Fazenda Monte Alegre (Ribeirão Preto)

Bem tombado pelo CONDEPHAAT na cidade de Ribeirão Preto

Fazenda Monte Alegre é uma fazenda localizada no município de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, que sua fundação data ao ano de 1874.[1][2]

Fazenda Monte Alegre
Fazenda Monte Alegre (Ribeirão Preto)
Tipo património histórico, edifício, fazenda
Inauguração 1874
Administração
Proprietário(a) Governo do estado de São Paulo
Geografia
Coordenadas 21° 9' 51.846" S 47° 51' 21.943" O
Mapa
Localidade Av. Bandeirantes, 3900 - Vila Monte Alegre, Ribeirão Preto - SP, 14049-900
Localização Ribeirão Preto - Brasil
Patrimônio bem tombado pelo CONDEPHAAT

História editar

Primeiro anos e desapropriação editar

A Fazenda Monte Alegre, foi fundada no ano de 1874, emulada por João Franco - dono de escravos e importante cafeicultor e agropecuarista - que comprou grandes porções de terra na cidade de Ribeirão Preto que tinha o intuito de cultivar café no município.[3][4][5] A fazenda foi o primeiro lugar a ter acesso a energia elétrica na cidade.[6]

No ano de 1890, João Franco vende suas terras para Francisco Schmidt, imigrante alemão.[7] Em 1920, a fazenda chegou ao seu auge produtivo contando com catorze milhões de pés de café, com 14 mil colonos gerando uma produção anual de setecentos mil sacas de café - fazendo que demandasse uma ferrovia particular nas terras de Schimidt.[6][8][9]

Schimidt morreu no ano de 1924, entregando sua propriedade para o filho Jacob.[6][10] A gestão de Jacob não foi tão frutífera quanto a de seu pai, não conseguindo segurar a lucratividade nas décadas anteriores, muito devido a crise do café no Brasil como um dos desdobramentos da Grande Depressão ocorrida no ano de 1929, nos Estados Unidos.[11][12][13] Com a decadência, Jacob vende as terras para o fazendeiro João Marquese.[14]

Apesar da compra de João Marquese, a propriedade é desapropriada pelo governo estadual com instituto educacional, fundando no ano de 1942 a Escola de Agricultura Getúlio Vargas que operou até o ano de 1948.[1][15][16]

Universidade de São Paulo editar

Como aconteceu em Pirassununga, com a intervenção do político Fernando de Sousa Costa, foi feita uma intervenção para que a cidade recebesse um campus Universidade de São Paulo (USP), erguendo o prédio central da Faculdade de Medicina.[6][17]

A construções da estrutura da USP de Ribeirão Preto, a arquitetura Neocolonial foi um dos padrões utilizados na estilística de construção do campus universitário.[1] Com a construção do campus, foi feito um esforço pelo professor para que houvesse um reflorestamento dos entornos da universidade já na década de 1980, que foi bem sucedida em seu interesse.[18][19]

Atualmente, a Universidade oferece cursos como os de Biblioteconomia, Administração, Enfermagem, Medicina, Música e Pedagogia.[20]

Museu Histórico Municipal editar

Museu Histórico e de Ordem Geral "Plínio Travassos dos Santos"
 
Fazenda Monte Alegre (Ribeirão Preto)
Inauguração 1938
Proprietário atual Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto
Geografia
País   Brasil
Cidade Ribeirão Preto
Localidade Av. do Café, Campus da USP de Ribeirão, Ribeirão Preto, SP
Coordenadas 21° 09' 52" S 47° 51' 22" O

Atualmente, o campus abriga a sede construída por João Franco de maneira íntegra e opera no imóvel o Museu Histórico e de Ordem Geral "Plínio Travassos dos Santos" de Ribeirão Preto, mantida pela Prefeitura da cidade.[1][6][21] A iniciativa foi feita no ano de 1932, por Plínio Travassos de Santos, que teve a iniciativa de criar um museu com as memórias do município em 1938, sendo montada na Prefeitura da cidade.[22]

Dentre os elemento coletados por Plínio, estavam pinturas, esculturas, desenhos e cerâmicas.[22] No dia de 28 de março de 1951, o acervo é todo transferido para o Solar Schimdt.[22] Entre as seções da inauguração do museu estavam, artes, etnologia indígena, zoologia, geologia e numismática.[22]

