NO Belmonte (G-24)
O NO Belmonte (G-24) (ex G-10) foi um navio oficina pertencente a Marinha do Brasil. Belmonte foi o quarto navio brasileiro a ostentar esse nome na Marinha do Brasil. Teve sua quilha batida no dia 23 de novembro de 1944 em Baltimore, Maryland, Estados Unidos. Originalmente da Marinha dos Estados Unidos sob o nome de USS Helios (ARB-12), foi transferido para a Marinha do Brasil em 1962 e comprado em definitivo em 1978. O motivo do empréstimo foi a disponibilidade do navio na Área de Fundeio de Navios Inativos da Frota, em Green Cove, Flórida.
NO Belmonte | |
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Estados Unidos | |
Nome | USS Helios |
Operador | Marinha dos Estados Unidos |
Fabricante | Chicago Bridge & Iron Co. |
Batimento de quilha | 23 de novembro de 1944 |
Lançamento | 14 de fevereiro de 1945 |
Comissionamento | 26 de fevereiro de 1945 |
Descomissionamento | 3 de dezembro de 1945 |
Número de registro | ARB-12 |
Estado | Emprestado para a Marinha do Brasil em 1962 e comprado em definitivo em 1977 |
Brasil | |
Nome | NO Belmonte |
Operador | Marinha do Brasil |
Homônimo | Belmonte, Santa Catarina Belmonte, Bahia |
Aquisição | 1 de dezembro de 1977 |
Comissionamento | 16 de abril de 1963 |
Descomissionamento | 6 de junho de 1997 |
Número de registro | G-24 |
Destino | Afundado como alvo em 2002 |
Emblema do navio | |
Características gerais | |
Tipo de navio | Navio oficina |
Classe | Aristaeus |
Deslocamento | 1,781 t (leve), 2,030 t (padrão) e 3,960 t (plena carga) |
Comprimento | 99,97 m |
Boca | 15,24 m |
Calado | 3,41 m |
Velocidade | 12 nós |
Armamento | 8 canhões Bofors L/60 de 40 mm, em dois reparos quádruplos. |
Sensores | 1 radar de navegação |
Tripulação | 286 |
Durante seus anos de serviço na Marinha do Brasil, participou de diversas operações como UNITAS VII, SPRINGBOARD 69 e VERITAS II. Apesar de ser, oficialmente, considerado como um navio oficina, o Belmonte era considerado um navio multi-função. O Ministério da Marinha colocou o Belmonte como um dos navios inesquecíveis pertencentes ao Brasil. Segundo eles, o Belmonte merece este lugar "por ter sido incansável, durante vários anos (1962-1997), em sua tarefa singular de prover reparos aos navios da esquadra".[1] O Belmonte foi aposentado em 1997 e afundado durante a Operação MISSEX-02 como alvo em 19 de março de 2002.[2][3][4]
Características gerais editar
Belmonte possuía 99,97 metros de comprimento, 15,24 metros de boca e 3,41 metros de calado. Seu deslocamento, quando vazio era de 1 781 toneladas, 2 030 toneladas normalmente e 3 960 toneladas a plena carga. O armamento consistia em oito canhões Bofors L/60 de quarenta milímetros, em dois reparos quádruplos.[5][3]
Histórico de serviço editar
Marinha dos Estados Unidos editar
O Belmonte, originalmente USS Helios (ARB-12), foi um navio operado pela Marinha dos Estados Unidos e teve sua quilha batida em 23 de novembro de 1944 em Seneca, Illinóis, sendo lançado e incorporado à Marinha Americana no ano seguinte. Sua utilização na Marinha Americana foi por pouco tempo sendo retirado de serviço após seis meses de atividade. Ele ficou ancorado e sem uso por dezessete anos, quando foi emprestado à Marinha do Brasil. A compra em definitivo foi feita no ano de 1978, sendo renomeado para NO Belmonte (G-10) e, posteriormente, NO Belmonte (G-24).[3][5][6]
Marinha do Brasil editar
Operações em 1966-1969 editar
O Belmonte em 1966 participou da Operação UNITAS VII, sua primeira operação conjunta, que foi composta por navios brasileiros, uruguaios e americanos.[5][7]
Em 6 de fevereiro de 1969, o Belmonte partiu do Rio de Janeiro para participar das Operações SPRINGBOARD 69 e VERITAS II, feitas em conjunto com a Marinha Americana no Caribe. Retornou ao Rio de Janeiro no dia 29 de março do mesmo ano.[5][8][9]
Operações em 1977-1980 editar
