José Pinto Guimarães

escritor brasileiro

José Pinto da Fonseca Guimarães foi um escritor, jornalista, educador e diplomata brasileiro.

José Pinto Guimarães
Nome completo José Pinto da Fonseca Guimarães
Ocupação professor, jornalista, escritor, diplomata

Biografia editar

Era filho do coronel João Pinto da Fonseca Guimarães e Zulmira Lara Palmeiro da Fontoura. Foi irmão de João Pinto da Fonseca Guimarães que foi deputado à Assembléia Constituinte do Rio Grande do Sul em 1891.[1]

Lecionou na Escola Normal,[2] integrou a primeira equipe de redação do Correio do Povo em 1895,[3] e dirigiu a Biblioteca Pública do Estado de 1897 a 1906, sendo o primeiro escritor a ocupar o cargo,[4]

Depois seguiu a carreira diplomática.[1] Em 1913 era secretário de legação encarregado do Consulado Brasileiro em Berlim,[5] e em 1931 era cônsul-geral do Brasil em Assunção, onde participou da questão do Chaco, entre Paraguai e Bolívia.[6]

Obra editar

Foi autor de O Rio Grande do Sul para as Escolas (1896), a primeira obra didática para o ensino público de Geografia e História aprovada pelo Conselho Diretor de Instrução Pública, contendo poesias, crônicas, descrições de fauna e flora, tipos humanos, figuras ilustres do passado, noções de geografia, história, civismo, economia, costumes, tradições e cultura regional. Uma segunda edição, ampliada, foi publicada em 1899. A obra contribuiu para a construção da mitologia romantizada do gaúcho como o "monarca das coxilhas", havendo mesmo um capítulo com este título, e excluiu o negro da história do estado.[7] Guilhermino César disse em 1956 que "José Pinto Guimarães sumariou a cultura rio-grandense num livro didático até hoje não superado".[8] Para Dante de Laytano, "embora uma obra do século passado, surge-nos como trabalho pioneiro. Mais do que isso, aborda a história regional pelo simbolismo que se recebe de suas tradições, assim a matéria do livro amplia-se para a história dos costumes. Não permanece apenas na história heroica, que é a principal no devotamento exato da imagem do passado, segundo as suas figuras e atos e fatos. José Pinto Guimarães dá-nos um livro de história social".[9]

Referências

  1. a b Abreu, Alzira Alves de. Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930). Editora FGV, 2015
  2. Almeida, Maximiliano Mazewski Monteiro de. "Didática cívico-castilhista: livros de historiografia e geografia para as escolas elementares do rio grande do sul (1896-1902)". In: XXIV Simpósio Nacional de História da ANPUH, 2007a
  3. Dillenburg, Sérgio Roberto. Correio do Povo. Escola de Ciências Sociais, Fundação Getúlio Vargas
  4. Almeida, Maximiliano de. Mandando adoptar: livros didáticos de história e geografia no Rio Grande do Sul para escolas elementares (1896-1902). Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2007b, pp, 9-10; 23
  5. Decreto. 10.346 – de 16 de julho de 1913, concede autorização á Julius Pintsch Aktiengesellschaft para funccionar na Republica
  6. "A Versão Oficial. Parte VI: Circulares do Ministério das Relações Exteriores 1930 - 1939". Cadernos do Centro de História e Documentação Diplomática, 2006; V (9): 47-52
  7. Almeida 2007b, pp. 23; 85-102
  8. César, Guilhermino. História da Literatura do Rio Grande do Sul. Globo, 1956, p. 368
  9. Laytano, Dante de. Manual de fontes bibliográficas para o estudo da história geral do Rio Grande do Sul. Ed. UFRGS, 1979, pp. 53-55