalidade esta que só viria a florescer a partir da década de 1950, quando o futebol tornou-se a modalidade prioritária dos rubro-negros.[26] Em 1943, Bianchi foi contratado pelo São Cristóvão. A equipe carioca reunia nomes argentinos e uruguaios, a exemplo do treinador Abel Picabéa, de Armando Renganeschi[27] e Julio Véliz, além de jogadores que passariam pela seleção brasileira - caso do zagueiro Augusto, futuro capitão do Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1950. Os "cadetes" venceram o Torneio Municipal de Futebol do Rio de Janeiro de 1943, ano em que também chegaram a liderar o campeonato estadual, no qual terminaram em terceiro, na última temporada de protagonismo do clube de Figueira de Melo.[28]

Não demorou muito e Bianchi retornou ao Bahia, onde encerrou sua carreira de jogador e completou 100 jogos e 3 gols, além de ter sido Tricampeão Baiano (1940, 1944 e 1945).

Como treinador editar

Aparentemente apaixonado pela Bahia e pelo Nordeste brasileiro, Bianchi iniciou lá mesmo sua trajetória como técnico. Passou por Bahia, Vitória, América-PE, Santa Cruz, Sport, Náutico, Fortaleza, Ceará, Central, Treze, ABC e América de Natal, entre outros. Entre seus títulos, destacam-se o Bicampeonato Pernambucano pelo Sport (1956 e 1958), um outro Campeonato Pernambucano pelo Náutico (1966), e dois títulos do Torneio Início de Pernambuco conquistados por América (1967) e Central (1973).[29][30]

Entre idas e vindas por pequenos e médios clubes nordestinos, Bianchi também passou por Portugal, onde dirigiu Lusitano de Évora, Beira-Mar, Boavista e Montijo, sem muito destaque ou títulos.

Títulos editar

Como jogador editar

Newell's Old Boys
Bahia
São Cristóvão

Como treinador editar

Sport
Santa Cruz
  • II Torneio Paraíba–Pernambuco: 1962[31]
Náutico
  • Campeonato Pernambucano: 1966
América-PE
Central
  • Torneio Início de Pernambuco: 1973 (invicto)

Notas

  1. Emprestado pelo Bahia apenas para uma partida amistosa contra a Seleção Baiana.
  2. Já era treinador do Vitória quando atuou em apenas uma partida do Campeonato Baiano de 1949.
  3. Ver abaixo o número total de jogos e gols por este clube.
  4. Algumas fontes da Internet afirmam que o treinador Dante Bianchi soma mais de uma passagem pelo Bahia. Porém, como nessa sua biografia não consta sequer um desses períodos, o Bahia aparece apenas uma vez na lista cronológica do técnico.
  5. Algumas fontes da Internet afirmam que o treinador Dante Bianchi soma dez passagens pelo América do Recife. Porém, como nessa sua biografia constam apenas os períodos de 1952, 1954, 1966–1967, 1968, 1973 e 1981, o América do Recife aparece apenas seis vezes na lista cronológica do técnico.
  6. Algumas fontes da Internet afirmam que o treinador Dante Bianchi soma quatro passagens pelo Sport. Porém, como nessa sua biografia constam apenas os períodos de 1956–1959, 1965 e 1969, o Sport aparece apenas três vezes na lista cronológica do técnico.
  7. Algumas fontes da Internet afirmam que o treinador Dante Bianchi soma duas passagens pelo Santa Cruz. Porém, como nessa sua biografia consta apenas o período de 1962, o Santa Cruz aparece apenas uma vez na lista cronológica do técnico.

