O rio Sanhauá é um rio brasileiro que banha os municípios de Bayeux e João Pessoa, no estado da Paraíba. Um dos principais afluentes do rio Paraíba, foi em sua foz, margeada pelo casario histórico e pelos campanários de dezenas de igrejas, que João Pessoa, a capital do estado, foi fundada, no século XVI.

Rio Sanhauá
Rio Sanhauá
Vista do trecho do Rio Sanhauá ao se juntar ao Paraíba
Comprimento 8[1] km
Posição: sul–norte
Foz Rio Paraíba
Delta Rio Paraíba
Afluentes
principais
Rio do Meio e Marés[1]
País(es)  Brasil
A antiga «ponte do Baralho», que liga João Pessoa a Bayeux, é hoje utilizada apenas por pedestres.
Vista de cima da ponte em direção à fábrica de cimento da Ilha do Bispo.

Apesar do constante processo de antropização por que vem passando desde essa época, suas margens ainda estão parcialmente cobertas de manguezais.

Sub-bacia editar

O Sanhauá se forma da junção do rio do Meio com o Marés.[1]

Antropização editar

Impactos da urbanização editar

Em julho de 2007, o rio recebeu cinquenta mil tilápias[2] que foram introduzidas com o intuito de aumentar a quantidade de pescado no estuário, que atualmente está baixa. A ação irá beneficiar diretamente quinhentas famílias de pescadores que sobrevivem especialmente da pesca artesanal em Bayeux e João Pessoa, além de alertar para a importância da preservação ambiental do ecossistema do estuário.[2]

Os alevinos vieram da Estação de Piscicultura da Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas, localizada no município de Itaporanga.[2]

Milhares de litros de esgoto e lixo doméstico são jogados diariamente nas margens do rio, que é um santuário de vida estuarina e utilizado para diferentes atividades humanas, como pesca, navegação e lazer. Os moradores ribeirinhos não têm saneamento básico fornecido pelo governo local e utilizam as águas do rio como depósito para os dejetos, causando poluição grave. Além disso, a falta de orientação sobre consciência ambiental aos moradores também agrava a situação do meio ambiente local.[3]

Próximo às suas margens esteve por décadas assentado o antigo Lixão do Roger, para onde todos os dejetos da capital do estado eram enviados. A área de depósito de lixo foi desativada em 2003 após cerca de 40 anos de funcionamento. Contudo, em virtude da constatação de que o chorume do lixão ainda escorre para o manguezal, pode-se concluir que o antigo lixão ainda é um importante poluidor das águas dp Sanhauá.[4]

«Ponte do Baralho» editar

Informalmente denominada «ponte do Baralho», a ponte sobre o rio Sanhauá foi iniciada na década de 1830, tendo sido reconstruída várias vezes nas décadas posteriores.[5] Sobre as origens da ponte, na Revista do IHGP, volumes 10–13, há a seguinte citação:

A ponte do Rio Sanhauá, que liga o Baralho a João Pessoa, foi reconstruída em 1831, sob concorrência pública.[6]

Um dos projetos mais ousados foi o idealizado nos fins do século XIX pelo então governador Henrique de Beaurepaire Rohan.[7] A restauração sobre estacas de madeira ficou por conta do engenheiro português Francisco Soares da Silva Retumba.[7][nota 1]

Notas

  1. O referido engenheiro foi parente do tenente João da Silva Retumba, o «Tenente Retumba», hoje nome de rua em João Pessoa.[8]

Referências

  1. a b c Isabelle Rodrigues et all. (2009). «Diagnóstico dos impactos ambientais advindos de atividades antrópicas na margem do rio Sanhauá e Paraíba» (PDF). Enciclopédia da Biosfera. Consultado em 9 de dezembro de 2012 
  2. a b c Redação (27 de dezembro de 2003). «Rio Sanhauá receberá 50 mil peixes da espécie tilápia». Diário da Borborema Online. Consultado em 9 de dezembro de 2012 
  3. Juliana Carneiro (21 de março de 2012). «Rio Sanhauá agoniza com esgoto e lixo». Jornal O Norte. Consultado em 9 de dezembro de 2012 
  4. Magdalena Costa (8 de junho de 2010). «Qualidade da água do estuário do rio Sanhauá na Paraíba e conflitos de usos existentes na área de influência do antigo Lixão do Roger». Biblioteca Universia. Consultado em 9 de dezembro de 2012 
  5. ARRUDA MELLO, José Octávio de (1997). História da Paraíba: lutas e resistência. [S.l.]: Ed. Universitária. 279 páginas 
  6. Confrades do IHGP (1946). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, vols. 10–13. [S.l.]: Ed. IHGP 
  7. a b Da redação (15 de maio de 2011). «Prefeitura fará sangradouro na lagoa». Jornal PB Agora. Consultado em 9 de janeiro de 2015 
  8. JOFFILY, Geraldo Irenêo Joffily (1965). Um cronista do sertão no século passado: Apontamentos à margem das Notas sobre a Paraíba, de Ireneo Joffily. [S.l.]: Prefeitura Municipal de Campina Grande. 144 páginas 

Ligações externas editar

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