Marcos Valadão Ridolfi, mais conhecido como Nasi (São Paulo, 23 de janeiro de 1962), é um cantor, compositor, produtor musical, radialista, apresentador de televisão e ex-DJ brasileiro. É vocalista da banda de rock Ira!.

Nasi
Nasi
Nasi em 2023
Informação geral
Nome completo Marcos Valadão Ridolfi
Também conhecido(a) como Wolverine[1]
Nascimento 23 de janeiro de 1962 (62 anos)
Local de nascimento São Paulo, SP
 Brasil
Gênero(s) Rock and roll, mod revival, pós-punk, blues, blues-rock, rock alternativo
Instrumento(s) voz, baixo
Período em atividade 1977 - presente
Gravadora(s) Arsenal Music, RDS, Tinitus, Abril Music, Paradoxx, WEA, Coqueiro Verde
Afiliação(ões) Ira!
Voluntários da Pátria
Nasi e os Irmãos do Blues
Nasi & Os Spoilers
Página oficial nasioficial.com.br

Nasi costuma dizer nas entrevistas, quando indagado do apelido, que era chamado de "Nazi" na Escola Estadual Brasílio Machado, na Vila Mariana[2], por seu estilo de vestir meio punk (mas segundo o colega de Ira!, Edgard Scandurra, o apelido vem do nariz avantajado[3]). Sua biografia atribui também a brigas causadas em meio à transmissão da minissérie Holocausto.[4] Começou a escrever seu apelido com S, "Nasi" ao invés de "Nazi", para não haver essa associação que sempre faziam com o nazismo.

Nasi no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo

Biografia editar

Nasceu em São Paulo, no bairro da Bela Vista, filho de Airton Valadão Rodolfo e Egya Scarlato Rodolfo e tem um irmão: Airton Valadão Ridolfi Júnior, ex-empresário do Ira!. Seu nome de batismo é Marcos Valadão Rodolfo, mas depois, assim como seu irmão, mudou a grafia do sobrenome para o original italiano Ridolfi em homenagem ao bisavô imigrante.[5]

O cantor cursou História na FFLCH da USP.[6] Funda em outubro de 1981 o grupo de rock Ira! com o colega de secundário Edgard Scandurra (guitarra) e com o amigo Adilson Fajardo (baixo) para participar do I Festival Punk da PUC. A banda prossegue após show de estréia e Nasi larga a Faculdade de História na Universidade de São Paulo.[7]

Em 1983, com O Ira! grava, inicialmente, compacto com “Pobre Paulista” e “Gritos na Multidão”. Paralelamente assume a voz do grupo paulistano Voluntários da Pátria onde estreia em LP homônimo, primeiro e único dessa cultuada banda de Art-Rock aonde permanece até o final de 1984.[7]

Em 1988, juntamente com o ex-companheiro de Ira! André Jung, produziu o 1º disco de hip hop brasileiro, chamado de Hip-Hop Cultura de Rua, que continha nomes como Thaíde e DJ Hum.[8] Ainda como produtor assina, na sequência, os primeiros álbuns da dupla Thaíde e DJ Hum (“Pergunte a Quem Conhece” e “Hip Hop na Veia”).[7]

No final dos anos 1980, foi namorado da cantora Marisa Monte e teve um relacionamento com a atriz Marisa Orth em 1990.

Em 1991, funda a trupe Nasi e os Irmãos do Blues que passaria nas jams sessions no circuito noturno paulistano para uma carreira solo discográfica: “Uma Noite com Nasi e os Irmãos do Blues" (1994); “Os Brutos Também Amam” (1996); “O Rei da Cocada Preta” (2000).[7]

Largou a cocaína em 1997; a maconha, dez anos depois.[2]

É filiado ao Partido Comunista do Brasil desde 2003.[2][9][10][11]

Em 2003, posou na seção Eu Queria Ser... da Revista MTV como o X-Men Wolverine. Gostou do visual e resolveu adotá-lo, o que lhe rendeu o apelido "Wolverine Valadão" no campeonato Rockgol, além de posar como o personagem na capa do seu primeiro álbum solo, Onde os Anjos Não Ousam Pisar.

No início de setembro de 2007, após brigas com o irmão/empresário Airton Valadão, Nasi retirou-se do Ira! que acabou logo em seguida.[12] Com o fim do Ira!, Nasi torna sua carreira individual definitiva e monta sua banda integrada por Nivaldo Campopiano na guitarra, Johnny Boy no Baixo, André Youssef no teclado e Evaristo Pádua na bateria, realizando uma série de shows por todo o Brasil.[7]

Em 2008, grava uma versão da música "Epitáfio" dos Titãs, para tema de um dos principais personagens da novela Chamas da Vida, da RecordTV.[7]

No início de 2009, Nasi se tornou personagem de desenho animado e foi o protagonista da série "Rockstar Ghost", transmitida pela MTV Brasil. A série conta a história de um caçador de fantasmas, que trabalha na repartição pública AFFFE (Agência Federal de Fiscalização de Fenômenos Espectroplasmáticos), especializada em capturar celebridades musicais já mortas. Os mortos voltam à vida, quando um disco seu é tocado ao contrário.

