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Nicolau Sevcenko

historiador brasileiro

Nicolau Sevcenko (em ucraniano: Микола Шевченко, transl. Mykola Shevchenko; São Vicente, 1952 – São Paulo, 13 de agosto de 2014) foi um historiador, professor universitário, colunista, escritor e tradutor brasileiro de origem ucraniana.[1]

Nicolau Sevcenko
Nicolau Sevcenko
Nascimento 1952
São Vicente
Morte 13 de agosto de 2014 (62 anos)
São Paulo
Nacionalidade  Brasil
Alma mater Universidade de São Paulo

Universidade de Londres

Prêmios Prêmio Jabuti
Orientador(es)(as) Maria Odila Leite da Silva Dias
Tese Literatura como Missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República

Sevcenko dedicou-se ao estudo da história, com ênfase na cultura brasileira e desenvolvimento social das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Formou-se na Universidade de São Paulo (USP), onde manteve o cargo de professor de história da cultura, além de membro do Center for Latin American Cultural Studies do King's College da Universidade de Londres.[2] Foi professor visitante também na Universidade de Georgetown (Washington DC), na Universidade de Illinois (Urbana-Champaign) e na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.[3][4]

Durante vários anos, foi também colunista do jornal "Folha de S.Paulo".[5]

Biografia editar

Primeiros anos e formação editar

Nascido em 1952, em uma família de ucranianos fugidos da Guerra Soviético-Ucraniana, Nicolau Sevcenko nasceu em São Vicente, no litoral do estado de São Paulo.[6][7][8] Cresceu na cidade de São Paulo, no bairro operário da Vila Prudente, de concentração eslava, conciliando trabalho - desde os sete anos de idade, coletando sucata -, esporte e estudos.[9][10][11]

Graduou-se no curso de História na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH), instituto vinculado a Universidade de São Paulo (USP) em 1975.[12] Obteve seu doutorado na área de História Social no ano de 1981, pela mesma instituição sob o título "Literatura como Missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República".[13][14] No ano de 1990, fez pós-doutorado na Universidade de Londres, localizada na Inglaterra.[15][16]

Carreira editar

Lecionou em universidades como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).[17][18]

Tornou-se professor na USP no ano de 1985, onde trabalhou até sua aposentadoria, em 2012.[19] Desde 2010 era professor de Línguas e Literaturas Românicas da Universidade Harvard.[20][15]

Tem uma destacada obra como escritor, com diversas publicações no campo historiográfico e atuou como articulista do jornal Folha de S.Paulo.[21][22][23]

Vida pessoal editar

Nicolau foi casado com a artista plástica Cristina Carletti.[24][6] O casal não tinha filhos.[25]

Morte editar

Nicolau Sevcenko morreu em sua residência no bairro do Belenzinho, na noite de 13 de agosto de 2014, em consequência de um infarto.[1][26]

Obras editar

  • Ana Maria Pacheco: gravuras, esculturas. Fundação Memorial da América Latina, 1995.[27]
  • A Corrida Para o Século XXI - No loop da montanha-russa. Companhia das Letras, 2001.[28]
  • Pindorama Revisitada - Cultura e Sociedade em Tempos de Virada. Fundação Peirópolis, 2000.[29][30]
  • História da Vida Privada no Brasil, vol. 3 - República: da Belle Époque à Era do Rádio (organizador) . Companhia das Letras, 1998.[31]
  • Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na I República. São Paulo, Brasiliense, 4ª ed., 1995. Companhia das Letras, 2003.[32]
  • O Renascimento. São Paulo/Campinas, Atual/ Editora da Unicamp, 21ª ed., 1995.[33]
  • Arte Moderna: os desencontros de dois continentes. São Paulo, Fundação Memorial da América Latina, Coleção Memo, Secretaria de Estado da Cultura, 1995.[27]
  • Orfeu Extático na Metrópole - São Paulo nos Frementes Anos 20. Companhia das Letras, 1992.[34]
  • Lewis Carrol - Alice no país das maravilhas (tradução). São Paulo, Scipione, 1986.[35]
  • A Revolta da Vacina, mentes insanas em corpos rebeldes. São Paulo, Brasiliense, 1984; Scipione, 1993; Editora UNESP, 2018.[36][37]
  • Robert Mandrou - Magistrados e feiticeiros na França do século XVII (tradução). São Paulo, Perspectiva, 1979.[38]

Prêmios editar

Em 1999, foi um dos ganhadores do prêmio Jabuti, na categoria Ciências Humanas, pelo livro História da Vida Privada no Brasil (volumes 3 e 4), publicado pela editora Companhia das Letras.[39][40]

