O Forte do Macapá localizava-se numa ponta de terra à margem esquerda do rio Amazonas, na antiga Província dos Tucujus, atual cidade de Macapá, no estado brasileiro do Amapá.

Forte do Macapá
Construção D. José I (1761)
Aberto ao público Não

História editar

No local onde, desde 1738, estava sediado um pequeno destacamento em seu reduto (Reduto do Macapá), agora sob o comando de Manuel Pereira de Abreu, o governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1751-1759), fundou a povoação do Macapá (BARRETO, 1958:55). Obedecia assim às ordens recebidas em Lisboa a 31 de março de 1751 de José I de Portugal que, através de instruções "públicas e secretas", determinava como Mendonça Furtado deveria pautar a sua administração no Estado do Grão-Pará e Maranhão. No bojo dessas instruções consta uma recomendação especial sobre a defesa do território do Amapá, a instrução nº 28, que estabelecia:

"(...) e especialmente sobre a fortaleza que, em 8 de Março de 1749,[1] se me propôs ser precisa na costa de Macapá, examinando logo qual ella deva ser, de que força e os meios mais fáceis, e promptamente se podem aplicar a esta obra; e vos advirto que tanto esta fortaleza como as demais, que se fizerem para a defesa e segurança deste Estado, se hão de fazer de forma e modo que não pareça receio de nossos confinantes, havendo ao mesmo tempo a cautela precisa, para que elles não nos surprehendam, para que pêlos meios de facto não renovem as preterições antigas, e não queiram impossibilitar-nos, para lhes disputarmos em todo o tempo por força."

Chegando ao Pará em fins de Setembro de 1751, já na primeira quinzena de Dezembro do mesmo ano, organizava uma expedição, sob o comando do sargento-mor João Baptista do Livramento, para fundar a nova povoação e fortaleza de Macapá, conduzindo colonos açorianos, mantimentos, utensílios e ferramentas.

Em Julho do ano seguinte (1752) fez nova visita ao local, agora em auxílio à população vítima de uma epidemia de cólera.

Em 1753 chegaram a Belém do Pará dois Regimentos vindos de Lisboa, um destinado a guarnecer a praça de Belém e outro a guarnecer a fortaleza do Macapá assim que construída. (OLIVEIRA, 1968:750) Mendonça Furtado seguiu insistindo na construção da mesma (1754), a fim de manter os franceses na margem esquerda do rio Oiapoque. Nesse meio tempo, a povoação do Macapá foi elevada à categoria de vila (4 de fevereiro de 1758), com o nome de São José do Macapá, em solenidade assistida pelo governador Mendonça Furtado, quando em viagem para o rio Negro (BARRETO, 1958:55).

Em 1761, o governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Manuel Bernardo de Melo e Castro, instruiu o Capitão Engenheiro Gaspar João Geraldo de Gronfeld a desenhar a planta de um forte de faxina e terra, a ser construído em São José do Macapá. Aprovada a planta, iniciaram-se as obras sobre uma ponta de terra onde, em 1738, havia sido erguido o primeiro reduto, concluídas em 31 de julho de 1761 (BARRETO, 1958:55-56).

Esse forte foi substituído definitivamente, a partir de 1764, pela Fortaleza de São José do Macapá.

Notas

  1. De autoria do seu antecessor, o governador Francisco Pedro de Mendonça Gurjão.

Bibliografia editar

  • ADONIAS, Isa. A Cartografia da Região Amazônica. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Pesquisas; Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 1963. il. mapas.
  • ADONIAS, Isa. Alguns Mapas Antigos e Planos de Fortes relativos à Região Amazónica existentes em Arquivos do Brasil. Actas do Congresso Internacional de História dos Descobrimentos, Vol. II, Lisboa, 1961, p. 1-50.
  • ALCÂNTARA, Dora Monteiro e Silva. Fortaleza de São José do Macapá. Rio de Janeiro: H. J. Cole, 1979. 24 p. il.
  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
  • FIGUEIREDO, Marta Maria. Fortaleza de São José de Macapá, 1782, Histórico. Macapá: Governo do Território Federal do Amapá, Coordenadoria de Indústria e Comércio, Departamento de Turismo, s.d.
  • FONTANA, Ricardo. As obras dos engenheiros militares Galluzzi e Sambuceti e do arquiteto Landi no Brasil colonial do séc. XVIII. Brasília: Senado Federal, 2005. 102 p. il. fotos.
  • LOBO, Luiz. História Militar do Pará. Rio de Janeiro: Biblioteca Militar, 1943.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • IRIA, Alberto. IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros - Inventário geral da Cartografia Brasileira existente no Arquivo Histórico Ultramarino (Elementos para a publicação da Brasilae Monumenta Cartographica). Separata da Studia. Lisboa: nº 17, abr/1966. 116 p.
  • OLIVEIRA, José Lopes de (Cel.). "Fortificações da Amazônia". in: ROCQUE, Carlos (org.). Grande Enciclopédia da Amazônia (6 v.). Belém do Pará, Amazônia Editora Ltda, 1968.
  • REIS, Arthur Cézar Ferreira. Território do Amapá - Perfil Histórico. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1949. 184 p. il.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.
  • s.a. Histórico da Fortaleza de São José de Macapá. Macapá: Imprensa Oficial, 1954.
  • VIANA, Artur. As Fortificações da Amazônia. Separata dos Annaes da Biblioteca e Archivo Público do Pará (tomos IV e V). s.l.: s.e., s.d.

Ver também editar

Ligações externas editar