Ivan Freitas

pintor brasileiro

Ivan Freitas (João Pessoa, 7 de agosto de 193223 de maio de 2006) foi um pintor e muralista brasileiro.

Ivan Freitas
Nascimento 7 de agosto de 1932
João Pessoa, PB, Brasil
Morte 23 de maio de 2006 (73 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Cidadania Brasil
Ocupação pintor

Biografia editar

Filho do muralista Severino Araújo, Ivan começou na pintura como autodidata.

Sua primeira mostra individual foi na Biblioteca Pública, em 1957. Com o sucesso da exposição, teve condições de mudar-se para Rio de Janeiro no ano seguinte, em 1958, onde tomou contato com a obra de artistas como Salvador Dali e René Magritte, que o influenciaram. Entre 1962 e 1963 residiu como bolsista em Paris. Entre 1969 e 1972, esteve em sua segunda excursão para o exterior, na cidade Nova Iorque e comissionado pela International Telephone and Telegraph Corporation.

De volta ao Brasil, pintou o mural de mais de mil metros quadrados na parede externa da Escola Nacional de Música, no Rio de Janeiro, em 1984 - o primeiro do Projeto Arte nos Muros. Ainda na década de 1970, casa-se com Dalva Mendes Gall, para quem deixou após sua morte em 2006, um acervo extenso onde se pode encontrar todas as melhores obras deste artista paraibano consagrado no Brasil e no exterior.

Anos em Nova Iorque editar

A estadia em Nova Iorque, de 1969 a 1972, foi talvez o momento de maior virada na carreira de Ivan. Até o então, segundo o crítico de arte Roberto Pontual,[1] o artista plástico seguia "uma fase de abstração próxima do informal". Nos Estados Unidos, com tanta influência tecnológica ao seu redor, Ivan passa a se interessar pela máquina e seus mecanismos de movimento e insere essas percepções em suas obras, como "construções cinéticas com pequenos motores ocultos em caixas", conforme Pontual define, e também e acionando padrões de luz em séries cíclicas e repetidas.

Crítica editar

Em 1968, a revista Galeria de Arte Moderna (GAM), publica artigo intitulado Ivan Freitas e o Espaço Cósmico.

No Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos, o crítico de arte italiano Giuseppe Marchiori se refere a Ivan Frentas como alguém que "controla e domina cada parte da pintura com uma vontade de aprofundação da imagem que surpreende e encanta". Ainda segundo o crítico, Ivan é alguém que preserva o mistério na harmonia entre traços e a atmosfera colorida, por onde cria pausas e ritmos para a leitura de suas "estruturas secretas".[2]

O poeta Ferreira Gullar, escreve: "Freitas não se volta para o mundo subjetivo, não indaga os arcanos do inconsciente; ele indaga o futuro e, na solidão de seus quadros promete-nos um mundo sereno e ordenado. E, se em suas paisagens não aparece o homem, não é que essa ordem o exclui - é que ele ainda não a alcançou."

Exposições editar

Individuais editar

  • 1957 - Biblioteca Pública de João Pessoa; João Pessoa, PB.
  • 1960 – Ivan Freitas: Exposições de Pintura, na Galeria Penguin; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1961 – MAM-BA, Salvador, BA.
  • 1962 – Galeria Rubbers; Buenos Aires, Argentina.
  • 1962 – La Cavana Galeria; Trieste, Itália.
  • 1962 – Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1962 – Instituto Brasil–Uruguai; Montevidéu, Uruguai.
  • 1962 – Galeria Barcinski; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1963 – Galleria Del Canale, Nápoles, Itália.
  • 1963 – Ivan Freitas: Paris 1963, na Galeria Barcinski; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1964 – Galeria Barcinski; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1966 – Galeria Relevo; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1968 – Galeria Relevo; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1969 – Pan American Union; Washington, Estados Unidos.
  • 1971 – Iramar Gallery; Nova York, Estados Unidos.
  • 1971 – Blooming – Dale’s Art Gallery; Nova York, Estados Unidos.
  • 1973 – Individual, na Galeria Bonino; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1973 – Galeria Collectio; São Paulo, SP.
  • 1974 – Ivan Freitas: Pinturas/Objetivos, na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1975 – Galeria Arte Global; São Paulo, SP.
  • 1976 – Ivan Freitas: Pinturas/Espaço/Movimento, na Galeria Ipanema; São Paulo, SP.
  • 1977 – Galeria Paulo Prado; São Paulo, SP.
  • 1978 – Fundação Cultural do Estado da Paraíba; João Pessoa, PB.
  • 1979 – Galeria B. 75 Concorde; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1980 – Individual, na Galeria do Sesi; São Paulo, SP.
  • 1980 – Galeria Paulo Prado; São Paulo, SP.
  • 1986 – Ivan Freitas: A Paisagem Reinventada, na Galeria Arte Aplicada; São Paulo, SP.
  • 1987 – Galeria Arte Aplicada; São Paulo, SP.
  • 1989 – Galeria Evasion Arte; São Paulo, SP.
  • 1994 – Galeria GB Arte; Rio de Janeiro, RJ.