O Belmonte participou em 1977 da Operação DRAGÃO XIII no litoral sul da Bahia. Também participaram da operação alguns outros navios brasileiros, além de unidades do Corpo de Fuzileiros Navais e da Força Aérea Brasileira. Em 28 de dezembro, a embarcação foi adquirida em definitivo pela Marinha do Brasil.[5][3][10]
Em 29 de setembro de 1980, participou de um exercício de docagem no DFlu Afonso Pena (G-25). Em novembro do mesmo ano, fez parte da Operação DRAGÃO XVI na praia dos Lençóis no sul da Bahia. Onde atuaram o 1° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão Riachuelo), o 2º Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão Humaitá) e o 3° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhão Paissandu), além de navios brasileiros.[5][11]
Operações em 1981-1982 editar
De 2 de agosto a 23 de agosto de 1981, participou da Operação UNITAS XXII na costa norte e nordeste do Brasil. Comandada por Wilson Mourão dos Santos, a operação tinha a participação de vários navios brasileiros, americanos e venezuelanos.[5][12][13]
Em novembro do mesmo ano, participou da Operação DRAGÃO XVII, no Espírito Santo. A operação foi conduzida por navios e contou com o apoio de unidades da aeronáutica e dos fuzileiros navais.[5][14][15]
Participou da Operação DRAGÃO XVIII em setembro de 1982, nas águas do nordeste brasileiro. A operação contou com navios brasileiros e a participação fuzileiros navais.[5][16][17]
Operações em 1984 editar
Em janeiro de 1984, esteve presente da Operação ASPIRANTEX 84, a operação foi realizada na costa nordeste do Brasil.[5][18][19]
De 16 a 30 de setembro do mesmo ano, ele participou da Operação DRAGÃO XX em Porto Seguro na Bahia. A operação tinha como nau-capitânia o NAeL Minas Gerais (A-11). Além dele, a operação contava com muitos outros navio, unidades dos fuzileiros navais, da aeronáutica, da infantaria e dos blindados.[5][20]
Operações em 1985 editar
Em janeiro de 1985, participou da Operação TROPICALEX I/85, realizada no litoral do estado de São Paulo e Pernambuco. A operação estava sob o comando de Bernard David Blower e contava com a participação e alguns navios brasileiros. Durante sua realização, a operação aportou em Recife, Cabedelo, Maceió, Salvador, Vitória e Santos.[5][21]
Durante abril e maio do mesmo ano, participou da Operação TEMPEREX I/85 entre a costa do Rio de Janeiro e São Paulo. A frota da operação era composta por duas fragatas, por quatro contratorpedeiros, e por um navio tanque.[5][22]
De 1 a 17 de dezembro do mesmo ano, participou da Operação PINGÜIM, entre o Rio de Janeiro e Rio Grande. A Força-tarefa era capitaneada pelo porta-aviões NAeL Minas Gerais (A-11) e era composta por quatro fragatas, por sete contratorpedeiros, por dois submarinos e por um navio tanque. Uma força-tarefa da Força Aérea Brasileira (FAB) também participou da operação. Durante a operação, o Belmonte participou das comemorações do dia do marinheiro.[5][23][24]
Operações em 1987-1995 editar
Após muitos anos de serviço, Belmonte passou por um período de docagem e reparos no começo de 1987. Terminado esse período, voltou a ativa participando, no mesmo ano, da Operação ADEREX II/87. A operação estava sob o comando de Milton Marciano e tinha uma frota composta por quatro contratorpedeiros. Ele visitou o porto de Vitória durante a operação e passou por mais reparos e ajustes.[5][25]
Em dezembro do mesmo ano, participou da Operação DRAGÃO XXIII. Comandada por Mário Cesar Flores, a operação possuía uma força-tarefa capitaneada pelo porta-aviões NAeL Minas Gerais (A-11) e era composta por cinco fragatas, sete contratorpedeiros, dois navios de transporte, por dois navios de desembarque de carros de combate, pelo submarino S Riachuelo (S-22), e por três embarcações de desembarque geral.[2][5][14][20]
Em janeiro de 1995, participou de sua penúltima operação, a Operação ASPIRANTEX/95. A força-tarefa da operação era capitaneada pelo porta-aviões NAeL Minas Gerais (A-11), e contava com a participação de quatro fragatas e cinco contratorpedeiros. A operação esteve em Santos e Vitória.[2][5]
