O rio Mumbaba é um rio brasileiro que banha o litoral estado da Paraíba. É o principal afluente do rio Gramame.[2][3] Um de seus principais afluentes é o riacho Mussuré, que corta a região metropolitana de João Pessoa, e tem índices de poluição muito elevados.[2] Próximo às suas margens mas assentado sobre um platô situa-se o distrito de Odilândia.[4]

Rio Mumbaba
Comprimento 25 (aprox.)[1] km
Posição: Oeste-leste
Nascente Município de Pedras de Fogo (Paraíba)
Foz Rio Gramame, município de João Pessoa
País(es)  Brasil

Etimologia editar

O topônimo Mumbaba é uma palavra do tupi mymbaba ou mimbab, que em português significa «a criação», em referência aos vários currais que desde o século XVII existem em suas várzeas.[1][5]

História editar

 
A criação extensiva de gado é comum às margens do Mumbaba

No século XVI, quando da fundação da capitania da Paraíba já havia às margens dos rios Mumbaba e Gramame vários aldeamentos potiguaras.

No início do século XVII engenhos de açúcar e fazendas começaram a ser implantados na região.[6] Meio século mais tarde, em 1636, Elias Herckmans, administrador colonial neerlandês, vindo para a Paraíba proveniente de Recife, então capital do Brasil Holandês, teve que se deter às margens do Gramame e Mumbaba em virtude de cheias grandiosas que assolavam a região do litoral paraibano.[7] Sobre essa viagem de Herckmans às margens do Gramame-Mumbaba, lê no livro Cronologia pernambucana: 1631 a 1654 o seguinte trecho:

Saído do Recife, Herckmann pernoitou em Igaraçu, daí, margeando o rio Gramane e o Mumbaba, foi à vila Frederica, na Paraíba, onde consegue guias (...).[8]

Historicamente, a região do rio Mumbaba sempre teve relevante produção de frutas e cana-de-açúcar, que abastecem sobretudo os mercados das cidades vizinhas de Santa Rita e João Pessoa.[9] Há décadas estudos vêm apontando o uso de pesticidas com vários graus de toxicidade (inclusive extrema e alta) nas áreas irrigadas da margem do rio.[9]

Sub-bacia editar

O Mumbaba nasce na região do distrito de Coqueirinho, Pedras de Fogo, e segue em direção oeste-leste, adentrando os municípios de Cruz do Espírito Santo e Santa Rita até se juntar ao rio Gramame, de cuja bacia é o principal afluente.[3] Toda sua microbacia é coberta por extensos canaviais, pastagens e resquícios de Mata Atlântica.

Segundo dados da Sudema, o Mumbaba apresenta índice de salinidade zero, pH netro (em torno de 7) e temperatura que oscila entre 26 e 29 graus.[10] Próximo às suas cabeceiras há aquíferos de água de excelente qualidade (mineral), por isso a região foi escolhida como local para muitas indústrias de processamento de água mineral, como a Indaiá. Tais águas já eram mencionada na década de 1950, no Boletim Geográfico do IBGE, onde se lê:

Origina-se o Gramame junto ao tabuleiro de Meio Mundo, em Pedras de Fogo, e o seu mais importante afluente é o Mumbaba, provindo de urna região típica de 'tabuleiros-filtro', ao sul da cidade de Maguari, de um dos quais verte a água cristalina (...)[11][nota 1]

Em 2002, a fábrica da Indaiá localizada às margens do rio recebeu a certificação ISO 9001 através do Bureau Veritas Quality Internacional (BVQI), com acreditação nacional ao Inmetro, tornando-se a primeira empresa brasileira no segmento de águas minerais a ter todos os processos e áreas certificados tal norma.[12]

Notas

  1. Por ser afluente de um rio principal (o Gramame), o Mumbaba forma sua própria sub-bacia composta sobretudo de pequenos regatos.[9]

Referências

  1. a b MEDEIROS, Coriolando de (1950). Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba. [S.l.]: Departamento de Imprensa Nacional. 269 páginas 
  2. a b SIMÕES, Marcelle de Sousa (2012). «Potencial Poluidor das Indústrias na Bacia do Rio Gramame» (PDF). Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Consultado em 3 de agosto de 2014 
  3. a b SILVA, Tarciso Cabral da; et alii (30 de agosto de 2002). «Planejamento dos Recursos Hídricos na Bacia do Rio Gramame» (PDF). Revista Brasileira de Recursos Hídricos. Consultado em 3 de agosto de 2014 
  4. LIMA, Eduardo R.V. (1983). «Expansão Canavieira e Transformações no Espaço Agrário do Município de Santa Rita» (PDF). Biblioteca Online do Sebrae. Consultado em 3 de agosto de 2014. Arquivado do original (PDF) em 11 de agosto de 2014 
  5. Comissão de redação. «As etimologias indígenas de Herckmans». Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano. Consultado em 3 de agosto de 2014 
  6. MELO, José Octávio de Arruda (1997). História da Paraíba: lutas e resistência. [S.l.]: Editora Universitária. 279 páginas 
  7. MEDEIROS FILHO. Olavo de (1989). Fundação José Augusto. [S.l.]: Olavo de Medeiros Filho. 104 páginas 
  8. BARBALHO, Nelson (1982). Cronologia pernambucana: 1631 a 1654. [S.l.]: Centro de Estudos de História Municipal, Fundação de Desenvolvimento Municipal do Interior de Pernambuco 
  9. a b c GADELHA, Carmem; et al. (2000). «O uso de agrotóxicos nas áreas irrigadas da bacia do rio Gramame no estado da Paraíba» (PDF). 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Consultado em 8 de fevereiro de 2015 
  10. Adm. do sítio web (2009). «Rio Mumbaba – estação de amostragem». Sudema. Consultado em 3 de agosto de 2014. Arquivado do [file:///C:/Users/F%C3%A1bio/Downloads/Rio%20Mumbaba2009.pdf original] Verifique valor |URL= (ajuda) (PDF) em 12 de agosto de 2013 
  11. Adm. do IBGE (1949). Boletim geográfico, volume 7, edições 79–84. [S.l.]: Departamento de Documentação e Divulgação Geográfica e Cartográfica do IBGE 
  12. Adm, di sítio web (2008). «Institucional». Indaíá. Consultado em 4 de agosto de 2014 
  Este artigo sobre hidrografia do Brasil é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.