Dora Marsden (5 de março de 1882 - 13 de dezembro de 1960) foi uma anarcofeminista, sufragista, editora de revistas literárias e filósofa da linguagem britânica.

Dora Marsden
Dora Marsden
Nascimento 5 de março de 1882
Marsden
Morte 13 de dezembro de 1960 (78 anos)
Dumfries
Cidadania Reino Unido, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Alma mater
  • Universidade Victoria de Manchester
Ocupação jornalista, escritora, suffragette, editora, filósofa, jornalista de opinião, feminista

Biografia editar

 
Manchete de The Egoist (1914)

Em 1890, seu pai abandonou sua família, após a falência de sua fábrica têxtil. Ela estudou na Universidade de Manchester e trabalhou como professora.[1]

Iniciando sua carreira como ativista na União Social e Política das Mulheres (Women's Social and Political Union - WSPU), Marsden acabou se separando da organização sufragista para fundar um jornal que abriria espaço para vozes mais radicais no movimento. Sua importância primordial está em suas contribuições para o movimento sufragista, sua crítica à WSPU das Pankhursts e seu feminismo radical, via The Freewoman. Há quem também afirme que ela tem relevância para o surgimento do modernismo literário, enquanto outros valorizam sua contribuição para a compreensão do egoísmo.[2]

Trabalho como editora editar

Marsden não foi a única sufragista inglesa a se opor à rígida hierarquia da Women's Social and Political Union - WSPU - sob gestão de Christabel e Emmeline Pankhurst, Marsden Insatisfeita com a organização, mas ainda comprometida com o movimento das mulheres, estava determinada a encontrar maneiras de apoiar vozes alternativas relevantes para a causa, e ela decidiu começar a publicar um jornal, The Freewoman, que mostraria uma ampla gama de vozes dissidentes do movimento de mulheres inicialmente e, eventualmente, de outros movimentos radicais.[3] Este foi o primeiro de três periódicos sucessivos que Marsden iniciaria entre 1911 e 1918, com as datas de publicação de cada revista sendo as seguintes: The Freewoman, novembro de 1911 – outubro de 1912; The New Freewoman, junho de 1913 – dezembro de 1913; The Egoist, janeiro de 1914 – dezembro de 1919. Com publicação contínua entre a segunda e a terceira, e apenas um pequeno intervalo entre a primeira e a segunda, os críticos tiveram dificuldade em decidir até que ponto os periódicos deveriam ser considerados parte de um mesmo projeto intelectual. O consenso parece repousar no sentido de que os periódicos refletem os interesses políticos e estéticos cambiantes de Marsden, de modo que os três periódicos estão intimamente relacionados, mas não são projetos idênticos, com The New Freewoman mais próximo em espírito de The Egoist do que qualquer um era do jornal original.[4]

Em 1911, Marsden estava cada vez mais interessada no egoísmo e no anarquismo individualista, uma mudança intelectual cujo desenvolvimento é claramente visível em suas colunas editoriais, onde, à medida que as edições avançam, o escopo da discussão se amplia para incluir uma ampla gama de tópicos pertinentes aos teóricos anarquistas do tempo.[5][6] Muitos pensadores anarquistas da época foram atraídos por movimentos de vanguarda emergentes que mais tarde seriam reunidos sob o termo "modernismo".[7]

Bibliografia editar

  • Ruth Kinna,The mirror of anarchy : the egoism of John Henry Mackay and Dora Marsden, de Saul Newman, Max Stirner, Palgrave Macmillan, 2011, OCLC 793466165.

Referências

  1. Clarke, Bruce (1996). Dora Marsden and Early Modernism: Gender, Individualism, Science. Ann Arbor: University of Michigan Press. p. 11. ISBN 0472106465.
  2. «Dora Marsden (1882 – 1960)». Union Of Egoists (em inglês). 7 de fevereiro de 2016. Consultado em 5 de março de 2022 
  3. Delap, Lucy (2002). «'Philosophical vacuity and political ineptitude': The Freewoman's critique of the suffrage movement». Women's History Review. 11 (4). 615 páginas. doi:10.1080/09612020200200340 . This unease over the content of suffragist politics was combined with a dislike of the autocratic organisation of the suffrage societies, in particular the Women’s Social and Political Union (WSPU). Freewoman contributors believed that militant suffrage organisations demanded an obedience from their members that amounted to ‘servility’ and was fundamentally antagonistic to the ends of feminism. 
  4. Scholes, Robert. «General Introduction to the Marsden Magazines». The Modernist Journals Project. Brown University and The University of Tulsa. Consultado em 6 de março de 2014. Given all these changes, it is not easy to sort out the relationships among these three journals. It is apparent, though, that Marsden wished the second to be clearly distinguished from the first [...] On the other hand, for the first three years of The Egoist, the masthead of the third journal carried this statement about its connection to the second: "Formerly the NEW FREEWOMAN." Thus it is clear that the editor wished to emphasize the break between the first two incarnations of the journal and the connection between the last two. Following this lead, we should be aware that these connections are real. 
  5. Clarke, Bruce (1996). Dora Marsden and Early Modernism. [S.l.: s.n.] p. 3. Her Freewoman leaders already traced two doctrinal shifts—transitions from feminist to anarchist and from socialist to individualist idioms—directly connected to her support in the New Freewoman for literary innovation within a psychological practice of ‘egoistic investigation’ 
  6. Joannou, Maroula (2002). «The Angel of Freedom: Dora Marsden and the transformation of The Freewoman into The Egoist». Women's History Review. 11 (4): 595–612. doi:10.1080/09612020200200675 . The key stages in her personal development, from New Woman to suffragette, from feminist to anarchist, taking in philosophical individualism and literary modernism en route, can only be understood in relation to the influential intellectual currents of her day. 
  7. Williams, Raymond (1989). The Politics of Modernism. London: Verso. pp. 54–57. ISBN 1844675807 

Ligações externas editar