Desfiladeiro urbano

Desfiladeiro urbano, vale urbano ou cânion urbano (em inglês: street canyon ou urban canyon) é um local do cenário urbano no qual o adensamento de edifícios, de obras de infraestrutura e outros elementos artificiais/naturais cria um ambiente de comportamento similar a um desfiladeiro para fenômenos como temperatura, umidade e propagação de sinais de rádio.[1][2] Exemplos clássicos destes "desfiladeiros" existem quando as ruas são estreitas em proporção com a altura dos edifícios em redor, especialmente na presença de arranha-céus. Exemplos incluem a Avenida Paulista na cidade de São Paulo,Brasil muitas ruas da Magnificent Mile de Chicago, o Canyon of Heroes em Manhattan e os bairros de Kowloon e Central em Hong Kong.

Desfiladeiro urbano da Rua 42, Manhattan, Nova Iorque
Outra perspetiva do desfiladeiro urbano da Rua 42, Manhattan, Nova Iorque

Os desfiladeiros urbanos causam impacto em várias condições locais, incluindo temperatura (originando microclimas e ilhas de calor)[3], condições de vento,[4] qualidade do ar,[5] e capacidade de recepção de ondas de rádio, incluindo sinais de sistemas de posicionamento por satélite como o GPS.[6][7]

Comportamento dos GNSS nos desfiladeiros urbanos editar

Em termos de GNSS, desfiladeiros urbanos restringem a visão do horizonte de observação para recepção direta dos sinais dos satélites, em geral, permitindo a aquisição de sinais apenas para satélites em alta elevações ou na linha da via.[6][1][2] Como os sinais e a geometria dos satélites são obtidos de forma degradada, em geral, a solução de navegação quando obtida é de baixa qualidade.[1][2] As soluções típicas para uso de GNSS em desfiladeiros urbanos envolvem a utilização de sistemas de navegação multissensor, combinação de múltiplas técnicas GNSS e adoção de recursos que permitam caracterizar bloqueios no ambiente.[1][2]

Referências

  1. a b c d Groves, P.D.; et al. (2012). «Intelligent Urban Positioning using Multi- Constellation GNSS with 3D Mapping and NLOS Signal Detection» (PDF). 25th International Technical Meeting of the Satellite Division of 
  2. a b c d Pissardini, R.S.; et al. (2017). «O problema do posicionamento para transporte terrestre no ambiente urbano». Revista Brasileira de Geomática. 5 (3): 380-403. ISSN 2317-4285 
  3. Nunez, M; T. R. Oke (1977). «The Energy Balance of an Urban Canyon». Journal of Applied Meteorology. 16: 11–19. doi:10.1175/1520-0450(1977)016<0011:teboau>2.0.co;2 
  4. Lien, F.S.; E. Yee; Y. Cheng (2004). «Simulation of mean flow and turbulence over a 2D building array using high-resolution CFD and a distributed drag force approach». Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics. 92: 117–158. doi:10.1016/j.jweia.2003.10.005 
  5. Pirjola, L.; Lähde, T.; Niemi, J.V.; Kousa, A.; Rönkkö, T.; Karjalainen, P.; Keskinen, J.; Frey, A.; Hillamo, R. (2012). «Spatial and temporal characterization of traffic emissions in urban microenvironments with a mobile laboratory». Atmospheric Environment. 63: 156. doi:10.1016/j.atmosenv.2012.09.022 
  6. a b Misra, P., P. Enge (2006). Global Positioning System: Signals, Measurements, and Performance, Second Edition. Lincoln (MA), U.S.A: Ganga-Jamuna Press 
  7. Groves,P.D. (2008). Principles of GNSS, inertial, and multisensor integrated navigation systems. [S.l.]: Artech House