São Romão (Minas Gerais)

município brasileiro do estado de Minas Gerais

São Romão é um município brasileiro no estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se no norte mineiro e sua população estimada em 2019 era de 12 337 habitantes.[1] Situa-se a uma latitude 16º22'07" sul e a uma longitude 45º04'10" oeste e suas principais atividades econômicas são a pesca a agricultura e a pecuária.

São Romão
  Município do Brasil  
Vista da cidade às margens do rio São Francisco
Vista da cidade às margens do rio São Francisco
Vista da cidade às margens do rio São Francisco
Símbolos
Brasão de armas de São Romão
Brasão de armas
Hino
Gentílico são-romanense[1]
Localização
Localização de São Romão em Minas Gerais
Localização de São Romão em Minas Gerais
Localização de São Romão em Minas Gerais
São Romão está localizado em: Brasil
São Romão
Localização de São Romão no Brasil
Mapa
Mapa de São Romão
Coordenadas 16° 22' 08" S 45° 04' 08" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Pintópolis, Urucuia, Riachinho, Santa Fé de Minas, Ponto Chique, Ubaí, Icaraí de Minas
Distância até a capital 529 km[2]
História
Fundação 23 de outubro de 1668
Emancipação 02 de março 1924
Administração
Distritos
Prefeito(a) Marcelo Meireles de Medonça (PSDB, 2021 – 2024)
Vereadores 9
Características geográficas
Área total [1] 2 434,004 km²
 • Área urbana (2019) 2,12km² km²
População total (IBGE/2022) [1] 10 315 hab.
Densidade 4,2 hab./km²
Clima semiárido (BSh)[4]
Altitude 480 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 39290-000 [5]
Indicadores
IDH (PNUD/2010) [6] 0,640 médio
PIB (IBGE/2020) [7] R$ 13.446,49
PIB per capita (IBGE/2020) R$ 13 446,49
Sítio saoromao.mg.gov.br (Prefeitura)
camarasaoromao.mg.gov.br (Câmara)

História editar

Fundação editar

São Romão foi fundada em 23 de Outubro de 1668, sob o nome de Santo Antônio da Manga, tendo como primeiros habitantes os índios caiapós que viviam numa ilha que divide o rio São Francisco à altura do que seria mais tarde o arraial, fundado às margens esquerdas do rio São Francisco, entre os rios: Urucuia, Paracatu e Ribeirão da Conceição.

Essa ilha foi palco de violentas batalhas travadas entre foragidos da justiça de todo Brasil e de Portugal, índios nômades ou aldeados, escravos fugidos e elementos desgarrados de antigas bandeiras, tendo como combatente principal Manuel Francisco de Toledo, designado para o policiamento do local pelo governo da província.[8] Manuel Francisco de Toledo era sobrinho de Januário Cardoso de Almeida.[8]

"Fronteira ao arraial está uma ilha, que se diz a de São Romão, com meia légua de comprido e quase 400 passos geométricos de largo, onde consta, por tradição constante e não controvertida, que houve uma aldeia de índios, os quais a desampararam, depois de destroçados por Januário Cardoso de Almeida, paulista, e Manuel Pires Maciel, português, em dia de "São Romão". Não havendo certeza do ano desse fato, sabe-se contudo que fora antes de 1712...".[9]

Motins do Sertão editar

Mais tarde, em 1736, marcada pelo inconformismo perante o jugo colonial, explodiram os motins do sertão transformando o arraial mais uma vez em cenário de lutas tendo desta feita, como principal combatente o comandante Pedro Cardoso (procurador do povo), filho de Maria da Cruz.

Este movimento foi o primeiro, contra a cobrança de impostos e a liberdade destes para o povo do sertão do São Francisco e das minas. Era a guerra contra a cobrança de impostos. O palco foi o Arraial de São Romão, porque era o primeiro porto e Entreposto Comercial do médio São Francisco e a sede de Judicatura, portanto, no arraial tinha promotoria, era a sede da justiça no sertão das Gerais e pertencia a comarca do Rio das Velhas, com sede em Sabará. Estes movimentos aconteceram 53 anos antes da inconfidência mineira e abalou os governantes da capital da colônia e o Rei em Portugal.

Após a conquista, empório comercial e ponto de ligação dos sertões com o litoral, o arraial viveu os seus dias de glória tendo sido porto de escoamento de ouro e de cunho de moedas bem como de pedras preciosas e minerais oriundos em sua grande maioria de Goiás e Mato Grosso.

