Marisco-pantaneiro

Marisco-pantaneiro[3][4] (nome científico: Anodontites elongata) é uma espécie de molusco bivalve (animais com uma concha carbonada formada por duas valvas) da família dos micetopodídeos (Mycetopodidae) e subfamília dos anodontitíneos (Anodontitinae).[5]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMarisco-pantaneiro
Taxocaixa sem imagem
Estado de conservação
Espécie deficiente de dados
Dados deficientes (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Autobranchia
Infraclasse: Heteroconchia
Ordem: Unionida
Superfamília: Etherioidea
Família: Mycetopodidae
Subfamília: Anodontitinae
Género: Anodontites
Espécie: A. elongata
Nome binomial
Anodontites elongata
Swainson, 1823
Sinónimos[2]
  • Anodontites elongatus
  • Anodon dactylus (G. B. Sowerby II, 1867)
  • Anodon elongatus (Swainson, 1823)
  • Anodonta (Glabaris) hidalgoi (Germain, 1908)
  • Anodonta hidalgoi (Germain, 1908)
  • Anodonta holtonis (I. Lea, 1857)
  • Anodonta solidula (Deville & Hupé, 1850)
  • Anodontites schadei (W. B. Marshall, 1934)

Fisiologia editar

A espécie consta no Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil e Lista da Flora do Brasil 2020. No entanto, os registros ainda são escassos, totalizando 28 (vinte e oito) desde 1990. Ainda assim, existem 02 (dois) exemplares no Estado do Pará. Os exemplares encontram-se distribuídos nas seguintes coleções: Coleção de Malacologia do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, em São Paulo; Coleção de bivalvia no Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo; e Coleção de Invertebrados não-artrópodos do Museu Goeldi, no Pará.[6]

As conchas do marisco-pantaneiro com de outras espécies do gênero Anodontites (como Anodontites trapesialis) consistem em três camadas diferentes: o perióstraco, a camada prismática e a camada nacarada. Apresenta perióstraco muito fino com espessura de 7,3 ± 1,3 milímetros. Todos os indivíduos são de cor marrom escuro, que pode até ser preto em alguns espécimes maiores. As dobras, ondulações, micro sulcos e projeções também ocorrem nesta espécie.[6] Também possui uma camada nacarada quase três vezes mais espessa que A. trapesialis (650 µm a 240 µm, respectivamente), explicando a resistência da casca do marisco-pantaneiro a agentes externos, oferecendo melhor proteção ao organismo e resiliência ao meio.[7]

Distribuição e habitat editar

O marisco-pantaneiro ocorre com certeza no Brasil (Amazonas, Rio Grande do Norte, Amapá, Goiás, Piauí, Trindade, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Roraima, Santa Catarina, Acre, Rondônia, Alagoas, Maranhão, Pará, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Brasília, Tocantins, Sergipe, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Espírito Santo, Fernando de Noronha e Paraíba), Colômbia, Peru e Uruguai e pode ocorrer na Bolívia e Paraguai.[8] Como são animais sésseis, ou seja, não se locomovem por membros, os bivalves se encontram no interior de zonas úmidas, como por exemplo, entre rochas numa zona lêntica. São animais de água doce (águas interiores) e não toleram grandes variações de temperatura, como climas muito frios.[9]

Estado de conservação editar

Em 2007, o marisco-pantaneiro foi classificado como vulnerável na Lista de espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção do Estado do Pará;[10] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[3][11] Em 2011, a espécie foi registrada na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), onde consta com a rubrica de "dados insuficientes". Ainda não existem medidas de conservação específicas para esta espécie. Mais pesquisas são necessárias para estabelecer o tamanho da população e ecologia, e esclarecer a taxonomia desta espécie.[1] O marisco-pantaneiro faz parte das espécies contempladas no Plano de Ação Nacional para a Conservação das espécies Endêmicas e Ameaçadas de Extinção da Fauna da Região do Baixo e Médio Xingu.[12][13]

Referências

  1. a b Bogan, A. E.; Cummings, K. (2011). «Anodontites elongatus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2011: e.T189151A8693352. doi:10.2305/IUCN.UK.2011-2.RLTS.T189151A8693352.en . Consultado em 23 de abril de 2023 
  2. «Anodontites elongata (Swainson, 1823)». Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada em 22 de junho de 2021 
  3. a b «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  4. «Anodontites elongatus (Marisco-pantaneiro)» (PDF). Biblioteca Florestal da Universidade Federal de Viçosa. Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 28 de abril de 2023 
  5. Callil, Claudia T.; Mansur, Maria C. D. (2005). «Ultrastructural analysis of the shells of Anodontites trapesialis (Lamarck) and Anodontites elongatus (Swaison)(Mollusca, Bivalvia, Etherioidea) from the Mato Grosso Pantanal Region, Brazil». Revista Brasileira de Zoologia. 22: 724-734. Consultado em 28 de abril de 2023 
  6. a b Simone, Luiz Ricardo L. (1997). «Anatomy and systematics of Anodontites elongatus (Swainson) from Amazon and Paraná basins, Brazil (Mollusca, Bivalvia, Unionoida, Mycetopodidae)» (PDF). Revista Brasileira de Zoologia. 14: 877-888. Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 22 de abril de 2023 
  7. Tevesz, M. J. S.; Carter, J. G. (1980). «Environmental relationships of shell form and structure of Unionacean bivalves». In: Rhoads, D. C.; Lutz, R. A. Skeletal growth of aquatic organisms. Nova Iorque: Plenum Press. p. 295-322. 750 páginas 
  8. Wilbur, K. M.; Saleuddin, A. S. M. (1983). «Shell formation». In: Saleuddin, A. S. M.; Wilbur, K. M. The Mollusca 4. Nova Iorque: Academic Press. pp. 235–287. Part 1, XX+529p páginas 
  9. Wilcox, D. C.; Dove, S. B.; McDavid, W. D.; Greer, D. B. (1997). «Image Tool. Image processing and analysis program for Microsoft Windows 95™ or Windows NT™». Departamento de Ciência Diagnóstica Dentária. Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas 
  10. Extinção Zero. Está é a nossa meta (PDF). Belém: Conservação Internacional - Brasil; Museu Paraense Emílio Goeldi; Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Governo do Estado do Pará. 2007. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 
  11. «Anodontites elongatus (Swainson, 1823)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada em 28 de abril de 2023 
  12. Sumário Executivo do Plano de Ação Nacional para a Conservação das espécies Endêmicas e Ameaçadas de Extinção da Fauna da Região do Baixo e Médio Xingu (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 27 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 27 de abril de 2023 
  13. «Portaria ICMBio N.º 16, de 17 de fevereiro de 2012» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 17 de fevereiro de 2012. Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 22 de outubro de 2020