José Raínho da Silva Carneiro

José Raínho da Silva Carneiro, também conhecido como Comendador José Raínho CONMGOIHComCGCM (São João da Madeira, Portugal, 30 de maio de 1877Rio de Janeiro, Brasil, 27 de abril de 1963), foi um comerciante e benemérito luso-brasileiro, conhecido por ser o principal responsável pela construção do atual edifício onde funciona, desde 1938, o Liceu Literário Português, do qual foi presidente.[1]

José Raínho da Silva Carneiro
CONMGOIHComCGCM
Comendador José Raínho
José Raínho da Silva Carneiro
Presidente do Liceu Literário Português
Período 1929 - 1963
Dados pessoais
Nascimento 30 de maio de 1877
São João da Madeira
Morte 27 de abril de 1963 (85 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade português
brasileiro
Progenitores Mãe: Margarida Emília
Pai: Domingos Luiz da Silva
Prêmio(s) CONM
GOIH
ComC
GCM
Cônjuge Eugénia Raínho Carneiro
Religião católico
Profissão comerciante
Fachada do Liceu Literário Português, cujo edifício José Raínho inaugurou, em 1938

Biografia editar

José Raínho nasceu em São João da Madeira, em 30 de maio de 1877, filho de Domingos Luiz da Silva e Margarida Emília, batizado sob o registo 48/1877.[2] Em 1891, com apenas 13 anos, emigrou para o Brasil,[3] onde se estabeleceu como comerciante,[nota 1] fundando a empresa J. Raínho e C.ª, na "Rua do Hospício, 53 e 44" (atual Rua de Buenos Aires), no Rio de Janeiro[4] que se encontraria falida ou dissolvida em 1927.[5] O edifício onde funcionou o armazém desta empresa alberga, atualmente, o Centro Integrado de Treinamento em Emergência (CITE Med).[4][6][7]

Foi eleito vice-presidente do Liceu Literário Português no mandato 1923-1928, tendo assumido a presidência a partir do mandato seguinte (1929),[8] cargo que desempenhou até à sua morte, em 1963. Em 1932, após o incêndio que destruiu o Liceu, foi o principal responsável pela construção do novo (e atual) edifício.[1][9] Durante a sua presidência, foi galardoado pela instituição com o título de "Presidente Prepétuo".

Para além da sua atividade como comerciante e presidente do Liceu Literário Português, José Raínho foi também presidente da Companhia de Seguros Lloyd Atlântico, conselheiro da Federação das Associações Portuguesas[10] e fundador dos Institutos Luso-Brasileiro de Folclore e de Estudos Portugueses Afrânio Peixoto.[11] Dedicando grande parte da sua vida à filantropia, apoiou várias instituições no Brasil e em Portugal, o que lhe valeu importantes condecorações em ambos os países.[9][12][13] Na sua terra natal, destacou-se pelas doações que fez à Santa Casa da Misericórdia (e seu hospital, cuja construção patrocionou) e aos Bombeiros Voluntários, a quem ofereceu a primeira ambulância da associação.[14]

Em 1960, foi agraciado no Rio de Janeiro com o título honorário de "cidadão carioca".[15]

Faleceu em 27 de abril de 1963, vítima de trombose cerebral, sendo a sua morte amplamente noticiada tanto no Rio de Janeiro como em S. João da Madeira. Foi sepultado na necrópole de São Francisco Xavier.[16]

Honrarias editar

Codecorações editar

Brasil editar

Portugal editar

Toponímia editar

  • Rua Comendador Raínho — Taquara, Rio de Janeiro (Brasil);[17]
  • Rua Comendador Raínho — São João da Madeira (Portugal).[18]

Referências

  1. a b «Sobre o Liceu». llp.bibliopolis.info. Liceu Literário Português. Consultado em 5 de março de 2020. Cópia arquivada em 18 de julho de 2017 
  2. «PT-ADAVR-PSJM01-1-19_m0234.tif e m0235.tif - Batismos - São João da Madeira, Arquivo Distrital de Aveiro - DigitArq». digitarq.adavr.arquivos.pt. Consultado em 5 de março de 2020 
  3. «Registo de passaporte de José Luis da Silva Carneiro - Arquivo Distrital de Aveiro - DigitArq». digitarq.adavr.arquivos.pt. Consultado em 5 de março de 2020 
  4. a b «Almanak Laemmert : Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) - 1891 a 1940». memoria.bn.br. Consultado em 5 de março de 2020 
  5. «Correio da Manhã (RJ), 19-11-1927, folha 12» (PDF). Correio da Manhã. 19 de novembro de 1927. Consultado em 5 de março de 2020 
  6. «CITE Med». Consultado em 5 de março de 2020 
  7. «A Empresa». CITE (em inglês). Consultado em 5 de março de 2020 
  8. «O Paiz (RJ), 26-03-1930». memoria.bn.br. O Paiz (RJ). Consultado em 5 de março de 2020 
  9. a b «DuasPatrias_Vol02_1955-1956.pdf, folha 23» (PDF). Revista "Duas Pátrias". Consultado em 5 de março de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 25 de julho de 2019 
  10. «Correio da Manhã, 04-05-1963». memoria.bn.br. Correio da Manhã (RJ). Consultado em 5 de março de 2020 
  11. a b «resultados - OPAC». www.bibliotecadigital.cm-sjm.pt. Jornal O Regional. 5 de maio de 1963. Consultado em 5 de março de 2020 
  12. a b «Correio da Manhã (RJ)». memoria.bn.br. 30 de maio de 1959. Consultado em 5 de março de 2020 
  13. a b «José Rainho da Silva Carneiro (Presidente do Liceu Literário Português)». arquivo.presidencia.pt. Consultado em 5 de março de 2020 
  14. a b c «resultados - OPAC». www.bibliotecadigital.cm-sjm.pt. Jornal O Regional. 5 de maio de 1963. Consultado em 5 de março de 2020 
  15. a b «Diario da Noite (RJ) - 1960 a 1969 - DocReader Web». memoria.bn.br. Diario da Noite (Rio de Janeiro). 14 de abril de 1960. Consultado em 25 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2024 
  16. «Correio da Manhã, 03-09-1966». memoria.bn.br. Correio da Manhã (RJ). Consultado em 5 de março de 2020 
  17. «Rua Comendador Rainho, Taquara - Rio de Janeiro RJ - CEP 22725-100». www.consultarcep.com.br. Consultado em 5 de março de 2020 
  18. «Código Postal». Código Postal. Consultado em 5 de março de 2020. Cópia arquivada em 24 de março de 2019 

Notas

  1. O nome "Raínho" terá sido adotado já no Brasil, uma vez que não consta nem do registo de batismo, nem do registo de passaporte.