Fronteira Brasil–Suriname

A fronteira entre a República Federativa do Brasil e a República do Suriname é uma linha de 593 km de extensão, sentido oeste-leste, que separa o sul do Suriname do território brasileiro na Serra Tumucumaque. A fronteira é a menos extensa do Brasil com seus vizinhos e é quase toda com o estado do Pará, sendo apenas cerca de 52 km no leste com o Amapá.

Fronteira Brasil–Suriname
Delimita:  Brasil
Suriname
Comprimento: 593 km
Posição: 145
Criação: 1931
Traçado atual: 1935
Mapa do Suriname, e ao sul a fronteira com o Brasil

Do lado surinamês situa-se o distrito de Sipaliwini (o maior do país em área).

Características editar

A fronteira vai entre dois pontos tríplices dos países com Guiana no oeste,com a Guiana Francesa no leste. A região de fronteira entre o Brasil e o Suriname é extremamente isolada, existindo apenas algumas aldeias e malocas indígenas nas margens dos rios, além do Pelotão Especial de Fronteira de Tiriós, onde fica localizado o único aeroporto que dá acesso à região.

No lado surinamês da fronteira, a localidade mais próxima é a cidade de Kwamalasamutu.

Municípios limítrofes editar

Suriname
 
Brasil
 
Distrito Resort Município Estado
Guiana Francesa
Sipaliwini Tapanahony Laranjal do Jari Amapá
Almeirim Pará
Óbidos
Tapanahony Oriximiná
Coeroeni
Guiana

Histórico editar

Antecedentes editar

O Suriname foi colônia neerlandesa até 1975 e seus limites aproximados sul já eram conhecidos desde o século XVII, quando passou a ser colônia dos Países Baixos. O Brasil, então colônia de Portugal, estabeleceu seu domínio sobre a área contígua, Capitania do Grão-Pará, e o definiu pelo Tratado de Madrid em 1750.

Contudo, as fronteiras foram demarcadas somente por um acordo em 1931, tendo sido ratificadas em 1935, enquanto o Suriname ainda era a colônia neerlandesa chamada Guiana Holandesa.[1]

Divortium aquarium clássico editar

A linha divisória entre os países é um exemplo clássico de acordo de divisão fronteiriça por divortium aquarum, na qual não há nenhum compartilhamento de bacias hidrográficas entre os dois países, sendo a fronteira portanto totalmente seca. Desse modo, o Suriname não tem acesso aos rios da bacia amazônica, que correm para o sul, nem o Brasil aos rios das bacias do Corantyne e Maroni, que que deságuam no litoral norte, parte do Atlântico que banha as Guianas.

Sobre tal divisória, no livro Estudos brasileiros (volume 1, edições 1-3), de 1938, por Claudio Ganns, pode-se ler:

A Guiana Holandesa, ou Colônia de Suriname, tem seus limites com o Brasil plenamente definidos.(...) O comandante Brás de Aguiar e o almirante Keyser, este pela Holanda, encerraram a delicada tarefa no meio da maior harmonia. Aliás, a Holanda nunca nos criou dificuldades. A linha, que só se estende com o Pará, começa na serra do Tumucumaque, onde nasce o Corentyne, segue a cumeada da mesma serra na partilha das águas entre a bacia do Amazonas, ao sul e as dos cursos d'água que correm em direção ao norte.[2]

O tratado de fronteiras entre o Brasil e o Suriname foi assinado em 5 de maio de 1906 no Rio de Janeiro.[2]

Referências

  1. Almanaque Abril - Mundo - 2006.
  2. a b GANNS, Claudio (1938). studos brasileiros (volume 1, edições 1-3). [S.l.]: Instituto de Estudos Brasileiros