O Liceu Maranhense é uma tradicional instituição pública de ensino médio brasileira, fundada em 24 de Julho de 1838 e localizada em São Luís, capital do estado do Maranhão.[1][2] É referência histórica na área de educação,[2][3] tendo sido projetado como espaço de formação da elite maranhense.[4]

Liceu Maranhense
Liceu Maranhense
Informação
Localização São Luís,  Maranhão,
Tipo de instituição Instituição pública
Fundação 1838

História editar

O Liceu Maranhense foi criado pelo então presidente da província do Maranhão, Vicente Thomaz de Figueiredo Carvalho, ao assinar a Lei n° 17, no dia 24 de julho de 1838. A lei indicou as cadeiras a serem ministradas, os dias de aulas, o período de férias, os feriados, os critérios para nomeação de funcionários, para a aquisição de materiais escolares, e para as instalações físicas.[5][6] Funcionou no térreo do antigo Convento do Carmo até a conclusão das obras de sua sede própria (em 1941), localizada na Rua Formosa (atual Afonso Pena), n° 174, esquina com a Rua Direita (atual Henrique Leal).[5]

O primeiro diretor do Liceu foi o jornalista e poeta Francisco Sotero dos Reis, um dos primeiros maranhenses a estudar em Coimbra. A instituição iniciou as atividades oferecendo dois cursos de nível médio: Marinha e Comércio.[4][5] A grade de ensino era composta pelas seguintes cadeiras, ofertadas pelos seguintes professores:[4]

  1. Filosofia racional e moral, com Frederico Magno de Abranches
  2. Retórica e poética, com Eduardo Freitas
  3. Geografia e história (sem informação sobre o professor)
  4. Gramática filosófica da língua e análise de nossos clássicos, com Antonio da Costa Duarte
  5. Língua grega, com Nicolau Adon
  6. Língua latina, com Francisco Sotero dos Reis
  7. Língua francesa, com Francisco Raymundo Quadros
  8. Língua inglesa, com Antônio Jansen do Paço
  9. Desenho civil, com João Leocadio de Mello
  10. Aritmética, primeira parte da Álgebra, Geometria e Trigonometria plana, com João Nepomuceno Xavier de Brito
  11. Segunda parte de Álgebra, Cálculo e Mecânica, também com João Nepomuceno Xavier de Brito
  12. Navegação, Trigonometria esférica e Observações astronômicas (sem informação sobre o professor)
  13. Cálculo mercantil e escrituração, com Estevão Raphael de Carvalho

Formariam-se em Comércio aqueles que cursassem as cadeiras 10 e 13; e em Marinha, 10, 11 e 12.[4]

Contudo, esses cursos foram logo suprimidos porque o ensino do Liceu era bastante literário e a maior parte dos alunos se candidatava a cursos superiores. Mesmo atualmente, a preparação para o vestibular ainda é a maior expectativa da comunidade discente.[5]

Produção discente editar

Ao longo da história, os alunos do Liceu Maranhense se envolveram na publicação de vários jornais:[7]

  • 1907 - O Brazil
  • 1907 - O Progresso
  • 1912 - O Canhoto
  • 1914 - A Inubia
  • 1914 - O Excelsior
  • 1915 - O Estudante
  • 1921 - Lábaro
  • 1929 - Alma Nova
  • 1930 - Sangue Jovem

Reformas arquitetônicas editar

  • 2005 - por iniciativa do então governador do maranhão, José Reinaldo Tavares.[5]
  • 2019 - custou R$ 3.673.135,84,[1] incluindo elevador, climatização, redes elétrica e hidráulica, palco, quiosque, quadras e espaço de vivência, laboratórios, biblioteca, sala xadrez, banheiros e piso.[8]

Referências

  1. a b «Governo entrega reforma do CE Liceu Maranhense nesta segunda-feira (13)». Maranhão de Todos Nós. 13 de maio de 2019. Consultado em 12 de novembro de 2023 
  2. a b «IBGE | Biblioteca | Detalhes | [Praça Deodoro : Liceu Maranhense] : São luís, MA». biblioteca.ibge.gov.br. Consultado em 12 de novembro de 2023 
  3. Castellanos, Samuel Luis Velázquez; Castro, Cesar Augusto; Souza, Mateus de Araújo (15 de junho de 2023). «Os livros escolares no Liceu Maranhense pela imprensa local (1844-1876)». Revista Educação em Questão (67). ISSN 1981-1802. doi:10.21680/1981-1802.2023v61n67ID31816. Consultado em 12 de novembro de 2023 
  4. a b c d Ribeiro, Vânia Mondego. A implantação do ensino secundário público maranhense: Liceu Maranhense. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal do Maranhão, São Luis, 2006.
  5. a b c d e «Portal São Luís - 400 Anos: Atenas Brasileira: Escolas». Portal São Luís - 400 Anos. Consultado em 12 de novembro de 2023 
  6. Souza, Mateus de Araújo. A cultura material na história do Lyceu Maranhense por meio dO Publicador Official e Publicador Maranhense 1838 - 1885. Monografia (graduação) - Biblioteconomia, Universidade Federal do Maranhão, São Luis, 2018.
  7. Castro, Cesar Augusto; Furtado, Luciana Nathalia Morais; Castellanos, Samuel Luís Velásquez; Castro, Cesar Augusto; Furtado, Luciana Nathalia Morais; Castellanos, Samuel Luís Velásquez (julho de 2020). «OS JORNAIS DOS ALUNOS DO LICEU MARANHENSE (1907-1930)». Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade (59): 144–161. ISSN 0104-7043. doi:10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n59.p144-161. Consultado em 12 de novembro de 2023 
  8. SEATI. «Secretaria de Educação do Governo do Estado do Maranhão». Consultado em 12 de novembro de 2023