Incêndio no Edifício Andraus

O incêndio no Edifício Andraus foi um incêndio de grandes proporções que atingiu o Edifício Andraus, na tarde do dia 24 de fevereiro de 1972, matando 16 pessoas e ferindo 320. Até então, era o maior incêndio da história do estado de São Paulo, no Brasil, até ser superado pelo incêndio no Edifício Joelma, dois anos depois.[1]

Incêndio no Edifício Andraus
Hora 16h20
Duração 7 horas
Data 24 de fevereiro de 1972 (1972-02-24)
Local Edifício Andraus
Tipo Incêndio
Causa Curto-circuito
Mortes 16
Lesões não-fatais 320
Condenado(s) Nilson Cazzarini

Antecedentes editar

O Edifício Andraus fica na região central da cidade de São Paulo. Foi construído entre 1957 e 1962, possuindo 31 pavimentos, mais o subsolo.[2]

Incêndio editar

O fogo começou por volta das 16h20, na seção de crediário das Casas Pirani, localizada no terceiro andar. A loja ocupava cinco dos 27 andares do prédio.[2] O fogo começou com um curto-circuito nos cartazes de propaganda da loja.[1] Em menos de dez minutos, o fogo começou a se propagar para os andares inferiores, e então os superiores.[2] Em duas horas, tomou conta de todo o prédio.[1] Menos de uma hora após o início do incêndio, quase todas as guarnições do Corpo de Bombeiros estavam presentes no local.[2] Eles usaram lenços úmidos para se proteger da fumaça, já que não havia máscaras suficientes.[1]

Figueiredo Ferraz, então prefeito de São Paulo, mobilizou ambulâncias de todas as Secretarias da Prefeitura e das Administrações Regionais, carros-pipas e o único helicóptero funcional, que foi primeiro a chegar ao heliponto do edifício para resgatar as vítimas. Para o reconhecimento da área, o primeiro helicóptero fez algumas evoluções em volta do edifício, e pousou às 17h15 no heliponto, decolando com as primeiras pessoas resgatadas um minuto depois.[2] Segundo o Acervo Folha, mais de cem vítimas foram salvas por helicóptero.[2] O Memória Globo diz que quinhentas pessoas foram resgatadas pelo heliporto.[1]

O incêndio foi o primeiro a ser transmitido em uma grande cobertura da televisão.[3] O comandante do Corpo de Bombeiros declarou, por volta das 21h30, que os trabalhos de rescaldos seriam iniciados. Os bombeiros ainda não estimavam um número total de mortos, já que o trabalho de resgate das pessoas que estavam no topo do edifício não havia terminado.[2] O incêndio durou aproximadamente sete horas. Durante o período, toda a região em torno do Andraus ficou sem energia elétrica.[1]

De acordo com o IML, dezesseis pessoas morreram carbonizadas ou se atiraram pelas janelas, e outras 320 ficaram feridas.[1][4]

Resultado editar

Nilson Cazzarini, gerente-geral das Casas Pirani, foi condenado a dois anos de prisão, com direito a sursis.[1]

O prédio foi reformado após o incêndio, ganhando parapeitos entre um andar e outro, portas corta-fogo, iluminação de emergência, escadas externas e brigada de incêndio treinada.[1] A Sehab (Secretaria da Habitação) exigiu a revisão total da instalação elétrica de vários andares, removendo as extensões irregulares e o aquecimento excessivo dos disjuntores. Uma nova escada de emergência foi construída.[2]

Em 2013, o especialista em prevenção de incêndios Sérgio Ceccarelli verificou que o edifício ainda tinha falhas quanto à proteção a incêndios, como falta de placas de indicação em hidrantes, extintores e saídas, além de portas corta-fogo abertas, permitindo a proliferação de fumaça.[5]

Hoje, o edifício abriga repartições públicas.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j «Incêndio no Edifício Andraus». Memória Globo. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  2. a b c d e f g h «Há 45 anos, Andraus era consumido por incêndio». Acervo Folha. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  3. «Relembre o incêndio do edifício Andraus, em São Paulo». BOL. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  4. «1972: Incêndio no Edifício Andraus em São Paulo deixa 16 mortos, informa IML». Folha de S.Paulo. 25 de fevereiro de 2022. Consultado em 7 de março de 2022. Cópia arquivada em 3 de junho de 2022 
  5. «Após 41 anos, edifício Andraus falha em segurança contra fogo». Folha de S.Paulo. 17 de fevereiro de 2013. Consultado em 6 de dezembro de 2021 

Leitura adicional editar