Apaixonado por futebol, o músico também é conhecido por ser torcedor fanático do São Paulo Futebol Clube e entre 2008 e 2014, apresentou o programa 90 Minutos na rádio Kiss FM. O programa falava sobre futebol e rock 'n' roll. É presença constante em programas de debate esportivo na televisão e no rádio.

Atuou no filme Sem Fio, dirigido por Tiaraju Aronovich; no longa-metragem, ele vive o protagonista Castro, viciado em cocaína que é casado com Marisa, uma mulher insatisfeita e entediada com sua rotina de trabalho.

Em 2009, participou do programa esportivo Bola na Rede, da RedeTV!, e fez a abertura do show do AC/DC em São Paulo, no Estádio do Morumbi, para aproximadamente 75 000 pessoas.

Em 2010, lançou o álbum Vivo na Cena, auxiliado pelo produtor americano Roy Cicala e lançado pelo selo Coqueiro Verde.

No final de 2012, lançou o álbum Perigoso, em parceria com as gravadoras Trama e Coqueiro Verde.

Entre 2013 e 2018, o cantor apresentou o programa Nasi Noite Adentro, exibido de quinta pra sexta-feira no Canal Brasil.[13] É pai de duas filhas e tem um neto.

Em 2022, ao lado da banda Os Spoilers, lança nas plataformas um EP com quatro canções inéditas e duas regravações.[2][14]

No segundo semestre de 2022, lançará o documentário "Exu e o Universo", que ajudou a escrever e a produzir, sobre a cultura e religião iorubá, que ele pratica.[2]

Discografia editar

Solo editar

  • Onde Os Anjos Não Ousam Pisar (2006)
  • Vivo na Cena (2010)
  • Perigoso (2012)
  • Egbé (2015)[15]
  • Nasi & Os Spoilers (2022)

Ira! editar

Voluntários da Pátria editar

  • Voluntários da Pátria (1984)

Nasi & Os Irmãos do Blues editar

  • Uma Noite Com Nasi & Os Irmãos do Blues (1993)
  • Os Brutos Também Amam (1996)
  • O Rei da Cocada Preta (2000)
  • Nasi & Os Irmãos do Blues Ao Vivo (Official Bootleg) (2000)

Livros sobre Nasi editar

Referências

  1. Um Wolverine no rock brasileiro
  2. a b c d e «Nasi, do Ira!, ataca em três bandas aos 60 anos e produz documentário sobre Exu». Folha de S.Paulo. 9 de maio de 2022. Consultado em 14 de maio de 2022 
  3. Edgard Scandurra dá sua versão sobre o fim do Ira!
  4. Biografia do roqueiro mais irado dos anos 80
  5. Nasi, do Ira, muda nome na Justiça: "Já foi homologado"
  6. 'Eu já fui estudioso, aplicado e primeiro da classe', diz Nasi
  7. a b c d e f «Nasi». www.facebook.com. Consultado em 14 de maio de 2022 
  8. BETING; PETILLO, Mauro; Alexandre. A ira de Nasi. [S.l.]: Belas Letras. ISBN 9788581740089 
  9. «"A indústria está esgotada", diz Nasi». Brasil de Fato. 10 de abril de 2014. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  10. «Folha Online - Brasil - Vocalista do Ira! anuncia hoje filiação ao PC do B - 13/10/2003». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 12 de dezembro de 2019 
  11. Beting, Mauro; Petillo, Alexandre (18 de outubro de 2012). A ira de Nasi. [S.l.]: Belas-Letras. ISBN 978-85-8174-013-3 
  12. Folha Online (11 de Setembro de 2007). «Agressão de empresário seria causa da saída de Nasi do Ira!». Consultado em 15 de Setembro de 2007 
  13. «Nasi: vocalista vai apresentar programa no Canal Brasil». whiplash.net. Consultado em 23 de janeiro de 2022 
  14. «Nasi & Os Spoilers promovem o primeiro EP com 'Amor e morfina'». G1. Consultado em 14 de maio de 2022 
  15. «Nasi – EGBE | Deckdisc». deckdisc.com.br. 13 de julho de 2018. Consultado em 13 de julho de 2018 
  16. «IRA Demos 83-84». IRA!. 5 de setembro de 2022. Consultado em 18 de setembro de 2022 

Ligações externas editar

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