Laboratório Nacional de Biociências

O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) é uma instituição brasileira de pesquisa em biologia, especiamente focada para o uso da luz síncrotron. O laboratório, idealizado em 1998, entrou em funcionamento em 2000 e está localizado no Distrito de Barão Geraldo da cidade de Campinas, no interior do estado de São Paulo, Brasil.[2] O LNBio integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) com outros três laboratórios nacionais: o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE), e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano).[3]

Laboratório Nacional de Biociências
(LNBio)
Fundação 2000
Propósito Pesquisa e desenvolvimento
Sede Distrito de Barão Geraldo
Campinas
São Paulo
 Brasil
Línguas oficiais Português
Filiação CNPEM, MCTIC
Diretora Sandra Martha Gomes Dias[1]
(ver anteriores)
Fundador(a) Rogério Meneghini
Antigo nome Centro de Biologia Molecular e Estrutural
Sítio oficial lnbio.cnpem.br

História editar

A concepção de um grupo dentro do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron para estudos em biologia estrutural iniciou em 1998 pelo químico Rogério Meneghini.[2][4] Em 1999, foi construído o prédio para abrigar o então chamado Centro de Biologia Molecular e Estrutural (CeBiME). No ano seguinte, a primeira equipe de pesquisadores começa a trabalhar no CeBiME.[2]

Em 2009, após reestruturação interna, o centro é renomeado para Laboratório Nacional de Biociências.[5][6] O LNBio foi criado para realizar atividades de pesquisa em biociências, bem como para apoiar iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e inovação em áreas estratégicas como biotecnologia, materiais para saúde e ciências da vida.[5]

Programas temáticos editar

As atividades científicas e tecnológicas do LNBio estão organizadas em cinco Programas Temáticos: [7]

Instalações editar

Os laboratórios do LNBio estão abertos às comunidades científica e tecnológica. Essas instalações são operadas por uma equipe altamente qualificada. A excelência destas instalações permite o desenvolvimento de estudos multidisciplinares nas áreas de biologia estrutural, proteômica, genômica, metabolômica, entre outros. A comunidade acadêmica pode solicitar o uso desses laboratórios enviando uma proposta de pesquisa no Portal do usuário ou entrando em contato com o coordenador da instalação.[8]

Linhas de luz editar

  • MX 1 (6 - 12 keV)
  • MX 2 (5 - 15 keV 0,8 - 2,5 Å)

Bioensaios editar

Bioinformática editar

Imageamento biológico editar

Cristalização de Macromoléculas editar

Este é o único laboratório na América Latina com um sistema de imagem automático equipado com UV/visível e acesso remoto.

  • Experimentos de cristalização
  • Mais de 500 condições iniciais estão disponíveis
  • Medição da concentração de proteínas
  • Avaliação de monodispersidade/agregação

DNA Microarray editar

  • Análise da expressão gênica
  • Padrão global de expressão gênica
  • Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs)
  • Perfil global do mRNA polisomal
  • Toxicogenômica
  • Genotipagem

Modificação do Genoma editar

Espectrometria de massa editar

  • Identificação de proteínas únicas ou misturas simples de proteínas
  • Identificação de proteomas complexos com rotulagem e não rotulagem para proteômica quantitativa
  • Identificação de parceiros ligantes
  • Identificação dos locais de fosforilação

Ressonância magnética nuclear editar

Os experimentos são focados na determinação de estruturas de proteínas e nas suas propriedades dinâmicas, bem como na caracterização de interações proteína-ligante e análises de perfil metabólico.

Vetor viral editar

Escolas e oficinas editar

Assim como os outros laboratórios nacionais do CNPEM, o LNBio oferece cursos de curta-duração para aprimoramento da comunidade científica interessada. Em 2015, aconteceu a Escola de Ciências Avançadas sobre Descoberta de Medicamentos para Doenças Negligenciadas de São Paulo - foco em cinetoplastídeos[9] O ambiente fortelece redes nacionais de pesquisa, permitindo grandes avanços, por exemplo, na compreensão da ZIKA.[10]

Referências

  1. «Director». LNBio (em inglês). Consultado em 28 de janeiro de 2019 
  2. a b c «Inauguração e Consolidação – LNLS». www.lnls.cnpem.br. Consultado em 28 de janeiro de 2019 
  3. «Home». CNPEM. Consultado em 28 de janeiro de 2019 
  4. Meneghini, Rogério; Brum, José Antônio (1 de outubro de 2002). «O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron». São Paulo em Perspectiva. 16 (4): 48–56. ISSN 0102-8839. doi:10.1590/S0102-88392002000400009 
  5. a b «History». LNBio (em inglês). Consultado em 28 de janeiro de 2019 
  6. «CeBEM » Campinas / LNBIO». Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  7. «Thematic Programs». LNBio (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  8. «Facilities». LNBio (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  9. «São Paulo School of Advanced Sciences on Neglected Diseases Drug Discovery – focus on Kinetoplastids». espca.fapesp.br. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  10. Franchini, Kleber; Bevilacqua, Estela; Teixeira, Mauro Martins; Freitas, Carolina Borsoi Moraes Holanda de; Freitas-Junior, Lucio; Leme, Adriana Franco Paes; Granato, Daniela Campos; Pauletti, Bianca Alves; Gil, Laura Helena Vega Gonzales (23 de fevereiro de 2017). «Hydrocephalus and arthrogryposis in an immunocompetent mouse model of ZIKA teratogeny: A developmental study». PLOS Neglected Tropical Diseases (em inglês). 11 (2): e0005363. ISSN 1935-2735. PMC 5322881 . PMID 28231241. doi:10.1371/journal.pntd.0005363