Coletivas editar

  • 1959 – 8º Salão Nacional de Arte Moderna; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1960 – 9º Salão Nacional de Arte Moderna; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1961 – 10º Salão Nacional de Arte Moderna – isenção de júri e prêmio de crítica; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1961 – 6ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo; São Paulo, SP.
  • 1963 – Arte de América e Espanha; Europa.
  • 1963 – 2ª Bienal do Jovem; Paris, França.
  • 1963 – 7ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, na Fundação Bienal; ; São Paulo, SP.
  • 1964 – 2º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, no MAM-RJ; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1965 – Arte Brasileira Atual; Bonn, Alemanha.
  • 1965 – Arte Brasileira Atual; Londres, Inglaterra.
  • 1965 – 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM-RJ; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1965 – Opinião 65, no MAM/RJ; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1965 – 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAC/USP; São Paulo, SP.
  • 1965 – 8ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, na Fundação Bienal; São Paulo, SP.*
  • 1965 – Arte Brasileira Atual; Viena, Áustria.
  • 1966 – 5 Pintores Contemporâneos do Brasil; Buenos Aires, Argentina.
  • 1966 – 5 Pintores Contemporâneos do Brasil; Montevidéu, Uruguai.
  • 1966 – 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas; Salvador, BA.
  • 1967 – 9ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, na Fundação Bienal; São Paulo, SP.
  • 1968 – 2º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1969 – 7º Resumo de Arte JB, no MAM-RJ; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1970 – 2ª Bienal de Coltejer; Medellín, Colômbia.
  • 1972 – Arte/Brasil/Hoje: 50 Anos Depois, na Galeria Collectio; São Paulo, SP.
  • 1973 – 12ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, na Fundação Bienal; São Paulo, SP.
  • 1973 – 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM-SP; São Paulo, SP.
  • 1974 – Bienal Nacional 74, na Fundação Bienal; São Paulo, SP.
  • 1975 – A Comunicação Segundo os Artistas Plásticos; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1975 – 13ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, na Fundação Bienal; São Paulo, SP.
  • 1976 – 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP; São Paulo, SP.
  • 1979 – 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP; São Paulo, SP.
  • 1979 – 15ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, na Fundação Bienal; São Paulo, SP.
  • 1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão; Lisboa, Portugal.
  • 1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery; Londres, Inglaterra.
  • 1984 – Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1985 – Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1986 – Imagine: o planeta saúda o cometa, Arte Galeria; Fortaleza, CE.
  • 1986 – 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM-SP; São Paulo, SP.
  • 1987 – 20ª Exposição de Arte Contemporânea, Chapel Art Show; São Paulo, SP.
  • 1990 – 2ª Arte Atual Paraibana, Fundação Espaço Cultural da Paraíba – artista convidado; João Pessoa, PB.
  • 1992 – EcoArt, MAM-RJ; Rio de Janeiro, RJ.
  • 1995 – Opinião 65: 30 Anos, no CCBB; Rio de Janeiro, RJ.
  • 2003 – Projeto Brazilianart, Almacén Galeria de Arte; Rio de Janeiro, RJ.

Referências

  1. Pontual, Roberto (1976). Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil. p. 478 
  2. Cavalcanti, Carlos (org.); Ayala, Walmir (org.) (1973). Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Brasília: MEC. pp. v. 2, pt. 1