Ver também editar

Referências

  1. ↑ a b «Historiador Nicolau Sevcenko morre aos 61 anos em São Paulo». G1. 13 de agosto de 2014. Consultado em 2 de maio de 2021 
  2. ↑ Página de Nicolau Sevcenko no site da Companhia das Letras.
  3. ↑ «Nicolau Sevcenko». Harvard (em inglês). Consultado em 2 de maio de 2021 
  4. ↑ «NICOLAU SEVCENKO». Companhia das Letras. Consultado em 2 de maio de 2021 
  5. ↑ Nicolau Sevcenko, full professor at Harvard and former member of the IEA-USP, dies at 61. Por Richard Meckien. IEA-USP, 14 de agosto de 2014.
  6. ↑ a b «Morre o historiador Nicolau Sevcenko, aos 61 anos». Veja. 14 de agosto de 2014. Consultado em 2 de maio de 2021 
  7. ↑ «Russian Civil War | Casualties, Causes, Combatants, & Outcome». Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 2 de maio de 2021 
  8. ↑ «São Vicente». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 2 de maio de 2021 
  9. ↑ Entrevista com professor Nicolau Sevcenko, por Alvaro Katsuaki Kanasiro e Luis Felipe Kojima Hirano. Ponto Urbe , nº 10 , 2012. Disponível online desde 26 julho 2014.
  10. ↑ Homenagem a Nicolau Sevcenko. Revista Angelus Novus. USP. Ano VI, nº 9, pp. 189-210, 2015.
  11. ↑ Vorobieff, Alexandre (15 de setembro de 2016). «Identidade e memória da comunidade russa na cidade de São Paulo» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2021 
  12. ↑ Brasil, Ubiratan (13 de agosto de 2014). «Morre o historiador Nicolau Sevcenko - Cultura». Estadão. Consultado em 2 de maio de 2021 
  13. ↑ Pires, Elson. «A GOVERNANÇA TERRITORIAL NO BRASIL: As Instituições, os Fatos e os Mitos». Universidade Estadual Paulista. Consultado em 2 de maio de 2021 
  14. ↑ Sevcenko, Nicolau (1981). «Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República». Universidade de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2021 
  15. ↑ a b Pivetta, Marcos (15 de agosto de 2014). «Historiador Nicolau Sevcenko morre em São Paulo aos 61 anos». Revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2021 
  16. ↑ «Courses on campus in London». Universidade de Londres (em inglês). Consultado em 2 de maio de 2021 
  17. ↑ «Morre Nicolau Sevcenko». Ciência em Revista (Universidade Estadual de Campinas). 15 de agosto de 2014. Consultado em 2 de maio de 2021 
  18. ↑ «Nota de falecimento do professor Nicolau Sevcenko, da FFLCH». Sala de imprensa da Universidade de São Paulo. 14 de agosto de 2014. Consultado em 2 de maio de 2021 
  19. ↑ Nicolau Sevcenko - A história como missão. Entrevista originalmente publicada na Revista de Historia da Biblioteca Nacional
  20. ↑ Brazil's public intellectual. Now a Harvard professor, Nicolau Sevcenko finds time to reflect. Por Alexandra Perloff-Giles. Harvard Gazette, 21 de outubro de 2010.
  21. ↑ «Books by Nicolau Sevcenko (Author of A Revolta da Vacina)». Goodreads. Consultado em 2 de maio de 2021 
  22. ↑ SEVCENKO, Nicolau (25 de janeiro de 2000). «De volta aos Campos de Piratininga». Folha de S. Paulo. Consultado em 2 de maio de 2021 
  23. ↑ Sevcenko, Nicolau (4 de junho de 2000). «O professor como corretor». Folha de S. Paulo. Consultado em 2 de maio de 2021 
  24. ↑ Sousa, Wilker (6 de agosto de 2010). «História como missão». Revista Cult. UOL. Consultado em 2 de maio de 2021 
  25. ↑ Morre em São Paulo o historiador Nicolau Sevcenko, aos 61 anos. Folha de S.Paulo, 13 de agosto de 2014.
  26. ↑ «Morre em São Paulo, aos 61 anos, o historiador Nicolau Sevcenko». O Globo. 14 de agosto de 2014. Consultado em 2 de maio de 2021 
  27. ↑ a b Sevcenko, Nicolau (1995). Arte moderna: os desencontros de dois continentes. [S.l.]: Fundação Memorial da América Latina 
  28. ↑ Sevcenko, Nicolau (2001). A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. [S.l.]: Companhia das Letras 
  29. ↑ Sevcenko lança "Pindorama Revisitada". Folha de S.Paulo, 13 de novembro de 2000
  30. ↑ Globalização transforma cidade em centro lúdico, diz Sevcenko. Folha Online Brasil 500, 27 de março de 2000.
  31. ↑ Autores, Varios; Fisher, Jeff; Novais, Fernando A. (5 de maio de 2020). História Da Vida Privada No Brasil – Vol. 3 (ediçã: REPÚBLICA: DA BELLE ÉPOQUE À ERA DO RÁDIO. [S.l.]: Companhia De Bolso 
  32. ↑ Daniel Balderston; Mike Gonzalez; Ana M. Lopez (2014). Encyclopedia of Contemporary Latin American and Caribbean Cultures. Routledge. p. 1372. ISBN 978-1-134-78852-1.
  33. ↑ Sevcenko, Nicolau (1995). O Renascimento. [S.l.]: Atual Editora 
  34. ↑ Sevcenko, Nicolau (1992). Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. [S.l.]: Companhia das Letras 
  35. ↑ Gonçalves, Higor (8 de fevereiro de 2011). «Entrevista com Nicolau Sevcenko, tradutor de Alice no País Das Maravilhas». The Bloggerwocky. Consultado em 2 de maio de 2021 
  36. ↑ Sevcenko, Nicolau (22 de junho de 2018). A Revolta da Vacina: Mentes insanas em corpos rebeldes. [S.l.]: SciELO - Editora UNESP 
  37. ↑ Mendonça, Danilo (30 de julho de 2022). «O fenômeno da revolta da vacina na visão de Nicolau Sevcenko». Manduarisawa - Universidade Federal do Amazonas. Consultado em 2 de agosto de 2022 
  38. ↑ Mandrou, Robert (1979). Magistrados e feiticeiros na França do século XVII: uma análise de psicologia histórica. [S.l.]: Perspectiva 
  39. ↑ «História da vida privada no Brasil vol.03 República: da Belle Époque à Era do Rádio». Vitruvius. Consultado em 2 de maio de 2021 
  40. ↑ «Prêmio 1999». Prêmio Jabuti. Consultado em 2 de maio de 2021 

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