Mestre Talismã

carnavalesco, compositor, cantor, violonista e artista plástico brasileiro

Talismã,[1] nascido Octavio da Silva (Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1924São Paulo, 24 de abril de 1990), foi um renomado carnavalesco, compositor, cantor, violonista e artista plástico brasileiro. Seu legado artístico floresceu em São Paulo, onde deixou uma marca como um inovador no cenário carnavalesco.

Talismã
Mestre Talismã
Retrato Talismã
Informação geral
Nome completo Octavio da Silva
Também conhecido(a) como Mestre Talismã, Mumu, Talis Silva"
Nascimento 13 de agosto de 1924
Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ
Brasil
Morte 24 de abril de 1990 (65 anos)
Local de morte São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s)
samba
samba-enredo
Ocupação(ões)
Instrumento(s) vocal
violão
Período em atividade 1944–1990

Carreira artística editar

A jornada artística de Talismã começou quando recebeu o convite de Inocêncio Tobias, também conhecido como Mulata, o fundador da emblemática escola de samba Camisa Verde e Branco,[2] em São Paulo. Essa colaboração resultou em uma parceria que revolucionou o Carnaval paulistano.[3]

Talismã emprestou sua genialidade musical em composições, como "Biografia do Samba", "Sonho Colorido de um Pintor" e "Sou Verde e Branco"[4] (que se tornou o Hino do Camisa Verde e Branco.)[2] Além de suas contribuições musicais, esculturas dinâmicas inovadoras de papel machê nos carros alegóricos, redesenhando a estética dos desfiles carnavalescos.[3] Ele também concebeu o logotipo da escola, o trevo de 4 folhas. Seu papel na Camisa Verde e Branco solidificou sua posição como um dos pilares da agremiação, contribuindo significativamente para seu sucesso nos desfiles do Carnaval paulistano. A trajetória de Talismã se estende por diversas escolas de samba, incluindo Rosas de Ouro, Morro da Casa Verde,[2] Unidos de Vila Maria. Com enredos memoráveis, como "A Festa do Círio de Nazaré" e "A Lenda das Amazonas", ele moldou a narrativa do Carnaval paulistano ao assumir o papel do carnavalesco em produções como "A Saga dos Bandeirantes" e "O Reino Encantado de Momo".

Em 1970, o dramaturgo Plínio Marcos[5] escreveu e dirigiu "Balbina de Iansã" (que tem sua trilha sonora gravada),[6] com influência marcante de Talismã, um dos compositores, ao lado de Geraldo Filme, Silvio Modesto, Zeca da Casa Verde, Toniquinho Batuqueiro, Jangada.

Reconhecimento póstumo e legado editar

 
Talismã no Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Mocidade Alegre.

Talismã recebeu reconhecimento póstumo com a inclusão de seu nome no Espaço Cultural da Fábrica do Samba[7] em 27 de novembro de 2023, no mesmo ano em que o selo Sesc lançou um álbum chamado "Talismã: Negro Maravilhoso"[8] para celebrar sua influência na música brasileira, destacando seu impacto contínuo na cena musical contemporânea. Seu falecimento ocorreu em 24 de abril de 1990, ano em que guiou a escola de samba Passos de Ouro ao Grupo Especial como carnavalesco, com o enredo "Revolusambando".

Além de seu impacto no Carnaval, a contribuição também foi musical, Talismã transcendeu, influenciando artistas consagrados das décadas de 1970 e 1980. Canções como "Sonho Colorido de um Pintor", gravada por Tom Zé,[9] e "Meu Sexto Sentido (Madrigais)", gravados por Beth Carvalho,[10] são testemunhos do prestigio de sua obra. "A Biografia do Samba"[11] tornou-se o Hino do Samba de São Paulo[12] e Hino da Embaixada do Samba de São Paulo.[13] Seu legado foi solidificado por artistas renomados como Eliana de Lima,[14] Raça Negra,[15] Jair Rodrigues,[16] Noite Ilustrada,[17] Moreira da Silva,[18] que cantaram suas composições. Com humildade inigualável e generosidade, Mestre Talismã permanece uma figura imortalizada no panteão do samba, deixando para trás um legado musical e cultural que transcende gerações.

Referências

  1. Paulistano, Matriarcas do Samba. «Talismã». Matriarcas do Samba Paulistano. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  2. a b c «Talismã: um grande nome do samba paulistano | Revista Música Brasileira». www.revistamusicabrasileira.com.br. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  3. a b BARONETT, BRUNO SANCHES. «Da oficialização ao Sambódromo: Um estudo sobre as escolas de samba de São Paulo (1968-1996): Orientador Mauricio Cardoso.- São Paulo 2013. 397f. Dissertação de Mestrado.» (PDF). IPHAN. pp. 05, 93,138, 163,168, 240 pp. Cópia arquivada (PDF) em 2013 
  4. LP BOTEQUIM DO CAMISA VERDE E BRANCO, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  5. «Banco de Dados Folha - Acervo de Jornais». almanaque.folha.uol.com.br. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  6. LP BALBINA DE IANSÃ - Trilha Sonora da Peça Teatral, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  7. SASP, Redação (27 de novembro de 2023). «Sambistas do passado serão eternizados na Fábrica do Samba». SASP Carnaval. Consultado em 7 de dezembro de 2023 
  8. Carneiro, Barbara Sesso (17 de fevereiro de 2023). «O nome gravado na história do samba: Talismã». Sesc São Paulo. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  9. LP/CD TOM ZÉ, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  10. CD CANTA O SAMBA DE SÃO PAULO, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  11. LP ESCOLAS DE SAMBA DE SÃO PAULO - Carmélia Alves e Geraldo Filme, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  12. «CENSO 100 ANOS SAMBA PAULISTANO.» (PDF). OBSERVATÓRIO DE TURISMO E EVENTOS DA CIDADE DE SÃO PAULO. Censo do 100 anos do Samba Paulistano. Edição Especial113 p. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  13. «Embaixada do Samba Paulistano». Kolombolo. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  14. LP FOGUEIRA DE NÃO SE APAGAR, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  15. LP RAÇA NEGRA, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  16. LP ESTOU LHE DEVENDO UM SORRISO, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  17. LP/K7 A PROFECIA, consultado em 8 de dezembro de 2023 
  18. LP A VOLTA DO MALANDRO, consultado em 8 de dezembro de 2023