Largo de Santana

praça em Salvador, Bahia

Largo de Santana é um logradouro público no bairro do Rio Vermelho, localizado no município de Salvador, capital do estado da Bahia.[1][2] É notória por ser uma das principais regiões boêmias de Salvador.[3][4]

Largo de Santana
Largo de Santana
A região do Largo da Santana.
Património nacional
Classificação Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia
Data 2006
Geografia
País Brasil
Cidade Salvador, BA
Coordenadas 13° 0' 40" S 38° 29' 30" O

O logradouro é conhecido por ser uma das principais regiões da boêmia de Salvador.[3][5] A região abriga bares, hotéis e antigos casarões.[5][6][7]

História editar

Durante o século XVI no Rio Vermelho existiam currais e armações para pesca numa sesmaria doada por Tomé de Souza.[8] Segundo o historiador e membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IHGB), Ubaldo Marques, “o povoamento propriamente dito somente começaria por causa da invasão holandesa de maio de 1624, quando uma esquadra flamenga, composta por vinte e seis naus e um efetivo de 3.400 homens, atacou e invadiu Salvador, aprisionando o Governador Diogo de Mendonça Furtado e outras altas autoridades. O bispo D. Marcos Teixeira conseguiu fugir para a aldeia do Espírito Santo, atual Abrantes. Logo depois, investido no cargo de capitão-mor, o bispo voltaria para organizar a resistência aos invasores, instalando-se com um grupo de refugiados num ponto mais próximo de Salvador e com uma boa visão para a entrada da Baía de Todos os Santos. Este local foi o Morro do Conselho, no Rio Vermelho. Segundo a tradição, o nome deste morro originou-se do fato de nele ter sido realizada uma reunião dos chefes que iriam comandar a luta de guerrilha contra os holandeses”.[1][9][10]

Com o decorrer dos anos o antigo aldeamento indígena ganhou uma população fixa que se estabeleceu em dois núcleos: Paciência e Mariquita.[1] No contexto do Segundo Reinado, entre os dois povoamentos de Paciência e Mariquita, deu-se a estabilização do núcleo de Santana.[11][12]

Dada a sua importância história e econômica para Salvador, no ano de 2006, o logradouro passou pelo processo de tombamento histórico junto ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), órgão vinculado ao governo estadual da Bahia que visa preservar a memória do estado baiano.[1][13]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d «Largo de Santana». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  2. «Salvador». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  3. a b «Largo de Santana, no Rio Vermelho, está vazio na noite desta sexta-feira». G1. 3 de fevereiro de 2012. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  4. Carneiro, Yin Yee (30 de janeiro de 2016). «Rio Vermelho: Endereço oficial da boemia em Salvador está de cara nova». Revista Evidência. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  5. a b Pacheco, Clarissa. «Pacato Rio Vermelho: o bairro há 27 anos, antes da reforma de 1994». Jornal Correio. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  6. Seixas, Thaís (27 de março de 2015). «Salvador em bairros: boemia e tradição do Rio Vermelho». A Tarde. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  7. Tourinho, Juliana. «Rio Vermelho - O bairro boêmio de Salvador». Leia Mais Bahia. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  8. «Salvador - Casa ao Largo de Santana, nº 06». iPatrimônio. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  9. «Sobre o Escritor». Ubaldo Marques Pinto Filho. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  10. Filho, Manuel (2009). «O Brasil 'inventado' por Varnhagen». Jornal da UNICAMP. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  11. «A História e as histórias do Largo de Santana». Linguagismo. 27 de janeiro de 2011. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  12. Izau, Caio (21 de novembro de 2019). «Do palácio até a cabana: reformas eleitorais no Segundo Reinado (1846-1856)» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  13. «Institucional». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 6 de agosto de 2021