Em homenagem a Plínio, no ano de 1963, através da Lei Municipal n.º 1.750, o museu ganhou o nome de Museu Histórico e de Ordem Geral "Plínio Travassos dos Santos" de Ribeirão Preto.[22][23]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d «Ribeirão Preto - Antiga Fazenda Monte Alegre -ipatrimônio». iPatrimônio. Consultado em 29 de março de 2021 
  2. «Gigantes do Interior». FecomercioSP. Consultado em 29 de março de 2021 
  3. «Filhos do Café» (PDF). Museu do Café Francisco Schmidit. 2010. Consultado em 29 de março de 2021 
  4. Tornatore, Nicola (29 de maio de 2006). «História do Café: O zelador da História». Revista Cafeicultura. Consultado em 29 de março de 2021 
  5. Monge, Gabriel. «O "Chefão" e o Rei do Café». Inconfidência Ribeirão. Consultado em 29 de março de 2021 
  6. a b c d e «Da fazenda de café a centro de excelência em ensino e pesquisa». Jornal da USP. 24 de outubro de 2016. Consultado em 29 de março de 2021 
  7. «Familia Coronel Francisco Schmidt, de Ribeirão Preto : Dr. Francisco Ferreira Ramos, Lente da Escola Polytechnica de S. Paulo». Biblioteca Digital Luso-Brasileira. Consultado em 29 de março de 2021 
  8. Forner, Larissa (2017). «Francisco Schmidt: o colono que se tornou o \'Rei do Café\' (1890-1924)» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 29 de março de 2021 
  9. Giesbrecht., Ralph (21 de abril de 2019). «Francisco Schmidt -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». Estações Ferroviárias. Consultado em 29 de março de 2021 
  10. «Museu do açúcar e do álcool reúne acervo raro no interior de SP». Ribeirão e Franca. G1. 15 de dezembro de 2013. Consultado em 29 de março de 2021 
  11. Maia, Andréa Casa Nova (abril de 2013). «Representações da crise de 1929 na imprensa brasileira: relações entre história, mídia e cultura». Varia Historia (49): 217–245. ISSN 0104-8775. doi:10.1590/S0104-87752013000100011. Consultado em 29 de março de 2021 
  12. Reichman, Daniel R. (4 de janeiro de 2018). «Big Coffee in Brazil: Historical Origins and Implications for Anthropological Political Economy». The Journal of Latin American and Caribbean Anthropology (2): 241–261. ISSN 1935-4932. doi:10.1111/jlca.12293. Consultado em 29 de março de 2021 
  13. JAMES, Harold; James, Harold (30 de junho de 2009). The End of Globalization: lessons from the Great Depression (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press 
  14. «Inaugurado solenemente pelo sr.dr. Fernando Costa o Estádio Municipal de Ribeirão» (PDF). Correio Paulistano. 14 de outubro de 1941. Consultado em 29 de março de 2021 
  15. Assal, Marianna (2008). «ARQUITETURA COMO MEIO PARA A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA: O ESTILO NEOCOLONIAL NAS ESCOLAS PRÁTICAS DE AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 29 de março de 2021 
  16. Mascaro, Luciana. «ESCOLAS PRÁTICAS DE AGRICULTURA: ARQUITETURA NEOCOLONIAL NO INTERIOR PAULISTA» (PDF). Instituto de Arquitetura e Urbanismo. Consultado em 29 de março de 2021 
  17. Yamamoto, Erika (13 de novembro de 2019). «Campus da USP em Pirassununga completa três décadas». Jornal da USP. Consultado em 29 de março de 2021 
  18. Almeida, Lucas (8 de junho de 2017). «Em Ribeirão Preto, USP transformou fazenda de café em área verde». Jornal da USP. Consultado em 29 de março de 2021 
  19. «Homenagem, da Prefeitura do campus de Ribeirão Preto, ao prof. José Eduardo Dutra de Oliveira, 2013 » USP Imagens - Banco de imagens da USP». Bancos de Imagens da USP. 2013. Consultado em 29 de março de 2021 
  20. Toledo, Simone (24 de fevereiro de 2017). «USP: saiba quais são os cursos oferecidos pela Fuvest e quantas estrelas eles têm! | Melhores faculdades». Guia do Estudante. Editora Abril. Consultado em 29 de março de 2021 
  21. Culturais, Mapas (14 de dezembro de 2015). «Museu Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos». Mapas Culturais. Consultado em 29 de março de 2021 
  22. a b c d e «Museu Histórico - Histórico». Ribeirão Preto. Consultado em 29 de março de 2021 
  23. Santo, Silvia (2 de março de 2009). «O colecionador público documentalista: museu histórico e de ordem geral Plínio Travassos dos Santos de Ribeirão Preto» (PDF). Universidade Estadual Paulista. Consultado em 29 de março de 2021