Prado Uchoa & Cia. Ltda foi uma empresa de engenharia, com sede no Rio de Janeiro – RJ. Foi responsável pelo fornecimento de locomotivas e pela eletrificação dos trechos de subúrbios da Central durante a 2º guerra mundial.

Flávio Prado Uchôa, um dos diretores da IRFA em 1954, era também proprietário da Prado Uchoa & Cia. Ltda fundada em 1942 por Flávio Prado Uchôa e Fernando Galvão Antunes, portanto a IRFA[1][2]. era subsidiaria da Prado Uchôa.


Locomotiva editar

Inicialmente encomendadas junto a Metropolitan-Vickers da Inglaterra a Prado Uchoa forneceu cinco locomotivas elétricas para a EFCB em 1943.

Origem editar

Essas locomotivas são derivadas de uma projeto desenvolvido pela E. F. Central do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial em decorrência do abandono pela Metropolitan-Vickers, do fornecimento das trinta locomotivas elétricas previstas em seu plano de eletrificação, em decorrência da Segunda Guerra Mundial.

A locomotiva elétrica Ferro de Engomar ou Guaycurus foi construída em 90 dias, sob o comando do Eng° Alfredo Kempf Fiuza Guimarães, nas oficinas da CENTRAL, usando equipamento sobressalente dos TUEs Metropolitan-Cammel. As especificações dessa locomotiva elétrica eram muito semelhantes a um dos modelos que seriam fornecidos pela Metropolitan-Vickers, tipo B+B, com peso de 46 toneladas e que usava os mesmos motores elétricos de tração dos TUEs Série 100. O material elétrico utilizado compunha-se de um par de truques de carro-motor dos TUE Série 100, cada um equipado com dois motores de tração MV-155 com 175 HP cada um. Dessa forma a locomotiva tinha potência de 560 HP contínuos ou 700 HP unihorários, com velocidade máxima de 90 km/h. A tabela abaixo mostra resumidamente os dados da locomotiva:

Fabricante Potência (HP) Tipo Rodagem Bitola (m) Quantidade Ano de Fabricação Obs.:
Central/MetroVick 2001 560 (700) Elétrica B-B 1 1939 Foto da Ferro de Engomar [1] [2]


Essa locomotiva entrou em operação comercial em janeiro de 1940, apresentando desempenho bastante satisfatório, a ponto de motivar a Central a encomendar mais cinco locomotivas com projeto similar.

  • Possuía estilo construtivo aparentemente inspirado nas locomotivas GG1 da Pennsylvannia Railroad.
  • Em 1975 registrou-se a saída da Ferro de Engomar do serviço ativo, apenas sete anos depois de sua reforma geral realizada em 1968.

Encomenda editar

Essa nova encomenda foi realizada junto à firma Prado Uchoa, do Rio de Janeiro.

Foi optado por fabricar essas novas máquinas com equipamento da General Electric americana, uma vez que a guerra tornou impossível a obtenção do material original da Metropolitan Vickers. Essas locomotivas, que receberam a denominação de Prado Uchoa começaram a ser entregues a partir de 1943, recebendo números entre #2002 e #2006.

A tabela abaixo mostra alguns dados dessas máquinas:

Fabricante Potência (HP) Tipo Rodagem Bitola (m) Quantidade Ano de Fabricação Obs.:
Prado Uchoa / GE 2002-2006 1072 Elétrica B-B 5 1943 Foto do modelo 1943 [3], posteriormente reformado em 1960 [4]


A locomotiva #2002, foi reformada durante a década de 1960, quando recebeu um novo tipo de caixa, com estilo alemão, parecido com o das locomotiva elétrica alemã fornecida para a Central do Brasil pela Henschel-Siemens, conhecidas com Pão de Forma.


Eletrificação editar

Responsável pela eletrificação dos subúrbios da EFCB, substituindo a Metropolitan-Vickers impossibilitada de cumprir o contrato devido aos esforços da Inglaterra durante a Segunda Guerra.

Referências

  1. «As revelações de três contratos». Diário de Notícias, edição 6906, página 1/ republicada pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 29 de abril de 1945. Consultado em 19 de novembro de 2020 
  2. «Auto-suficiência do Brasil no fabrico de locomotivas». Tribuna da Imprensa, ano IV, edição 853, página 10/ republicada pela Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital Brasileira. 8 de outubro de 1952. Consultado em 19 de novembro de 2020