Em 1831, o arraial passa a condição de vila, com o peculiar nome de Vila Risonha de Santo Antônio da Manga de São Romão, homenagem do Santo do dia de sua fundação. Elevado à condição de Município em 1924, pela Lei Estadual nº 843 de 7 de Setembro de 1923, com o nome de São Romão, faziam parte de seu território os distritos de Capão Redondo (hoje Santa Fé), Arinos, Formoso e Buritis. São Romão possui atualmente dois distritos, a sede e o distrito da Ribanceira, a 12 km de distância, situado a margem esquerda do rio São Francisco.

Mito da Casa da Moeda editar

Em São Romão existiam três casarões com brasões da República Federativa do Brasil (de forma irregular) em suas fachadas, construídos entre os anos de 1890 a 1930. Dois pertenciam aos irmãos republicanos Francisco José Leite e Joaquim José Leite. O outro, pertenceu a Toniquinho Guedes.

O único ainda preservado, é localizado no nº 78 da Avenida Newton Gonçalves Pereira e hoje é sede da Secretaria de Cultura e Turismo, construído no início da Década de 30 por Francisco Leite. Este casarão ganhou o status de Casa da Moeda do Brasil no final da Década de 90, porém é sabido que Francisco José Leite usou o brasão da República de forma não oficial na fachada do casarão, simplesmente porque era republicano.

Os outros dois casarões, que tinham em suas fachadas o mesmo brasão, apesar de arquiteturas diferentes, foram derrubados na enchente de 1979. Estavam localizados, o pertencente a Joaquim José Leite, na Rua Major Saint Clair Valadares, esquina com Manoel Jovino Filho e o outro, que pertenceu a Toniquinho Guedes, entre a antiga Avenida Quintino Vargas, (ex Rua dos Umbuzeiros) e a Rua dos Oliveiras,(ex Rua das Pedrinhas). Todos os três casarões, eram residências e comércio.

Hoje, o grande desafio da Secretaria de Cultura é desfazer o mito que algum dia São Romão teve casa da moeda ou de fundição.

Geografia editar

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[10] que agrupa os municípios em regiões geográficas, o município pertence à região imediata de São Francisco, dentro da região intermediária de Montes Claros.[11] Na antiga vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Pirapora, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Norte de Minas.[12]

Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em operação desde julho de 2007, a menor temperatura registrada em São Romão ocorreu em 1º de agosto daquele ano, com mínima de 5,4 °C, enquanto o dia mais quente foi 26 de setembro de 2023, quando a máxima atingiu 43,5 °C. O recorde de precipitação acumulada em 24 horas é de 144,8 milímetros (mm) em 1º de dezembro de 2014.[13][14]

Dados climatológicos para São Romão
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 39 38,3 38,9 37,7 36,3 36,6 35,6 39,1 43,5 43,1 42,2 39,9 43,5
Temperatura mínima recorde (°C) 15,1 15,3 14,9 10,3 8,7 6,3 6,1 5,4 7,3 12,9 13,8 14,6 5,4
Fonte: INMET (01/07/2007-presente)[13][14]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «São Romão». Consultado em 26 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2019 
  2. Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG). «Distâncias BH/Municípios». Consultado em 19 de agosto de 2009. Arquivado do original em 21 de setembro de 2009 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (9 de setembro de 2013). «São Romão - Unidades territoriais do nível Distrito». Consultado em 26 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2019 
  4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (9 de setembro de 2013). «São Romão (MG)». Consultado em 26 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2019 
  5. {{citar web |url=http://www.buscacep.correios.com.br/sistemas/buscacep/buscaFaixaCep.cfm |título=Busca Faixa CEP |autor=Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos |acessodata=26 de dezembro de 2019}}
  6. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 26 de dezembro de 2019. Arquivado do original (PDF) em 8 de julho de 2014 
  7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2017». Consultado em 26 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2019 
  8. a b Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais, Waldemar de Almeida Barbosa, Ed. Itatiaia Ltda, 1995)
  9. Memórias Históricas da Província de Minas Gerais, Rev. A. P. M, XIII, 622
  10. IBGE (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 26 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2019 
  11. IBGE (2017). «Base de dados por municípios das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias do Brasil». Consultado em 26 de dezembro de 2019 
  12. IBGE (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 26 de dezembro de 2019 
  13. a b INMET. «Estação: São Romão (A547)». Consultado em 26 de dezembro de 2019 
  14. a b INMET. «Gráficos». Consultado em 6 de outubro de 2023 

Ligações externas editar

  Este artigo sobre municípios do estado de Minas Gerais é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.