Referências

  1. a b «Dante Jorge Bianchi». FamilySearch. Consultado em 26 de julho de 2023 
  2. BEATY, Alejandro (9 de abril de 2013). «Torneo Molinas 1933, marcando supremacía» (em espanhol). ElRojinegro.com. Consultado em 11 de abril de 2015 
  3. «Rosario Central 1 Vs. Newell's Old Boys 0 - Beccar Varela 1933 - 2da. Fecha - Debate Futbolero» (em espanhol). ViaSolutions.com. Consultado em 11 de abril de 2015 
  4. «Newell's Old Boys 0 Vs. Rosario Central 1 - Torneo Preparación 1936 - 4ta. Fecha - Debate Futbolero» (em espanhol). ViaSolutions.com. Consultado em 11 de abril de 2015 
  5. Paulo (21 de setembro de 2010). «Túnel do tempo: Bahia 7x2 Vitória». Correio24Horas.com. Consultado em 11 de abril de 2015 
  6. «1960-09-17 SPORTING – Lusitano de Évora». FórumSCP.com. Consultado em 13 de abril de 2015 
  7. VILAR, Simone (7 de janeiro de 2014). «A sombra de Eusébio». SportRecife.com. Consultado em 13 de abril de 2015. Arquivado do original em 9 de julho de 2015 
  8. «1975». TrezeGalo.com. Consultado em 13 de abril de 2015 
  9. «Sem Pulo – Notícias de Primeira». Abril. Placar. 1 (578): 81 (ver 36). 12 de junho de 1981. Consultado em 11 de abril de 2015 
  10. «Tabelão». Abril. Placar. 1 (580): 83 (ver 72–76). 26 de junho de 1981. Consultado em 11 de abril de 2015 
  11. «Tabelão». Abril. Placar. 1 (581): 83 (ver 74). 3 de julho de 1981. Consultado em 13 de abril de 2015 
  12. LOPES, Everaldo (21 de setembro de 2014). «A roda viva dos técnicos». TribunaDoNorte.com. Consultado em 13 de abril de 2015 
  13. «Recorde difícil de ser batido». VermelhoDePaixão.com. 28 de setembro de 2010. Consultado em 13 de abril de 2015 
  14. BARROS, Fernando (2 de fevereiro de 2012). «Livro sobre técnicos em PE será lançado amanhã». FolhaPE/BlogDePrimeira.com. Consultado em 11 de abril de 2015 
  15. a b «Bianchi Dante Jorge» (PDF). Argentina & Brazil Soccer Reference. Consultado em 26 de julho de 2023 
  16. BRANDÃO, Caio (10 de janeiro de 2014). «Biancucchi e outros argentinos vira-casacas no Brasil». Futebol Portenho. Consultado em 26 de julho de 2023 
  17. «Hacemos memoria: Hoy 1933». Rosario Fútbol. 14 de julho de 2015. Consultado em 26 de julho de 2023 
  18. DI PASQUA, Nicolás. «Hacemos memoria: Hoy 1933». Cuatro nombres y una misma pasión. Consultado em 26 de julho de 2023 
  19. «BIANCHI». Blog Bahêa na História. 1 de agosto de 2013. Consultado em 31 de julho de 2023 
  20. «Atilio Software: cómo funciona la app de Nacional con estadísticas históricas». El Observador. 23 de março de 2021. Consultado em 31 de julho de 2023 
  21. «JUGADORES». Atilio Software. Consultado em 26 de julho de 2023 
  22. BRANDÃO, Caio (18 de julho de 2015). «110 anos do clássico rosarino, o mais ferrenho da Argentina (e do mundo?)». Futebol Portenho. Consultado em 26 de julho de 2023 
  23. «Sel. Rosarina Sel. Rosarina 1 - 1 Uruguay Uruguays». Asociación Uruguaya de Fútbol. Consultado em 26 de julho de 2023 
  24. COLUSSI, Luis Alberto; GURIS, Carlos Alberto; KURHY, Víctor Hugo (novembro de 2019). «Fútbol Argentino: Crónicas y Estadísticas: Asociación del Fútbol Argentino - 1ª División – 1937» (PDF). Historical Line-ups. Consultado em 26 de julho de 2023 
  25. COLUSSI, Luis Alberto; GURIS, Carlos Alberto; KURHY, Víctor Hugo (novembro de 2019). «Fútbol Argentino: Crónicas y Estadísticas: Asociación del Fútbol Argentino - 1ª División – 1940» (PDF). Historical Line-ups. Consultado em 26 de julho de 2023 
  26. ALVES, Marcus (março de 2007). Além das arquibancadas. Trivela n. 13. Pool Editora, pp. 38-39
  27. LYNCH, Julio (4 mar 1977). Memórias de um fenômeno. Placar n. 358. São Paulo: Editora Abril, pp. 44-45
  28. DO VALLE, Emmanuel (25 de julho de 2023). «São Cristóvão de 1943: último momento de brilho dos cadetes no futebol carioca». Trivela. Consultado em 26 de julho de 2023 
  29. DE OLIVEIRA, Lucídio José (16 de junho de 2011). «Bianchi, um argentino de coração pernambucano». Porsche.Facilit.com. Consultado em 11 de abril de 2015. Arquivado do original em 2 de abril de 2015 
  30. ARAGÃO, Lenivaldo (20 de junho de 2011). «Depoimento sobre o técnico Dante Bianchi». Porsche.Facilit.com. Consultado em 13 de abril de 2015. Arquivado do original em 16 de abril de 2015 
  31. LEITE, Edvaldo (7 de março de 2015). «1962 = Campeão do II Torneio PE-PB». MemóriasDoSantaCruz.com. Consultado em 1 de dezembro de 2015 

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