De 24 de abril a 16 de maio do mesmo ano, participou de sua última operação, a Operação ADEREX-I/95. A operação foi realizada na área marítima entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo e contava com a participação de cinco contratorpedeiros, de duas corvetas, e do submarino S Tupi (S-30).[2][5]
Baixa do serviço ativo editar
O Belmonte deixou o serviço ativo em 1997. No ano de 2002, durante a Operação MISSEX-02 o navio foi rebocado e levado para mar aberto e no dia 19 ele foi utilizado como alvo e afundado pelos navios CT Pará, CT Pernambuco, F Dodsworth e F Rademaker ao largo do Rio de Janeiro. O navio foi listado em 2011 como um dos navios inesquecíveis e memoráveis da Marinha do Brasil, o Belmonte mereceu este lugar "por ter sido incansável, durante vários anos (1962-1997), em sua tarefa singular de prover reparos aos navios da esquadra".[1][2][4][5]
Referências
- ↑ a b «Navios inesquecíveis da Marinha do Brasil» (PDF). Ministério da Marinha. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ a b c d e «Comentário de ex-comandante do navio oficina 'Belmonte'». Poder Naval - A informação naval comentada e discutida. 5 de maio de 2013. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ a b c d «Repair Ship Photo Index (ARB)». www.navsource.org. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ a b «NGB - Contratorpedeiro Pará - D 27». www.naval.com.br. Consultado em 29 de maio de 2021
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s «NGB - Navio Oficina Belmonte - G 10/G 24». www.naval.com.br. Consultado em 22 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Navio Oficina USS Helios - ARB 12». www.naval.com.br. Consultado em 22 de maio de 2021
- ↑ «Arquivos NAeL Minas Gerais». Poder Naval - A informação naval comentada e discutida. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «Wikileaks relata operações ilegais do DEA com PF brasileira durante ditadura». operamundi.uol.com.br. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «CT Pernambuco, um barco com alma» (PDF). Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «Contratorpedeiro Marcílio Dias» (PDF). Marinha do Brasil. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «NV Albardão». Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Navio Varredor Albardão - M 20». www.naval.com.br. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Contratorpedeiro Alagoas - D 36». www.naval.com.br. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ a b «NT Barroso Pereira» (PDF). Marinha do Brasil. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Embarcação de Desembarque de Carga Geral - Guarapari - L 10/GED 10». www.naval.com.br. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «Contratorpedeiro Maranhão 1972-1990» (PDF). Ministério da Marinha. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Navio de Transporte de Tropas Ary Parreiras - G 21». www.naval.com.br. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Fragata Constituição - F 42». www.naval.com.br. Consultado em 27 de maio de 2021
- ↑ «CT Mariz e Barros» (PDF). Marinha do Brasil. Consultado em 19 de junho de 2021
- ↑ a b «NGB - Navio de Desembarque de Carros de Combate Duque de Caxias - G 26». www.naval.com.br. Consultado em 27 de maio de 2021
- ↑ «CT Espírito Santo» (PDF). Ministério da Marinha. Consultado em 28 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Fragata Independência - F 44». www.naval.com.br. Consultado em 28 de maio de 2021
- ↑ «Espírito Santo, Contratorpedeiro - Marinha do Brasil» (PDF). Ministério da Marinha. 6 de abril de 1996. Consultado em 28 de maio de 2021
- ↑ «NGB - Navio Aeródromo Ligeiro Minas Gerais - A 11». www.naval.com.br. Consultado em 19 de junho de 2021
- ↑ «DefesaNet - Naval - A Fragata F-43 Liberal». DefesaNet. Consultado em 28 de maio de 2021
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